CLASSIFICAÇÃO "REAL"

Apesar do o segundo golo do Sporting ter sido obtido após um cabeceamento de Vukcevic em posição irregular, o resultado de 2-0 não deixa espaço para correcções.
F.C.PORTO 39
Benfica 37
Sporting 30

VEDETA DA JORNADA

ÓSCAR CARDOZO: Conforme previ aqui logo que, pelas primeiras vezes, o vi jogar na Copa América, o avançado paraguaio dificilmente seria no Benfica um jogador consensual. É lento a executar, perde lances daqueles que irritam fortemente quem está sentado nas bancadas, parece constantemente cansado, tem um pé direito cego e momentos de alheamento completo dos jogos.
Sendo tudo isto verdade, se um ponta-de-lança se avalia pelos golos que marca, “Tacuara” tem feito por merecer o crédito dos adeptos com vários golos, e muitos deles de importância extrema (Celtic, Donetsk e agora Guimarães). O Benfica está na UEFA graças ao paraguaio, mantém-se na Taça de Portugal com golos seus, e deu este fim-de-semana um importante passo na luta pelo segundo lugar com a sua marca goleadora. Estes são factos mais do que suficientes para justificar o investimento feito na sua contratação.

E DEUS FOI DO SPORTING...

Raramente um resultado de 2-0 num jogo da dimensão de um clássico se revela tão injusto quanto o foi o do Sporting-F.C.Porto de ontem. A melhor equipa em campo, a que se superiorizou claramente em 88 dos 90 minutos de jogo, a que criou mais e melhores oportunidades, dominou a bola, o espaço e os ritmos de jogo, foi a que acabou derrotada, fruto da sua ineficácia ofensiva, de muito azar e de dois erros individuais, um do seu guarda-redes, outro do árbitro assistente, praticamente no mesmo minuto, e que condicionaram implacavelmente o destino da partida.
Quando no seu primeiro ataque perigoso o Sporting marcou, já o F.C.Porto tinha desperdiçado ocasiões flagrantes de golo, e tinha visto o (outro) árbitro auxiliar anular-lhe, e bem, um cabeceamento de Lisandro Lopez para o fundo da baliza de Rui Patrício.
Os dragões, à semelhança do que haviam feito na Luz, entraram a todo o gás, dominando o meio-campo fruto da acção de um soberbo Lucho Gonzalez, e lançando-se como feras em busca da baliza adversária, quer por Quaresma, quer sobretudo por um incansável Lisandro.
Os dois golos foram um golpe duro na equipa de Jesualdo, mas depois de alguns minutos de perplexidade, o F.C.Porto partiu de novo em busca do golo. Foi contudo na segunda parte que o Porto mais perto esteve de marcar. Farias por duas vezes, Lucho e Lisandro por uma cada, apenas por milagre não alcançaram o golo.
O tempo foi passando e a sensação que ficou foi mesmo a de que não era o dia do F.C.Porto. A poucos instantes do final Liedson teve nos pés a possibilidade do 3-0, que acentuaria ainda mais a injustiça deste jogo.
Não se deve todavia esquecer ou menosprezar a atitude competitiva dos jogadores do Sporting, que durante todo o encontro quase comeram a relva. Nesse particular também se tem de admitir que não foi totalmente imerecida a sorte que o jogo lhes reservou.
Em termos individuais o destaque da partida vai para Pereirinha e Vukcevic entre os leões, e para Lucho e Lisandro nos portistas, se bem que o primeiro tenha revelado uma pontaria desastrada nas duas flagrantes oportunidades que teve para facturar.
A arbitragem, para além do segundo golo do Sporting, obtido a partir de posição de fora-de-jogo, perdoou a expulsão a Bruno Alves por agressão a Moutinho (o central é aliás useiro nestas situações de brutalidade, sobretudo quando joga com a camisola do F.C.Porto), e o amarelo a Vukcevic quando festejou o golo quase dentro das bancadas.

