DE CABEÇA BEM ERGUIDA

Acabou-se !
O Benfica saiu da Liga dos Campeões, mergulhando na tristeza e na desilusão a sua gigantesca massa adepta, que bem lá no fundo do seu espírito, depois de várias e inesperadas alegrias, já ia começando a acreditar que a sua equipa se pudesse vir a transformar numa espécie de Grécia desta competição.
Observando a realidade com alguma frieza, constata-se que o destino do Benfica nesta Liga ficou traçado aquando do sorteio, no qual, de um lote onde figuravam equipas como o Villareal, Inter de Milão ou Arsenal, lhe saiu a melhor equipa do mundo da actualidade, aquela que ninguém queria apanhar. Foi este o azar do Benfica, tal como havia sido a sorte do F.C.Porto, há dois anos atrás, encontrar pela frente Lyon, Corunha e Monaco, a partir dos quartos de final da mesma prova, o que lhe permitiu fazer história no futebol português e internacional.
Mas a vida não é feita de “ses”, pois caso contrário poderíamos também estar agora a falar do penalty da primeira mão que ficou por assinalar, e que poderia ter transformado o cariz da eliminatória, ou da flagrante oportunidade de golo desperdiçada por Simão Sabrosa só com Valdés pela frente, já a meio da segunda parte do jogo de ontem.
A realidade objectiva, e que deve orgulhar todos os benfiquistas, é que o clube da Luz foi capaz de discutir a eliminatória até aos últimos minutos, obrigando o Barcelona, em sua própria casa, a reforçar a defesa, queimar tempo e manifestar alguma tremideira, sendo capaz de criar claras oportunidades de marcar um golo que lhe daria seguramente o acesso às meias finais. O Benfica sai assim pela porta da frente da liga milionária, com a noção de ter o seu dever cumprido, de ter proporcionado momentos inesquecíveis aos seus sócios e adeptos, de lhes ter permitido ver actuar em Lisboa as maiores estrelas do futebol mundial da actualidade, de ter reconquistado o respeito e o prestígio internacional, de ter enchido os cofres do clube, e de ter ganho uma experiência competitiva fantástica que poderá dar frutos nos próximos anos.
No jogo de ontem, a equipa entrou algo nervosa, e toda a primeira parte foi muito pouco conseguida, tal como já havia acontecido na primeira mão na Luz. O penalty cometido logo aos três minutos é prova desse desnorte, e nem a soberba defesa de Moretto ajudou o Benfica a acalmar a tensão. Diz uma máxima do futebol que qualquer equipa joga o que a outra deixa jogar, e isso não pode deixar de ser lembrado, sobretudo quando se joga com a melhor equipa do mundo. O Barcelona fez ao longo do primeiro tempo uma asfixiante pressão sobre os jogadores do Benfica, que mal conseguiam sair da sua zona intermediária. Marcou um golo com naturalidade, e podia ter aumentado a vantagem à beira do intervalo após uma inacreditável falha de Léo que permitiu a Van Bommel isolar-se e desferir um forte pontapé que Moretto defendeu com grande classe.
No segundo período, e sobretudo após a entrada de Karagounis (que possivelmente não apresentaria índices físicos para os noventa minutos), os encarnados libertaram-se da pressão, enervaram o Barcelona (um golo sofrido ser-lhe-ia fatal), e acabaram por construir as melhores ocasiões de golo dessa fase, designadamente no lance já referido, em que Simão, superiormente servido por Miccoli atirou a rasar o poste, e depois, através de um remate de meia distância de Karagounis que o guarda redes catalão defendeu com dificuldade, falhando depois Luisão a recarga, quando estávamos a apenas quatro minutos do fim.
O segundo golo do Barcelona deu-se já em momentos de ataque desesperado e de risco total, numa fase em que, se o Benfica marcasse resolveria a seu favor a eliminatória, pelo que tudo havia que tentar. Perder 1-0 ou 2-0 era praticamente igual.
Fica alguma mágoa pelo facto de os dois golos terem sido fruto de falhas individuais algo evitáveis, no primeiro caso de Beto, e no segundo de Petit e Anderson. Mas estes jogos são mesmo assim, um erro decide-os, e o que se tem de reconhecer é que o Barcelona mereceu passar a eliminatória, pois no conjunto dos dois jogos demonstrou ser inequivocamente melhor equipa que o Benfica.
Lyon, Juventus e Inter de Milão foram os outros eliminados da ronda, nenhum deles por equipas melhores que o Barça, pelo que este resultado não deslustra minimamente o Benfica, nem apaga a sua brilhante participação europeia.
Aguarda-se que na próxima época se possa, pelo menos, repetir este desempenho, o que seria fantástico quer em termos de prestígio, quer também no aspecto financeiro.
Espera-se também que os benfiquistas possam dar uma enorme manifestação de apoio à sua equipa, quando no próximo domingo à tarde receberem o Marítimo na Luz. Julgo que estes jogadores merecem ver o estádio cheio.

