FESTIVAL !

Um Benfica de luxo esmagou a União de Leiria no seu reduto, realizou a melhor exibição desta temporada e ganhou um precioso tónico moral para o difícil compromisso da próxima terça-feira em Glasgow – partida que poderá definir o futuro dos encarnados na Champions League.
Pela segunda jornada consecutiva da Liga, a equipa de Fernando Santos foi capaz de marcar quatro golos, desta vez jogando fora de casa e num território tradicionalmente difícil (que belo estádio, diga-se a propósito). De certo, nem nos melhores sonhos de equipa e adeptos caberia uma vitória tão robusta e tão convincente, alicerçada numa exibição categórica - sobretudo na primeira parte durante a qual atingiu mesmo momentos de grande brilhantismo.
Recuperando o 4-4-2 da pré-temporada, com Petit como pivot defensivo, Katsouranis e Nuno Assis como interiores, Simão no lugar de “play-maker” – que desempenhou com distinção -, com liberdade para dar profundidade aos corredores, e Miccoli fazendo dupla com Nuno Gomes no duo de ataque, o Benfica foi uma equipa de caudal profundamente ofensivo, dominou o espaço e a bola, criou oportunidades em série, empurrou o adversário para as imediações da sua baliza, obrigou o guardião Fernando a intenso trabalho – sobretudo enquanto o resultado se manteve em branco -, acabando por naturalmente construir um resultado claro e robusto.
Foi sobretudo pelos pés de um inspiradíssimo Fabrizio Miccoli que os encarnados deram os primeiros sinais de querer deitar definitivamente para trás das costas o fatalismo que os atormentara há não muitas semanas atrás. O italiano partilhou com Simão a maior fatia do protagonismo no turbilhão ofensivo que foi quase toda a primeira parte (este a construir lances e aquele a rematar), mas o meio campo – estreando o figurino de “losango” em jogos oficiais – esteve de igual modo muito bem, quer nas transições, quer na circulação de bola, aspecto em que, diga-se, os encarnados têm vindo a demonstrar progressos notáveis com o engenheiro.
No segundo período o União esboçou uma ligeira reacção, mas o fantástico golo de Nuno Gomes, em lance de contra-ataque, matou o jogo. A grande penalidade transformada por Simão fixou o resultado, numa altura em que a festa tomara já conta das bancadas do Magalhães Pessoa.
Até final foi tempo de poupar forças, circular a bola e esperar tranquilamente pelo derradeiro apito de Paulo Baptiste - que diga-se fez uma boa arbitragem, apesar de mal auxiliado pelo assitente que acompanhou o ataque do Benfica na primeira parte, e assinalou mal dois foras-de-jogo em lances de bastante perigo para a baliza leiriense.
Espera-se que esta luminosa noite possa agora iluminar o Benfica para a difícil jornada europeia que se avizinha, e para os próximos jogos nacionais – lembrando que dentro de duas semanas teremos um palpitante F.C.Porto-Benfica. Para já, a contestação está vencida, justamente quando estamos a chegar ao meio do mês de Outubro, que eu dissera há muito tempo atrás ser o momento a partir do qual seria lícito fazer uma avaliação deste novo Benfica.
Fica agora também a dúvida acerca da utilização deste (4-4-2) ou do outro (4-2-3-1) sistema táctico nos próximos jogos, embora perante as ausências de Rui Costa e Karagounis não seja difícil adivinhar que a aposta seja, para já, de manter.
Em termos individuais daria as seguintes pontuações: Quim 3, Nelson 3, Ricardo Rocha 3, Luisão 4, Léo 3, Petit 3, Katsouranis 4, Nuno Assis 3, Simão 5, Nuno Gomes 3, Miccoli 5, Fonseca 2, Miguelito 2 e Beto 1.

7 comentários:

Anónimo disse...

AHAHAH

Benfica de Luxo? ou Leiria de Lixo?

Anónimo disse...

...e sem o Rui e o Karagonis. Espero que os sócios comecem a dar tempo a este treinador, aliás, como sempre defendi. Ultimamente tenho colhidos boas informações a seu respeito com quem já trabalhou com ele, (Rui Bento), só o acusando de ser um pouco duro de mais (e esta heim!)... mas bom técnicamente.

Anónimo disse...

O ser duro demais já eu sabia. Recordo-me de ter falado isso, penso até que justamente contigo, Brytto.
Teve alguns problemas no F.C.Porto com Zahovic, Sérgio Conceição e Jardel, justamente por ser mais rígido e intransigente no relacionamento com jogadores que estavam na altura habituados a Bobby Robson e António Oliveira.

Tecnicamente já mostrou ser um treinador capaz de colocar uma equipa a jogar bom futebol. Resta saber se conseguirá fazer do Benfica uma equipa ganhadora, que são coisas algo diferentes.
Nesta óptica, serão precisos mais jogos para avaliar. Mas os sinais são bons.

Também sempre defendi Fernando Santos, como todos os leitores sabem. Acho que houve problemas a mais com a equipa no início da temporada, aos quais Santos foi completamente alheio, e que perturbaram fortemente o seu rendimento.
Não há nenhuma opção de Fernando Santos da qual eu tenha discordado, apenas me parecendo que houve jogos em que foi demasiado audaz (curiosamente ao contrário da opinião da maioria dos adeptos), como com o Manchester, em que uma atitude mais calculista poderia ter valido um importante pontinho.

Anónimo disse...

Pedro,

Ao contrário do Marítimo (e não só) frente ao Porto, do Estrela frente ao Sporting, e também do Desportivo das Aves com o Benfica, não me parece que o União de Leiria tenha dado grandes facilidades ao Benfica.
Procurou jogar em contra-ataque, como seria de esperar, e até chegou a criar perigo com o resultado ainda em branco.
Depois foi a criatividade do Benfica, nomeadamente dos seus avançados, que baralhou por completo a defesa leiriense, e foi abrindo espaços para os golos.
Na segunda parte o União teve de arriscar, e ainda tentou reduzir a desvantagem nos primeiros minutos.
Esteve perto de marcar no lance imediatamente antes do 0-3. Depois o jogo acabou.

O Benfica fez neste jogo a melhor exibição colectiva que vi a uma equipa portuguesa esta temporada na nossa Liga.

Anónimo disse...

Video do ano!!!


http://www.youtube.com/watch?v=vxUaEAqh5us

A não perder

Anónimo disse...

LF

A táctica do jogo poderia ser um 4-3-3

Quim

Nelson
Luisão
R. Rocha
Léo

Petit ( médio mais recuado )
Katsouranis ( interior )
Nuno Assis ( interior )

Miccoli ( direita )
Nuno Gomes ( Centro )
Simão ( esquerda )

Devido á mobilidade dos avançados, a táctica é alterada muitas vezes durante o jogo, á situações em que parece 4-4-2, outras 4-2-3-1 ou em alguns situações 4-3-3

Julgo que a defender o esquema fica muito proximo do 4-1-4-1 porque nas alas o simão e o Miccoli fecham muito, ficando só o Nuno Gomes na frente

Esta equipa é muito rica tácticamente, só com grande capacidade fisica e dinamica, poderá baralhar os esquemas defensivos dos adversários

Anónimo disse...

Catn,
O José Manuel feitas da "Bola", considerou que o Benfica jogou em 4-3-3.
Apesar da mobilidade, pelo que se vê na televisão (sempre limitativo), pareceu-me evidente um 4-4-2.
Repare-se no lance do primeiro golo onde apareceu Simão. Foi esse o registo mais frequente, sobretudo na primeira parte.