RAÇA BENFIQUISTA

Num dos jogos mais importantes desta fase da temporada, o Benfica gritou presente, afirmando bem alto a sua candidatura a uma qualificação directa para a Liga dos Campeões, e reposicionando-se como o mais sério candidato a esse objectivo.
Se não se pode falar de uma grandiosa exibição dos encarnados, há um aspecto em que o contraste com as suas performances mais recentes se fez notar, e que foi a fantástica atitude competitiva de todos os jogadores em campo, bem visível desde os momentos iniciais da partida. Foi pois na raça, no arreganho e no querer que a equipa de Camacho começou a desenhar esta vitória.
É claro que se tem também de falar na sorte do jogo, quer na obtenção de um golo quando ainda ninguém o justificava, quer naquele período de maior pressão vimaranense no início da segunda parte, em que um eventual 2-2 decerto viraria de pernas para o ar toda a história da partida. Mas como se sabe, não há vencedores sem sorte, e neste caso tem de se dizer que o Benfica fez tudo para a procurar e para a merecer, motivo pelo qual a justiça da sua vitória se afigura inatacável.
O Benfica tem agora uma oportunidade de se tranquilizar, quer dentro do balneário, quer entre os seus sócios e adeptos, não devendo desperdiçar a série de três jogos relativamente acessíveis que tem diante de si (enquanto Sporting terá de ir ao Restelo e ao Bonfim), de modo a poder eventualmente jogar em Alvalade com a vantagem reforçada, e sem ter de a pôr em disputa nessa partida. O título, mesmo com a derrota do F.C.Porto, continua, para já, sendo uma miragem. Mas no caso de mais uma escorregadela portista, o sonho pode até ganhar vida. Recorde-se que ainda haverá um F.C.Porto-Benfica.
Voltando ao jogo de Guimarães, em termos individuais o destaque terá naturalmente de ir para o goleador Cardozo, que se revelou uma vez mais determinante. Mesmo sem deslumbrar, leva já 14 golos de águia ao peito, tendo decidido à sua conta diversas e importantes partidas.
Nelson, Maxi, Katsouranis e Rui Costa também estiveram em bom plano, enquanto Di Maria deslumbrou no lance do segundo golo, mostrando que pode e deve fazer muito mais do que aquilo que muitas vezes tem feito.
Menos bem esteve Luís Filipe, com algumas comprometedoras falhas, mas a quem no entanto terão de se averbar também dois ou três lances em que evitou o golo dos minhotos.A arbitragem esteve mal, quer na avaliação dos foras-de-jogo (sobretudo do lado em que o Benfica atacou na primeira parte), quer no aspecto disciplinar. O cartão amarelo a Rui Costa foi ridículo, num lance que deveria ter dado origem a um livre perigoso contra o Vitória.

QUATRO ANOS DE SAUDADE
O momento mais triste que o futebol me proporcionou em toda a vida aconteceu há precisamente quatro anos. Nunca esquecerei os minutos de angústia numa noite de domingo, após o V.Guimarães-Benfica, procurando sofregamente nas rádios e nas televisões a notícia que me pudesse tranquilizar, a notícia que infelizmente nunca cheguei a ouvir. Os cânticos das claques, clamando pelo seu nome enquanto jazia no relvado, ainda ecoam em mim como um terrível arrepio. Confirmada a morte, nada no futebol me parecia fazer sentido. O resultado do jogo, a classificação do campeonato tornavam-se breves notas de rodapé de uma tragédia que, francamente, não estava preparado para viver, enquanto benfiquista, enquanto adepto do futebol e do desporto.
Quatro anos depois, importa reter a memória de um jovem que tombou de águia ao peito em pleno campo de batalha. Importa também lembrar que todas as rivalidades, polémicas intestinas e ódios ridículos que se colam abusivamente ao desporto, nada são quando comparados com uma simples vida humana, com a vida de um homem nos deixou na força da sua juventude. Miklos Fehér, um símbolo que não se apaga. Que nunca se apagará.

A CAN EM IMAGENS

A Taça de África das Nações é um espectáculo a não perder.
Colorido, festa, exotismo e futebol. Um futebol, eu diria, libertino, selvagem, sem grandes amarras tácticas, com criatividade e emoção a rodos, interpretado por um punhado de grandes jogadores, quase sempre melhores a construir do que a destruir.
Para quem, como eu, nasceu em África, este é também um momento de contacto, senão com o aroma e a atmosfera africana, pelo menos com o seu colorido e a sua magia.
Como uma imagem vale mais do que mil palavras, aqui fica um breve olhar sobre a CAN 2008:


A TAÇA A QUE NINGUÉM LIGA

A Taça da Liga prossegue a sua triste via-sacra até à final. Ontem mais dois sonolentos jogos, disputados em estádios completamente vazios, e perante o alheamento quase total do país desportivo.
O Sporting cumpriu a sua obrigação vencendo o Beira Mar em Alvalade, e ficando a apenas um ponto da final do Algarve. Aliás, a caminhada dos leões para a final desta prova faz lembrar o percurso que tiveram na temporada passada até vencer a Taça de Portugal – na qual jogaram sempre em casa frente a equipas de fundo da tabela -, sendo este contudo, ainda bem mais facilitado. Mesmo não vencendo qualquer equipa da primeira divisão, e perdendo até com uma da segunda, um estranho e absurdo regulamento tem aberto ao Sporting o caminho da conquista de um troféu. Deve dizer-se que os leões não têm culpa disso, mas não deixa de ser curiosa a forma que Paulo Bento encontra para motivar a sua equipa, lembrando que em dois jogos marcou sete golos e não sofreu nenhum, esquecendo, ou omitindo, que defrontou duas equipas de escalões secundários. Agora terá apenas de empatar em casa com uma outra, por sinal a última classificada da liga de honra, para seguir em frente.
Na final, está mais do que visto que o Sporting irá defrontar o Vitória de Setúbal, o que de algum modo, com um bom espectáculo, poderá resgatar, em parte, o prestígio da prova. Os sadinos até com uma derrota diante do Beira Mar se poderão apurar, desde que a mesma seja tangencial, não sendo crível que deitem fora a hipótese de voltarem a uma final.
Um regulamento a rever, sob pena de condenar ao fracasso desportivo e financeiro uma competição que até poderia ser interessante. Porque não uma fase de grupos inicial sema presença das equipas de topo, entrando estas só a partir dos quartos-de-final, não as desgastando e possibilitando-lhes assim de utilizar os seus principais jogadores e lutar para vencer a prova ?
Fica a sugestão.

SERÁ CULPA DELES?

Todos estes homens passaram pelo comando técnico do Benfica nos últimos 15 anos. Nenhum foi campeão no clube, e quase todos acabaram despedidos ou empurrados, no meio de turbulência, polémica e contestação.
Alguns conquistaram títulos europeus, outros títulos sul-americanos ou africanos. Quase todos foram campeões nacionais por outros clubes, em Portugal ou no estrangeiro. No Benfica nada conquistaram, à excepção da Taça de Portugal de Camacho em 2004.
Além deles, no mesmo período, ainda orientaram os encarnados Mário Wilson, Toni, Chalana, Shéu, Filipovic e Trappatoni (16 técnicos, a uma média de menos de um ano para cada). Só o italiano foi campeão, em circunstâncias muito especiais e sob grande contestação dos sócios durante quase toda a temporada, acabando por ser, também ele, empurrado porta fora, como aliás já antes haviam sido Mortimore ou Ivic.
Será o problema do Benfica um problema de treinador ?
Que técnico no mundo seria capaz de, nas circunstâncias actuais, devolver o clube aos títulos ?
Porque é que os sócios insistem e culpabilizar sempre os técnicos, sendo mais do que evidente que o problema não passa por aí ?
Numa altura em que se começa a falar de uma eventual saída de Camacho, é importante ter bem presentes estas reflexões.

POUCA TAÇA

A quinta eliminatória da Taça de Portugal teve pouco que contar.
Os favoritos venceram, e as equipas da primeira divisão afastadas foram-no por outras da sua igualha – com destaque para os candidatos à final Sp.Braga e Boavista. Apenas Sertanense (em Penafiel) e Moreirense (em Aveiro) lograram fazer cair conjuntos de escalão acima.
Não estive na Luz, e como o jogo não foi televisionado pouco poderei dizer acerca da exibição do Benfica. Neste tipo de partidas é difícil encontrar motivação para carregar no acelerador, e é assim que por vezes surgem as dificuldades e…as surpresas. Jogando melhor ou pior, os encarnados cumpriram contudo a sua obrigação. Tal como aliás Porto e Sporting, este último com um clube da II divisão B, que naturalmente lhe proporcionou ainda mais facilidades.
A minha expectativa para esta ronda incidia sobretudo naquilo que o Juventude de Évora poderia fazer em Barcelos diante do Gil Vicente, candidato à subida na Liga Vitalis. Conforme temia, a equipa eborense entrou mal no jogo, sofrendo dois golos no primeiro quarto de hora. Depois pouco mais havia a fazer do que defender a honra, o que, diga-se, acabou por ser conseguido, pois 0-3 no terreno de um adversário do topo da tabela do escalão acima, não envergonha ninguém. Enfim, para o ano há mais.
Para afogar a mágoa, nada como um palpitante Atlético de Madrid-Real Madrid para fechar o fim-de-semana futebolístico. Belo jogo, onde a maior experiência dos campeões se fez valer, perante um Atlético talentoso, mas ineficaz.