7 comentários:

Anónimo disse...

Foi um jogo fraco. Sempre mal jogado, sem emotividade e com poucas ocasiões de golo. O Barça está em baixo e acusou a pressão toda do seu lado; esteve sempre muito nervoso. O Benfica jogou o que sabe, ou seja, pouco. Os dirigentes do Benfica mostraram mais uma vez a sua classe e dispararam em todas as direcções, com os árbitros à cabeça, nem as forças de segurança escaparam. Hilariante, falaram como se o árbitro de Lisboa e Barcelona fossem uma só pessoa. Já estamos habituados a este toque de classe. Se a vergonha das últimas semanas não continuar prevejo muito barulho…

Anónimo disse...

Não me parece que esses aspectos laterais sejam o que deva ficar deste jogo. Mas quem não se sente não é filho de boa gente.
O Benfica foi gravemente prejudicado na primeira mão, e também é bom que isso não seja esquecido.
Concordo que o jogo foi fraco (a primeira mão, mesmo sem golos, foi muito melhor). O Benfica jogou o que podia, mas nenhuma equipa portuguesa faria muito melhor perante este adversário.
Ao fim e ao cabo, discutiu a eliminatória palmo a palmo até aos 88 minutos da segunda mão.

Anónimo disse...

Qualquer equipa portuguesa que jogasse pouco, contra o Barça, era trucidado e goleado.
Força Glorioso
és o orgulho nacional

Anónimo disse...

...a prova disso são as dezenas de pessoas q foram esperar a equipa ao aeroporto, p a receberem em glória

Anónimo disse...

VAMOS ENCHER A LUZ NO DOMINGO !!!!
TODOS AO BENFICA-MARITIMO !!!
VAMOS AGRADECER AOS JOGADORES OS MOMENTOS LINDOS QUE NOS FIZERAM PASSAR !!!!
TODOS À LUZ !!!!

Anónimo disse...

o benfica não jogou nada e foi fazer figura miserável.
é certo que o barça tem alguns dos melhores jogadores do mundo, mas dos que jogaram, à excepção de ronaldinho e de eto'o, que são realmente excepcionais, o resto da equipa, embora seja muito boa, não é superior ao de outras equipas que o benfica já eliminou.
medo foi a sensação que passou para fora.
aquela defesa não é das melhores, pese embora a liderança de puyol.
vamos ver com o milan as suas lacunas, que o benfica deveria ter explorado melhor.
jogar só à defesa e pontapé para a frente não.

Anónimo disse...

Então e o Deco ? e o Puyol ?
Além do mais uma equipa é mais do que a soma das partes. O Barcelona é a melhor equipa do mundo porque articula muito bem a classe das suas individualidades, com um conjunto tacticamente rigoroso e fisicamente forte.
Jogar contra eles não é fácil.
Ganharam em Stanford Bridge, e golearam e Santiago Bernabeu.
Não perderam nenhum dos 10 jogos que já fizeram na Champions.