UMA GOTA DE ORGULHO EM CADA LÁGRIMA DERRAMADA

Pois é... umas vezes perde-se, outras vezes ganha-se, é assim o futebol.
Daqui a algumas semanas, quando a poeira assentar, a frustração desta derrota dará lugar ao orgulho por uma campanha inesquecível da nossa selecção. Poderemos um dia falar aos nossos filhos e netos, das fintas do Ronaldo, dos remates do Maniche e das defesas do Ricardo, da mesma forma que nos falaram dos golos de Eusébio ou dos passes de Simões. Também em 1966 faltou uma pontinha de sorte. É sempre assim.
Este Portugal de Scolari é de facto uma das melhores selecções do mundo, mas não é a melhor selecção do mundo. É uma equipa com grandes talentos, com uma alma inesgotável, mas também com algumas limitações – que a impedem por exemplo de conseguir penetrar com facilidade em defesas muito fechadas e criteriosamente posicionadas. Podemo-nos queixar da sorte, que ontem não nos protegeu, mas a verdade é que ela nos ajudou decisivamente a chegar às meias-finais nos dramáticos jogos com a Holanda e a Inglaterra.
Já ouvi dizer que Portugal fez o seu melhor jogo na prova. Um equívoco, pois embora não tenha jogado mal – longe disso, fazendo uma exibição à altura de um semi-finalista mundial e tendo motivos para erguer bem a sua cabeça - foi a primeira vez em toda a competição que ficou em desvantagem no marcador, sendo obrigado a optar por um futebol mais ofensivo, a ter mais posse de bola e a rematar mais, o que transmite a ilusória sensação de um controlo de jogo que na realidade pertenceu sempre ao adversário, sobretudo depois dos trinta minutos iniciais em que imperou o equilíbrio.
Já ouvi também dizer que a França nada jogou. Outro equívoco. A selecção gaulesa esperou meia hora por uma oportunidade, quando ela surgiu aproveitou-a e depois defendeu a vantagem com grande categoria, soube impedir Portugal de construir grandes ocasiões de perigo, e procurou desgastar-se o menos possível com um posicionamento soberbo, próprio de uma equipa de grande maturidade e experiência.
Apesar de entender algumas declarações, produzidas com a frustração ainda bem quente a correr pelas veias, não penso que tenha sido o árbitro uruguaio o responsável pela nossa eliminação. O penálti assinalado é indiscutível e, se é certo que ficam dúvidas no lance que envolveu Cristiano Ronaldo, também não me parece honesto afirmar tratar-se objectivamente de uma falta clara. Os responsáveis pela derrota portuguesa foram Thuram, Gallas, Vieira, Makelele, Zidane, e principalmente... a Srª do Caravaggio, que decidiu não estar em Munique na noite de ontem.
Agora resta-nos a esperança de ganhar à Alemanha, igualar os “Magriços” e sair do Mundial pela porta grande. Depois, como o mundo não acaba, preparar o próximo Europeu e criar as condições para que estas presenças em meias-finais e finais não sejam episódicas mas, pelo contrário, possam tornar-se regulares. Então, só então, poderemos reclamar o estatuto de verdadeiros candidatos aos títulos.
Viva Portugal !

12 comentários:

cj disse...

será que aquele penalti seria marcado a nosso favor?
fica a questão.

Anónimo disse...

Talvez não.
Quando o Benfica foi eliminado pelo Barcelona na Champions, aconteceu o mesmo.
Temos de contar com isso. Faz parte dos jogos.

De qualquer modo, o penálti contra Portugal é mesmo penálti, enquanto a suposta falta sobre o Cristiano é apenas duvidosa.

Anónimo disse...

Eu acho que o penalty sobre o ROnaldo é claro. Ele é tocado nas costas.
Simplesmente os franceses criaram um ambiente que pressionou o árbitro, que não teve personalidade suficientemente forte para o marcar.

Anónimo disse...

Tens razão quanto à pressão Xinfrim, mas não me parece, honestamente, que aquele toque cause a queda do C.Ronaldo.
Podia ter marcado penálti, e todos nós gostariamos muito que o tivesse feito, mas julgo que devemos aceitar que não o tenha feito.
É como a mão do Abel Xavier. Custou muito a engolir, mas se fosse a nosso favor ninguém sequer a colocaria em causa.

Estes jogos são decididos por detalhes. É assim...

Anónimo disse...

Não concordo contigo.
Acho q Portugal jogou melhor q a França, teve mais oportunidades e foi roubado claramente no empurrºão do Ronaldo.

Anónimo disse...

O pessoal ainda está muito a quente.
Daqui a umas semanas, veremos as coisas de outra forma...
Vamos pensar em ganhar á Alemanha.
Seria lindo, terminar esta epopeia, vencendo o país organizador na sua própria casa.

Anónimo disse...

MAIS UMA VITÓRIA MORAL

Jogamos melhor
o árbito "roubou" Portugal
Os Franceses não saíram lá de trás, toda a gente diz isso, e porque não dizer, o Deco não jogou nada, o Scolari mexeu mal na equipa, o Postiga não jogou nada durante o mundial, o que fez o Nuno Gomes para não jogar, porque não arriscou o Scolari na 2ª parte, porque havia sempre poucos jogadores Portugueses na área

Estas é que devem ser as desculpas da nossa derrota, os Franceses,fizeram o que tinha de ser feito, marcaram e depois defenderam, quase sempre longe da sua área e nós nada fizemos para alterar esta situação, ou o que se fez foi demasiado tarde e a poucos minutos do fim

SAUDAÇÕES DESPORTIVAS

Anónimo disse...

De facto é verdade.

Não entendi porque é que o Nuno Gomes não foi utilizado, quando um jogador com as suas características (capacidade de se movimentar de forma inteligente, arrastando defesas), podia ser bastante útil, sobretudo na última meia hora de jogo.

Scolari é que trabalha com eles diariamente, e de certo saberá os motivos porque não o fez.
O que também é verdade é que o Nuno, quando entrou frente ao México também não mostrou nada.


Deco, Ronaldinho Gaúcho, Messi, Larsson, Van Bronckhorst, Iniesta, Marquez etc.
Todos eles fizeram uma brilhante época no Barcelona, e todos eles de uma ou outra forma, passaram ao lado do Mundial.
Não existem super-homens...
Um bom case study.

Anónimo disse...

Pois não, Super-Homens, não há !

Mas há pessoas com caracter, profissionalismo e ambição de vencer

O que me diz dos "Velhos" Figo, Zidane, Thuran e outros, que fizeram um bom mundial, e já têm trintas e tais, mas acabam as suas carreiras no topo e demostram sempre a ambição de vencer, que fez deles os melhores dos melhores durante a sua geração, esses "miudos" não podem alegar cansaço, os outros também jogaram em grandes Ligas, que eles jogaram e ainda estão para as curvas, na minha opinião, o probléma deles é vedetismo, falta de humildade, falta de caracter, falta de profissionalismo e falta de respeito para as suas Selecções e para o publico que paga o seu bilhete, para ver bons jogos

Não há desculpa !!!

Anónimo disse...

Por vezes há outros factores que desconhecemos.

Temos de nos lembrar que no Coreia/Japão, esses mesmos Figos e Zidanes não fizeram absolutamente nada.

Por vezes é uma questão de sorte, aparecer em forma durante estes vinte e tal dias.

Deco não deixará de ser um grande jogador, já ganhou muitos títulos, e se não fez mais, foi porque não tinha condições físicas para o fazer.

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