A CAUSA DAS COISAS

Atente-se bem nesta sequência de fotos, sobre a qual - tão elucidativa ela é - poucas palavras haveria a acrescentar, além da mera descrição das mesmas.
Os números inscritos sobre cada jogador significam o total de anos passados no clube.
Começemos pelo Benfica de Eriksson, bi-campeão nacional e finalista da Taça Uefa, eventualmente o melhor Benfica do pós-Eusébio:
Impressionante. Grande equipa, recheada de autênticas bandeiras da mística benfiquista. Não faço ideia do número total de títulos que consta nesta fotografia. Muitos certamente.
Veja-se agora a equipa de Toni, campeã em 93-94, também uma boa equipa:
A partir daqui, com Damásio e Artur Jorge, inicia-se um trajecto de decadência económica e desportiva do Benfica.
Jogadores que saíam, jogadores que entravam, estes quase sempre de qualidade menor que aqueles. Em breve o clube iria ficar fora das provas europeias, chegando a classificar-se num humilhante 6º lugar.
Observe-se por exemplo a tristonha equipa de 1997, com vários elementos dignos de figurar num plantel de fim de tabela:
Em 2001, com o fim do "valeeazevedismo", teve início a reconstrução do clube e da equipa. Depois de vencer uma Taça, mantendo a espinha dorsal, o Benfica chega ao título em 2004-2005 pela mão de Trappatoni:

Quando tudo parecia bem encaminhado, quando existia uma base sólida para prosseguir na senda das vitórias, eis que a gestão desportiva do clube, inexplicavelmente, fá-lo de novo mergulhar na depressão e na amargura das derrotas. Dois terceiros lugares consecutivos, muitas convulsões, polémicas, erros, e o que mais aí virá. Repare-se na equipa que jogou em Glasgow para a Liga dos Campeões, com a curiosidade de, dos dois jogadores nesta foto com mais tempo de casa, um ter estado suspenso ainda há bem pouco tempo, e outro terminar a carreira no fim da época. Se Léo também saír...

É verdade que os tempos são outros. Não é mais possível manter uma equipa por dez ou doze anos. Mas há quem trabalhe bem, e consiga segurar os jogadores pelo tempo suficiente para obter títulos. Olhe-se para a equipa do F.C.Porto que no passado fim-de-semana "despachou" o Braga por 4-0, e segue a caminho do tri-campeonato:

Nem um só jogador com menos de três anos de F.C.Porto. Todos, pelo menos, bi-campeões nacionais, dois campeões europeus e quatro campeões mundiais pelo clube. Tudo parece afinal bastante simples de explicar. Não é ?

BOLA QUADRADA

Eis um golo de Matateu, nos melhores tempos do Belenenses.
Nestes dias difíceis, fica o meu manifesto de solidariedade para com o clube do Restelo, onde até vou com alguma regularidade.

A SPORTINGUIZAÇÃO DO BENFICA?

