TRÊS PONTOS CAÍDOS DO CÉU

Em terra de doutores, quase se pode dizer que o Benfica passou o exame sem saber ler nem escrever.
VEDETA DA BOLA esteve em Coimbra, e viu um Benfica amorfo, demasiado expectante, falho de imaginação, e parecendo esperar que os golos e a vitória lhe acabassem por cair do céu, o que de resto viria a acontecer. Pode-se agora enaltecer a raça, a mentalidade e todos os vectores emocionais que têm feito da equipa de Camacho uma equipa ganhadora, mas o que é certo é que foi o infeliz guarda-redes da equipa dos estudantes o principal (único?) responsável pelo resultado do jogo de sábado.
Há condicionantes que explicam as dificuldades encontradas pelo Benfica. Em primeiro lugar, as ausências – sobretudo a de Rodriguez, eventualmente o melhor jogador da equipa nas últimas semanas -, e as necessárias alterações para as colmatar. Em segundo lugar, a aproximação de um ciclo infernal de jogos (Milan, Porto e Shakhtar), onde se decidirá muito daquilo que pode ser o resto da época dos encarnados, e que em momento algum terá naturalmente saído da cabeça dos jogadores. Finalmente, a lesão de Nuno Assis, logo na fase inicial da partida, que obrigou Camacho a uma alteração estrutural que não estaria certamente nos seus planos, e poderá também ter condicionado a prestação global da equipa.
O resultado de tudo isto foram as enormes dificuldades que o Benfica sentiu para derrotar uma equipa que, ainda assim, deixou perceber francas limitações, sem as quais dificilmente os encarnados teriam saído do campo com os três pontos.
Como o que conta é o resultado, ora aí está o Benfica, com cinco vitórias consecutivas, há trinta e dois jogos sem perder, e apostado em reduzir, na próxima semana, para um pontinho apenas a sua diferença para o líder. Assim se compreende o clima de festa em que terminou a partida de Coimbra, onde dos dezasseis mil espectadores presentes, pelo menos dez mil seriam apaniguados do clube da Luz, que na noite fria de Coimbra acabaram bem aquecidos com mais uma vitória obtida nos últimos instantes de jogo.
Individualmente, há que destacar as prestações de Rui Costa – o mais constante ao longo dos noventa minutos – , a primeira parte de Di Maria, que parece querer regressar às exibições que o fizeram dar nas vistas na fase inicial da temporada, e a segurança e sobriedade do regressado David Luíz. Depois, claro, o golpe de calcanhar de Luisão, e mais um golo de Freddy Adu. Tudo o resto foi pobre, muito pobre.

8 comentários:

Anónimo disse...

LF

Não se pode esquecer, que o golo da Académica foi uma oferta de Luís Filipe, não foi só o guarda redes da Académica que falhou

Agora diga-me LF, o que fez a Académica para ganhar o jogo ?

É certo, que o Benfica jogou muito mal, tanto os jogadores, como o treinador, mas a equipa luta e acredita sempre até ao arbito apitar para o fim do jogo

O Benfica não tem culpa de os nossos adversários cometam erros nos finais dos jogos, os nossos jogadores estão sempre á procura para marcar

Gostei muito do David Luiz, do Binya e do Rui Costa, não gostei nada do Luis Filipe, oferceu o golo da Academica e nunca se entendeu, com as marcações aos adversários

Valeram os 3 pontos, numa exibição fraca a nivel técnico, mas muito personalizada e com grande empenho

LF disse...

É um facto que a Académica pouco ou nada fez. Eu referi as suas limitações.
Aliás, deu sempre a sensação que só com uma oferta como a de Luis Filipe é que a Académica poderia marcar um golo.

Mas o Benfica jogou muito pouco também. Ao contrário de outras ocasiões, nem sequer correu por aí além.
Das 5 vitórias consecutivas, esta foi, quanto a mim, a pior exibição.
Rodriguez é, neste momento, imprescindível. E a semana vai ser duríssima.
Das mais duras dos últimos anos...

Anónimo disse...

Assim vai ser impossível, valha-nos o Sporting que vai permitindo alguma folga na luta pelo segundo lugar...
No Benfica, masi tarde ou mais cedo, isto é como o azeite, as suas lacunas mais que evidentes, vão vir ao de cima, e os empates e/ou derrotas seguir-se-ão, esta constatação parece-me evidente, portanto, alimento poucas ilusões. O Porto é de longe a melhor equipa, há muito tempo que não se verificava no nosso campeonato uma diferença tão evidente nos candidatos ao título (não estou a pensar na era Mourinho). A esperança, reside na continuidade do Porto na Liga dos campeões, conjuntamente com algumas lesões em jogadores-chave, a não ser assim, o campeão está mais que encontrado.

Anónimo disse...

Ah, e também depende das contratações de inverno, refiro-me a uma possível vinda de um ponta-de-lança digna desse nome, pelo menos mais móvel que o Cardoso e eficaz que este e o Nino Gomes, o que, diga-se, parece não ser muito dificil. Já agora, um organizador de jogo também não é má ideia, pois o rui Costa não vai durar a época toda...

Utilizador disse...

O Benfica no mercado de inverno precisa sobretudo um extremo-direito, que não tem no plantel (Maxi Pereira é uma adaptação...), e, talvez, de um avançado. Um organizador de jogo não me parece tão necessário, já quemos Rui Costa, Adu, Nuno Assis ou até Rodriguez...

LF disse...

Também reconheço que o Porto é a melhor equipa.
A diferença reside no facto de terem mantido Quaresma e Lucho, enquanto o Benfica vendeu Simão e Manuel Fernandes (justamente para clubes que pretendiam os portistas).
Depois, têm também a vantagem de ter uma equipa formada há três anos, e o Benfica estar agora a formar uma de novo.

Mas ao contrário do Brytto, julgo que o Benfica tem tendência a melhorar, pois o seu principal problema é a falta de rotinas que estes jogadores têm, e que, vindos de futebóis muito diferentes e menos exigentes, têm alguma dificuldade em adquirir tão rapidamente como seria necessário.
Se se centrar no campeonato, se não tiver azar com as lesões, e com o tal avançado concretizador que falta, o Benfica pode fazer uma grande segunda volta, e beneficiar do eventual desgaste do Porto.

Este Porto, ao contrário do de Mourinho, não é nenhum papão.
Tem fragilidades, tem um treinador mediano, depende muito de duas ou três individualidades, e pode muito bem ser batido.

LF disse...

Gosto muito mais de Maxi encostado à linha, do que como médio defensivo. Aliás, ele na selecção joga na ala, pelo que não me parece que se trate de uma adaptação.
Quanto ao Rodriguez, concordo que pode jogar como 10, tal como Di Maria, Nuno Assis, Adu, etc.
Mas creio que Rui Costa, se bem doseado, vai aguentar toda a época.
Não há nenhum como ele em Portugal, nem dinheiro para contratar alguém da sua categoria.

LF disse...

Quando falamos de Rui Costa, estamos a falar de um jogador ao nivel de Deco, Kaká, Messi etc.
É bom que tenhamos noção de que, quando ele acabar, acabou-se !
Não é substituível.