A MONOTONIA CONTINUA

Mais um fim de semana de pleno dos três grandes, o que se tem vindo a tornar frequente neste monótono campeonato.
Há cinco jornadas que Sporting e F.C.Porto não sofrem sequer um golo, em parte por mérito próprio (sobretudo o Sporting denota uma segurança notável no seu processo defensivo), mas sobretudo devido a uma generalizada incapacidade de uma grande quantidade de equipas, a maioria delas envolvidas na angustiante luta pela manutenção, cuja ansiedade, falta de soluções, ou ambas as coisas, tolhem a imaginação e impedem de dar uma réplica normal.
Foi assim com o F.C.Porto, perante um Gil Vicente demasiado cortês e inofensivo, que ainda por cima se viu subtraído de dois elementos, terminando o jogo a tentar, de forma penosa, evitar a goleada.
Já o Sporting teve desta vez pela frente um obstáculo mais difícil, pois durante quase todo o jogo se sentiu que ia ser doloroso para a equipa de Paulo Bento conseguir arrancar os três pontos, perante um V.Guimarães muito aguerrido e lutador.
Num jogo, tremendamente importante, entre duas equipas sem extremos, não se poderia esperar um grande espectáculo de futebol. Viu-se sobretudo uma luta no interior do meio campo, intensa e feroz, da qual saiu vencedor aquele que conseguiu lidar melhor com a pressão e cometer menos erros.
Os leões voltaram a esperar pacientemente pelo erro do adversário para desferir o golpe mortal, e sem fazer um jogo vistoso acabaram por justificar a vitória. Liedson uma vez mais resolveu, quando o empate (que não servia a ninguém) já ameaçava ambas as equipas.
Agora, em termos de título, tudo se decidirá em Alvalade no próximo sábado. À primeira vista, não vejo como o F.C.Porto de Adriaanse seja capaz de ultrapassar este Sporting rigoroso, cínico e eficaz de Paulo Bento. Portanto o favoritismo para este jogo está muito claro nas minhas ideias. Mas ainda haverá tempo de falar mais desse jogo.
O Benfica, cada vez mais longe da renovação do título (até tem ganho os seus jogos, mas isso não lhe chega), tinha também um difícil compromisso no Restelo. Não propriamente pela força da equipa do Belenenses, que é mais um dos muitos aflitos, mas pela eventual desmotivação, ou simples precaução, dos jogadores encarnados em vésperas de um jogo absolutamente determinante para toda uma temporada.
A vida tem destas coisas, e com precaução ou sem ela, Nuno Gomes, que vinha a fazer uma época muito positiva, viu-se arredado do jogo de Nou Camp - As coisas acontecem quando têm mesmo de acontecer, mas não pude deixar de recordar a lesão de Diamantino em 1988, nas vésperas da final de Estugarda com o PSV, depois de o Benfica, então também já afastado do título, ter andado a jogar com as reservas durante semanas a fio, por precaução, e Toni decidiu rotinar a equipa principal no jogo anterior à final.
No sábado, quando José Pedro marcou o golo azul, pairou no ar um cheiro de uma derrota anunciada. Mas este Belenenses é mesmo bastante frágil e, em pouco tempo, Miccoli com um excelente apontamento, e depois Karagounis, deram a volta definitiva a um pobre e triste jogo, mais um, nesta triste liga. Na segunda parte assitiu-se à poupança de esforços benfiquista e à total incapacidade do Belenenses em lhe criar problemas.
Salvou-se assim para os encarnados o aspecto moral, que as vitórias transportam sempre consigo, e ainda o sonho de poder chegar, pelo menos, ao segundo lugar e à qualificação directa para a próxima Liga dos Campeões.

1 comentário:

Anónimo disse...

Realmente, isto para um benfiquista é uma maçada...