O Benfica acaba de apresentar o seu primeiro reforço de Inverno. Trata-se de um desconhecido lateral esquerdo romeno, provavelmente com vista a antecipar a pré-anunciada saída de Léo no final da temporada.
O objectivo parece claro: substituir um internacional de 32 anos, com exigências salariais elevadas e com pouco potencial de realização de mais valias, por um jovem eventualmente transferível a médio prazo, e disposto a auferir um vencimento bastante abaixo dos mais bem pagos do plantel. A direcção encarnada insiste pois em seguir a lógica que presidiu à construção da equipa para esta época, assente exclusivamente em motivações económico-financeiras, deixando os aspectos desportivos para segundo plano.
Recorde-se que saíram no último verão do plantel benfiquista Simão Sabrosa, Miccoli e Karagounis (entre outros), nem mais nem menos do que os três jogadores mais bem pagos do clube, enquanto as contratações incidiram em jovens sul-americanos (Cardozo, Di Maria, Diaz, Bergessio, Maxi Pereira e Rodriguez), norte-americanos (Freddy Adu) e africanos (Binya e Zoro), - ao que também não terá sido alheia a desvalorização do dólar face ao euro - o que reflecte bem os objectivos do executivo benfiquista. As promoções de Miguel Vítor, Romeu Ribeiro, Bruno Costa, Ruben Lima e Yu Dabao, ou a contratação de Fábio Coentrão, obedecem ao mesmo princípio, ou seja, o de dotar o plantel de um número alargado de jovens, com vencimentos baixos ou moderados, de entre os quais um ou dois possam ser, ano a ano, alienados para grandes clubes europeus. Ao fim e ao cabo, Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira e a sua equipa tentam afincadamente descobrir o seu “Anderson” ou o seu “Nani”, para com eles encher os cofres com alguns milhões provenientes de um dos clubes europeus de top. Gastando para isso algum dinheiro em passes (investimento teoricamente recuperável), poupando por outro lado em salários (custo puro e duro).
Toda esta lógica parece inatacável sob o ponto de vista económico-financeiro. Mas será ela a mais correcta de aplicar à gestão de um clube de futebol ? Não creio.
É um erro crasso tentar gerir uma área com as especificidades do futebol como se de uma qualquer empresa comercial ou industrial se tratasse. No futebol tudo depende dos resultados verificados nos relvados, da bola que bate na barra ou entra na baliza, dum apuramento europeu, dum título nacional. Mesmo os mais genuínos aspectos econonómico-financeiros dependem da realidade desportiva, pois é através dela que se enchem estádios, se aumentam audiências televisivas, vendem camisolas e se conseguem mais associados, que os jogadores se valorizam ou desvalorizam, se mostram e cativam o mercado, se tornam seleccionáveis, sem falar nos ganhos directos obtidos por exemplo na Champions League, onde cada ponto tem o seu valor em dinheiro vivo.
Alguns clubes têm sonegado esta evidência, tratando da sua gestão pouco menos que á margem das particularidades do futebol, o que deriva em grande parte da chegada a este universo de um lote de gestores provenientes da banca e de sectores afins - frequentemente impostos no âmbito dos acordos de financiamento da construção dos novos estádios -, muitas vezes sem qualquer experiência no sector e desfasados das mais elementares práticas e rotinas de um mundo tão específico e tão peculiar como é o futebol profissional, quer pelo seu mediatismo, quer sobretudo pela a irracionalidade própria das paixões que desperta e alimenta.
O Sporting há já mais de uma década que labora neste erro, com os resultados que se conhecem, quer ao nível desportivo, quer, consequentemente, no plano financeiro. Lamentavelmente o Benfica parece querer seguir o mesmo caminho.
Tal como o F.C.Porto soube resistir ao assedio feito aos seus principais jogadores, também Simão, Karagounis e Miccoli (pelo menos) deveriam ter permanecido no Benfica. O clube da Luz tem uma longa história de títulos e sucessos, que ao ser posta em causa pode criar (como já aconteceu no passado recente) graves problemas de identidade, de afirmação junto da sua massa adepta, e danos irreparáveis no seu prestígio nacional e internacional. Ficando dois anos consecutivos em terceiro lugar, ao Benfica não bastava sequer manter o mesmo nível competitivo. Tinha necessariamente de o subir, mas, em nome de uma negada mas evidente lógica empresarializada, fez precisamente o contrário.
Com todos os titulares da época passada, e mais alguns dos reforços (Cardozo e Rodriguez por exemplo), com as rotinas de jogo entretanto criadas, seguramente que o Benfica estaria a disputar o título com o F.C.Porto, provavelmente estaria nos oitavos-de-final da Champions League, ao invés de ter 28 mil pessoas no estádio teria certamente mais de 50 mil, venderia muito mais cachecóis e camisolas, poderia continuar a sua campanha de angariação de novos sócios, e estaria a dar passos no sentido da sua total e definitiva estabilização como força dominante do futebol português. Se contabilizarmos todos estes aspectos, bem como a valorização dos jogadores daí decorrente, todo o investimento feito na manutenção de dois ou três salários mais elevados teria certamente valido a pena. Quando se conquistassem títulos, quando a valorização desportiva e económica dos activos atingisse o seu auge, então sim, sem pôr em causa os equilíbrios colectivos, poder-se-ia pensar em vender um ou outro jogador, e realizar assim as mais valias capazes de permitir continuar a investir em larga escala.Com a óbvia descaracterização do plantel (como se vê na foto, do onze que, há menos de dois anos disputou em Nou Camp os quartos-de-final da Liga dos Campeões, restam apenas dois jogadores e meio, Luisão, Petit e Léo, sendo que este último está, ao que parece, também de saída), com jogadores pouco ou nada familiarizados com o futebol europeu, com a perda de alguns dos seus mais experientes profissionais, o Benfica vê-se neste marasmo, sem títulos, com uma clara diminuição de receitas, com uma vincada desvalorização dos seus activos, alvo de constante desestabilização mediática, e consequentemente, cada vez mais objecto de um voltar de costas de muitos dos seus apaniguados – atente-se nas últimas assistências da Luz, e no facto de o estádio não ter enchido uma só vez ao longo desta época, mesmo tendo já recebido Sporting, F.C.Porto, Celtic e Milan.
A única forma de vencer no futebol, quer ao nível desportivo quer ao nível económico, é construindo grandes equipas. São elas que geram as receitas, são elas que proporcionam as mais-valias e os lucros. No fundo, há duas escolhas, investir, disputar títulos e ganhar dinheiro, ou ao invés, desinvestir, definhar e morrer. Para um clube como o Benfica a opção tem de ser clara.
É claro que o rigor orçamental é imprescindível, é claro que há que cumprir os compromissos. Mas a filosofia de base nunca pode ser a de construir um plantel a pensar nas mais-valias financeiras que cada um dos jogadores pode proporcionar, nem prescindindo de A ou B só porque tem um salário mais ou menos elevado, ou contratando X ou Y porque tem mais ou menos mercado. Um plantel ganhador deve ser sim construído exclusivamente em função das necessidades desportivas da equipa, e tão valorizado quanto o limite das possibilidades de investimento o permita. O aspecto económico deve ser uma condicionante, nunca um objectivo.
Há dois casos paradigmáticos de um e outro caminho entre os três grandes do futebol português (F.C.Porto e Sporting). Com duas realidades tão vincadas, julgo que seria relativamente fácil seguir o exemplo do sucesso, e abandonar o do fracasso.

