DE UMA GOLADA APENAS, BEBEU O DRAGÃO A SUA TAÇA

Um excelente golo de Adriano foi suficiente para o F.C.Porto fazer a “dobradinha” e vencer a sua décima terceira Taça de Portugal, igualando assim o Sporting no segundo lugar do histórico da competição.
Foi um jogo agradável, sobretudo na segunda parte quando o Vitória de Setúbal perdeu a vergonha e concluiu que, se queria ter pretensões a ganhar a taça, teria que fazer por isso. Até ao golo, os sadinos haviam sido demasiado cautelosos e permitiram com isso ao F.C.Porto fazer o que mais gosta, ou seja, assumir o jogo e empurrar o adversário para a sua defensiva.
Brilharam os dois guarda-redes brasileiros, com um conjunto de grandes defesas, em maior número de Rubinho, que foi fazendo com que se mantivesse alguma incerteza no resultado até final.
Destaque individual também para Carlitos - com alguns lances de grande classe, e finalmente a justificarem o porquê de ter sido contratado pelo Benfica – e para Quaresma, que pareceu jogar de “raiva”, querendo mostrar a Scolari que tinha lugar na selecção principal. Adriano fez o que se lhe pedia, marcando um grande golo.
Ao contrário da época passada, não houve surpresa no Jamor. Então, um Vitória bem mais forte que este (com Jorginho, Meyong, Moretto e Manuel José entre outros), venceu um Benfica em descompressão após a conquista, poucos dias antes, de um título que lhe fugia havia onze anos. Desta vez, os setubalenses não foram capazes de derrotar um Porto com os seus festejos já feitos havia várias semanas, e fortemente motivado para mais esta conquista. De qualquer forma, com os problemas que o clube tem vivido, só o facto de chegar ao Jamor por dois anos consecutivos já é um motivo de orgulho para este histórico do futebol nacional.
Nota final para os lamentáveis distúrbios nas bancadas de que resultou um ferido (para quando acabar de vez com os petardos nos campos de futebol ?) e para os inúmeros problemas registados nas entradas no estádio. Já na época passada as coisas não haviam corrido muito bem, e na altura, tendo presenciado o jogo, fiz as seguintes considerações:

“O Estádio Nacional é muito bonito, deve ser preservado na sua monumentalidade, mas não tem de todo condições para um jogo de enchente como este. Não sei o que poderia acontecer caso houvesse desacatos graves e necessidade de intervenção policial, mas poderiam até morrer pessoas (o que infelizmente já sucedeu neste palco). A FPF, ainda no mesmo amadorismo de há vinte anos, vendeu mais bilhetes (ou convidou mais gente, pois os bilhetes enviados para os clubes foram em número bastante limitado) do que cabia nos lugares e as escadarias estavam cheias de gente espalmada contra os muros de pedra. Os acessos são caóticos em termos de trânsito (estive quase duas horas às voltas até estacionar), e há que contar com a incompetência das nossas forças policiais que, nestes momentos, ao invés de flexibilizar as regras de trânsito facilitando a vida a todos, parecem empenhadas em ser ainda mais rígidas, em nome de...não sei o quê, mas suspeito bem que a preocupação fosse apenas salvaguardar a passagem e o estacionamento dos inúmeros VIP convidados para uma festa que deveria, antes de mais, ser popular”.

Se nada for feito, temo que nos próximos anos seja necessário acabar com esta bonita festa, e jogar a taça noutros estádios com mais segurança e conforto para quem paga (e bem) o seu bilhete, e que é afinal a razão de existir deste fabuloso espectáculo que é o futebol.

3 comentários:

Anónimo disse...

Final da taça no Jamor sempre. A tradição tem de continuar a ser o que sempre foi. A desorganização, o desconforto, o calor, o garrafão fazem parte da festa não estraguem...

Anónimo disse...

Eu também gosto muito do estádio do Jamor, é lindíssimo, e proporciona um enquadramento deslumbrante ao jogo.
Também prefiro que a final seja lá. Mas para isso há que fazer alguma coisa.
Não sei se o problema será só do estádio, ou da (des)organização da federação, mas a verdade é que assim como está o Jamor é um barril de pólvora (por exemplo, apenas tem uma entrada), e nunca poria a hipótese de levar lá o meu filho de 5 anos (que já levei variadíssimas vezes à Luz, e também ao Estádio do Algarve).
Calor e garrafão, tudo bem, agora perigo, apertos, confrontos, cargas policiais, trânsito, horas de espera, encurralamento contra os muros, observando simultaneamente os Vips cheios de espaço, com mesas de beberetes postas para eles, e a bancada central toda reservada para convidados finos, NÃO !!!
Nunca me arrependi tanto de ir ao futebol como na final da Taça do ano passado, para a qual dei 50 euros por um bilhete na candonga (caso contrário teria de ter dormido à porta das bilheteiras da Luz, pois de uma lotação de quase 40 mil,só foram dispensados cerca de oito mil bilhetes para o Benfica, dado o número de convidados da federação), e passei um dia de verdadeiro sofrimento.
Não foi pela derrota. Foi sofrimento físico mesmo.
Inclusivamente por pouco que não levei com um paraquedista em cima, fruto de um número mal pensado de paraquedismo, numa tarde quente mas ventosa.
Tenho muito pouca vontade de lá voltar, pelo menos em dia de enchente.

Anónimo disse...

Your are Excellent. And so is your site! Keep up the good work. Bookmarked.
»