ESCAPOU-SE DAS MÃOS...

Quando estamos perante jogos de elevadíssimo grau de dificuldade, em eliminatórias fechadas e equilibradas, qualquer erro costuma ser fatal. O “frango” sofrido por Helton derrotou o Porto, e não vale a pena adornar muito mais a questão - recordo apenas que uma inacreditável falha do célebre Costa Pereira custou ao Benfica a final de 1965 em San Siro, o que ilustra bem como estas coisas calham a todos.
Qualquer análise que se faça à partida de Stanford Bridge encalha necessariamente no momento em que a equipa de Mourinho logrou chegar à igualdade, depois de uma primeira parte extremamente pobre, em que pareceu sempre manietada por um Porto corajoso e organizado, onde Quaresma brilhava a grande altura.
O golo do "Cigano", na sequência de uma bonita triangulação, deu aos dragões aquilo que parecia mais difícil de conseguir: marcar. Os londrinos ficaram algo atordoados, o que fez acreditar ainda mais na possibilidade de os portistas poderem obter um triunfo histórico.
Em vantagem ao intervalo, se com um golpe de sorte o F.C.Porto voltasse a marcar decidiria a eliminatória, pelo que o Chelsea não poderia arriscar tudo. Seriam 45 minutos de sofrimento, mas as perspectivas eram optimistas para a equipa portuguesa.
Eis que surge aquele momento que, mais do que alterar o resultado, deitou por terra a alma portista, como que lhe mostrando que os deuses da fortuna não iriam estar do seu lado.
Era por outro lado o suplemento tónico que o Chelsea precisava para finalmente se encontrar, como equipa poderosíssima que é, e se encontrar com o jogo e com a eliminatória.
Com a eliminatória igualada Jesualdo terá cometido o pecado da gula. Já não havia para jogar assim tanto tempo como isso, e o técnico portista, ao invés de tentar segurar uma situação de igualdade que remetia para prolongamento e, quem sabe penáltis - ou seja bem mais do que seria de esperar no início deste jogo - procurou voltar a marcar a todo o custo, fazendo entrar Adriano para o lugar de Cech (tomando a troca de Meireles por Ibson como tacticamente neutra).
A equipa partiu-se e deixou que o Chelsea controlasse por completo o meio-campo, acabando naturalmente por marcar o segundo golo, também ele muito consentido (onde estava Bruno Alves ?).
Foi assim por erros próprios que o F.C.Porto perdeu uma soberana ocasião para deitar o Chelsea para fora da Champions League, algo que afinal chegou a estar mais perto de acontecer do que todos supúnhamos à partida para esta segunda mão – curiosamente o Porto acaba por estar em desvantagem apenas nos derradeiros 10 minutos dos 180 de toda eliminatória.

Nos outros jogos bem se pode dizer que nenhum dos favoritos conseguiu o apuramento: Barcelona, Lyon e Inter caíram.
Face aos resultados da primeira mão, a maior surpresa veio de Lyon, onde a Roma se impôs com grande categoria por 0-2. Uma exibição sublime do Liverpool não chegou para a vitória no jogo, mas foi suficiente para eliminar o campeão Barcelona. Em Valência a nota de destaque vai sobretudo para as inusuais cenas de violência ocorridas no final da partida, envolvendo vários jogadores e técnicos de abas as equipas, ao que parece iniciada por…Materazzi.
Jogos para hoje: Arsenal-PSV (0-1); Milan-Celtic (0-0); Bayern-Real Madrid (2-3) e Manchester United-Lille (1-0). Manchester e Milan deverão passar, ficando a maior fatia da curiosidade centrada nos outros dois combates.
Lamentavelmente a SportTV, com dois canais, só nos vai deixar ver um deles na íntegra (ainda que à nossa escolha), como tem sido norma desta temporada – a funcionalidade multijogos é interessante para seguir os resultados, mas não permite dar a atenção devida a jogos como estes.
Para quando o regresso dos diferidos integrais, sem informação do resultado?

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