VEDETA DA JORNADA

LISANDRO LOPEZ: Com mais dois golos marcados continua a destacar-se como uma das principais – senão a principal – figuras da Liga. Lisandro alia a combatividade de que já tinha dados mostras nas épocas anteriores, a uma eficácia rematadora que - pelo menos em Portugal - só agora explodiu, mas de forma extraordinariamente convincente. É de longe, nesta altura, o melhor avançado do nosso campeonato, e vai somando distinções.

CLASSIFICAÇÃO "REAL"

Já quase tudo ficou dito acerca do Benfica-Leixões. Obviamente há que atribuir mais dois pontos aos encarnados, algo que só não será pacífico diante do mais faccioso dos adeptos.
Nos jogos de Porto e Sporting não há motivos para qualquer correcção.
Eis a classificação:
F.C.PORTO 39
Benfica 34
Sporting 27

LEÃO INFELIZ

Se algumas das últimas exibições do Sporting tinham deixado muito a desejar, tem de se dizer, em nome da justiça, que em Coimbra os leões foram sobretudo vítimas da falta de sorte.
Num jogo que, estou em crer, caso corresse muito mal (derrota e má exibição), poderia até ditar a demissão de Paulo Bento, os jogadores do Sporting demonstraram vontade de sair da crise e lutaram bastante pela vitória. Acabaram por fazer o mais difícil, obtendo o golo já nos últimos dez minutos, mas a partir desse momento, uma espécie de fatalidade tomou conta da equipa. O Sporting foi recuando no terreno e deixando toda a inciativa a uma Académica até aí quase inofensiva que, sem nada a perder, foi à procura da sorte que acabou por a bafejar. O anunciado golo surgiu nos últimos segundos do jogo, na sequência de uma falha de marcação algo infantil, e já depois da barra da baliza de Rui Patrício ter devolvido um espantoso remate de Tiero. Embora tardio, embora no final de um jogo em que o Sporting foi francamente superior, deve-se dizer que poucos terão ficado supreendidos com o golo de Pavlovic, que surgiu naturalmente como que cumprindo um negro destino que se apoderou da equipa de Paulo Bento nesta fase da temporada.
Os leões, que em 26 jogos oficiais apenas venceram 10, deixam assim o terceiro lugar à mercê de um dos Vitórias (o que ganhar hoje no Bonfim), e com o calendário que têm pela frente têm bastos motivos para alguma apreensão.

