AFINAL ATÉ ERA POSSÍVEL...

A derrota do Sporting no Olímpico de Roma deixa a amarga sensação de que tudo podia ter sido bem diferente. É um resultado que não compromete, mas nunca como ontem os leões terão estado tão perto de alcançar o sucesso em terras transalpinas, embora mais por deficiências alheias que por méritos próprios, deve dizer-se.
Foi um jogo de erros. Erro de Paulo Bento ao mexer, sem necessidade, no sector intermediário, erro de Tiago e Vukcevic no primeiro golo da Roma, erro de Abel e também Tonel no segundo, erro até do árbitro ao assinalar uma grande penalidade inexistente, que acabou por não ter consequências no resultado. Se há por vezes bons jogos de futebol com poucas oportunidades (pela emoção, intensidade, dramatismo, qualidade técnica), outros há em que as várias ocasiões de golo não chegam para se falar de um grande espectáculo, sobretudo quando as mesmas são originadas mais por erros primários do que por belas jogadas de ataque. Ontem foi um destes casos - o Roma em crise de confiança, e subtraído da sua grande estrela logo nos momentos iniciais do jogo, nunca foi a equipa que se temia, enquanto que o Sporting pareceu sentir em demasia as ausências de Stojkovic e, sobretudo, Anderson Polga, facto que lhe retirou coesão defensiva, e segurança nas transições.
Depois de um início autoritário da equipa da casa, coroado com um golo, o Sporting reagiu e empatou quase de imediato (finalmente o levezinho marcou na Liga dos Campeões...) no melhor lance do encontro. O resto do primeiro período foi estranho, com as equipas muito precipitadas no lançamento dos ataques, o que originou muitas perdas de bola, e erros infantis de posicionamento, tanto de um como do outro lado. Foi uma fase emocionante, mas genericamente mal jogada, e olhando até para as despidas bancadas do Olímpico, tudo parecia menos uma importante partida da Champions League.
No início do segundo tempo, e após o penálti defendido por Tiago, perante um Roma sem ideias nem velocidade, o Sporting foi paulatinamente controlando o jogo, e a dada altura quase parecia improvável que pudesse vir a sair sem pontos da cidade eterna. Foi então que mais um erro – que infantilidade de Abel…- acabou por dar uma machadada no jogo e nas pretensões do Sporting, que não mais se mostrou capaz de discutir o resultado.
Destaque individual para Liedson, pelo excelente golo, e para Romagnoli, o mais consistente dos leões. Desiludiram Tiago, Abel, Vukcevic e Yannick, para além dos que entraram e nada trouxeram de novo à equipa.
Deste jogo (como de outros) ressalta a ideia de que o Sporting dispõe de 12 ou 13 bons jogadores, mas não de alternativas credíveis no banco de suplentes. Tiago, Paredes, Farnerud, Celsinho, Had, Purovic etc, não parecem, por diferentes motivos, estar ao nível de uma Champions League. Por outro lado, Yannick Djaló tarda em confirmar o valor que lhe foi atribuído, dando a sensação de apenas jogar por não haver mais ninguém para o lugar. Veremos como Paulo Bento conseguirá gerir um plantel assim, ao longo da época, em quatro diferentes competições.
Nada está perdido. Se os leões ganharem por 1-0 dentro de duas semanas em Alvalade, ascendem ao segundo lugar em vantagem no confronto directo, tendo então apenas que fazer tantos pontos como a Roma diante de Manchester e Dínamo de Kiev. E até é possível que os romanos não ganhem mais nenhum jogo…

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