DA MANSIDÃO AO DESESPERO


Num jogo de futebol que termina com o resultado em branco, e no qual a equipa de arbitragem invalida um golo limpo, transforma uma grande penalidade num livre fora da área (as faltas devem ser assinaladas onde terminam e não onde começam, e a linha faz parte da área), não assinala uma outra, marca faltas inexistentes deixando passar outras em claro, transforma pontapés de baliza em cantos, e enche uma equipa de cartões, decisões todas elas em prejuízo da mesma equipa, por muito mal que esta jogue, por muito fraco que seja o espectáculo, não há como evitar que seja ao árbitro e aos seus auxiliares que se tenha de apontar o dedo na hora de apurar os responsáveis maiores pelo resultado.
O Benfica jogou mal. Muito mal mesmo. Mas quem pode garantir o que aconteceria ao jogo se terminasse a primeira parte a vencer por 2-0, como os encarnados, mesmo assim, fizeram por justificar ?
Devo dizer que fui para a Luz sem saber quem era o árbitro, mas assim que vi Paulo Costa no aquecimento disse para quem estava ao lado que iria ser difícil ao Benfica vencer o jogo. Não entendo como este árbitro do Porto continua a apitar jogos do Benfica, quando demonstra desde há muito um peculiar cuidado em prejudicar o clube sempre que se trata de jogos do campeonato, nos quais os prejuízos na Luz correspondem a benefícios noutras paragens. Nesta partida contou com a colaboração de um zeloso assistente, Manso de seu nome, a quem só faltou mesmo entrar em campo para se transformar em mais um defesa da equipa de Matosinhos. Foi ele o homem do jogo. Foi ele que decidiu o resultado. Foi esta eventualmente a pior e mais tendenciosa arbitragem de todo este campeonato.
Passemos então ao futebol.
Conforme já disse, por muito que tenham sido tortas as linhas com que o mesmo se escreveu, o Benfica mereceu inteiramente o resultado. A equipa encarnada entrou a passo, sem ponta de agressividade, com um futebol muito afunilado, com Rui Costa em claro défice de rendimento – precisará talvez de uma ou duas semanas de descanso – e a sentir a falta de Rodriguez como impulsionador do jogo ofensivo da equipa. Na frente, nem a utilização de dois pontas-de-lança valeu a Camacho. Cardozo continua a dar mostras de alguma lentidão e de grandes limitações sempre que tem de utilizar o pé direito – que por vezes parece não ser muito melhor que o meu… -, enquanto Nuno Gomes persiste na sua falta de agressividade e combatividade que são já uma crónica faceta desta sua segunda passagem pelo Benfica.
A equipa encarnada nunca foi um conjunto, mantendo os seus sectores demasiado separados, e denunciando uma gritante incapacidade de se movimentar e trocar linhas de passe de modo a poder manter a bola em zonas ofensivas e causar desequilíbrios no adversário. Estes têm sido aliás os maiores pecados do Benfica nesta temporada, cujos resultados se vão expressando na tabela classificativa. No sábado até poderia ter ganho - com outra arbitragem, ou com uma pontinha de sorte no último lance do encontro - mas não o merecia. Atente-se a este facto: em quinze jogos, a equipa de Camacho ficou a zero em seis deles (!!), quatro dos quais em casa.
Com este empate, e com a vitória portista, o título ficou definitivamente entregue. Senão matematicamente, futebolisticamente todos sabemos já quem vai ser o campeão, pois em futebol podem haver surpresas, mas não costumam acontecer milagres.
É na forma como (não) foi preparada a temporada, que se situam as causas desta anunciada crise benfiquista. Como disse aqui na altura, esta iria ser (mais) uma época perdida, pois dificilmente ao longo da mesma, Camacho, Fernando Santos, José Mourinho ou qualquer outro treinador do mundo, iriam encontrar soluções para as saídas extemporâneas de Simão, Miccoli e Karagounis – os três melhores jogadores do Benfica na última época – e conseguir gerir com eficácia e resultados um plantel de 31 jogadores onde 18 eram novos, 14 dos quais - originários das mais diversas latitudes - sem qualquer experiência no futebol profissional europeu.
Tomando em linha de conta o que foi a conturbada pré-temporada benfiquista, tem de se dizer que o segundo lugar actual não pode ser entendido como um fracasso. Direi mais, no âmbito da actual correlação de forças do futebol português, só acidentalmente o Benfica poderá vencer um título ao F.C.Porto, sendo que para este estado de coisas a médio prazo se alterar, será necessário ao clube da Luz dar ainda muitos e criteriosos passos, um dos quais terá de ser forçosamente, a bem ou a mal, um redimensionamento das ambições dos seus adeptos, de modo a que se deixem mobilizar para objectivos mais modestos e mais de acordo com o potencial actual da sua equipa, não lhe virando as costas por estar em segundo lugar, mas antes ajudando-a a perceber que essa é por agora a classificação possível, e que só um trabalho coerente e paciente poderá permitir ao clube um futuro à altura do seu glorioso passado.
O Benfica teve com o título de 2004-05, a oportunidade de dar um passo em frente, e discutir a hegemonia portista. Hoje percebe-se claramente que, por incompetência, erros crassos, e tiros nos pés, desperdiçou essa possibilidade, deixando-se cair novamente para os patamares competitivos em que se encontrava em 2003. Na altura foi Camacho o homem que ressuscitou a equipa para os títulos, e até agora não ficou, na minha óptica, demonstrado que não possa ser ele, com tempo e paciência, de novo a fazê-lo.
Há jovens com qualidade no plantel, a quem é preciso dar tempo para exteriorizarem todo o seu talento (David Luíz, Freddy Adu, Di Maria, Cardozo, Binya etc, para além dos emprestados). Há taças por disputar, e há uma presença na Champions League a garantir.
O campeonato está perdido para o Benfica, mas a época não o está. E o futuro ainda menos.

SPORTING CAI NO BONFIM

Estranha fórmula a da Taça da Liga, na qual o Sporting, com duas derrotas, um empate e uma vitória tangencial frente ao Fátima, está às portas da final da prova. A rever urgentemente, sob pena de se assassinar uma boa ideia.
De resto, o jogo do Bonfim confirmou a crise sportinguista – que para além da fragilidade do plantel ainda aparenta um gigantesco défice de confiança -, e o bom momento do Vitória de Setúbal, que em todas as frentes apenas perdeu no Dragão. Não fosse Stojkovic e poderia ter havido goleada histórica.
O jogo de Coimbra ganha extrema importância para o Sporting, pois uma nova derrota poderá acarretar grandes mexidas no reino do leão.

FEIRA DE JANEIRO

É sabido que o chamado mercado de inverno não deve servir para reconstruir plantéis mas tão só para, de forma cirúrgica, resolver uma ou outra carência entretanto detectada, e por outro lado, libertar alguns excedentes menos adaptados ou com necessidade de rodagem.
No caso dos três principais clubes do futebol português as carências são, como é natural, inversamente proporcionais à classificação. O F.C.Porto de pouco mais precisa do que resgatar um ou outro emprestado, tendo também a oportunidade de se livrar de jogadores pouco ou nada utilizados por Jesualdo Ferreira. Os problemas do Benfica são mais de sedimentação de um modelo de jogo do que propriamente de plantel, muito embora uma ou outra posição pudesse e devesse ser reforçada. Enquanto que o Sporting, se quiser manter ainda algumas ambições para esta época – mas também de modo a preparar a próxima – terá imperiosamente de reforçar o seu quadro de jogadores.
Vejamos em concreto cada um dos casos:
Para além de dispor do melhor e mais rico plantel, o F.C.Porto tem ainda uma lista de emprestados de fazer inveja a qualquer um. Se por exemplo pensarem em vender Quaresma, os dragões têm ainda a rodar noutros clubes Hélder Barbosa, Bruno Gama, Vieirinha, Pitbull e Alan, opções, não do mesmo quilate é certo, mas perfeitamente válidas para manter os equilíbrios colectivos.
Aliás, por falar em vendas, com Bosingwa, Bruno Alves, Paulo Assunção, Lucho, Quaresma e Lisandro, o F.C.Porto tem em carteira um valor seguramente superior a 100 milhões de euros, que pode gerir como bem entender, agora ou no próximo verão.
É assim, com o rigor de uma boa gestão desportiva, e um grau de organização e método invejáveis, que o F.C.Porto está onde está, e os seus adversários estão onde estão.
Nesta reabertura de mercado, apenas seria de equacionar a aquisição de um lateral, preferencialmente capaz de fazer os dois corredores. Cláudio Pitbull e Ibson também poderiam ser boas soluções para fortalecer o grupo. Quanto a dispensas, creio que Lino, Mariano, Castro, Edgar, Rui Pedro e Kazmierczak têm pouco espaço para se afirmarem, ao passo que entre Farias e Hélder Postiga, um deles poderia muito bem ser vendido, até porque ambos dispõem de mercado.
Como disse acima, o problema mais grave do Benfica não me parece ser de falta de jogadores.
Os encarnados têm um plantel razoavelmente equilibrado, com opções para todos os lugares, que precisa de trabalhar muito e bem para construir automatismos, criar coesão colectiva, e definir um modelo de jogo capaz de fazer com que o conjunto consiga ser mais do que a soma dos seus elementos.
Aquilo que era prioritário fazer já foi feito, com as cedências de Bruno Costa, Zoro, Miguelito, Romeu Ribeiro, Miguel Vítor, Fábio Coentrão, Yu Dabao, Andrés Diaz e Bergessio, cujos respectivos processos se vão concluindo. Julgo que o guarda-redes Butt, com a recuperação de Moreira, também não terá grande espaço no plantel, até porque se trata de um jogador bastante oneroso.
Quanto a reforços, creio haver três posições algo carenciadas, sobretudo se pensarmos em termos de futuro: a de lateral esquerdo, por via da indefinição/idade de Léo -, a de médio ofensivo, dado Rui Costa se estar a despedir dos relvados, e a de ponta de lança, onde urge encontrar um parceiro para formar com Nuno Gomes e Cardozo um trio de opções – sendo que neste caso será imprescindível que se trate de um finalizador nato.
No mercado nacional não vejo nenhum “número dez” com perfil adequado às necessidades. Diego Souza podia, por agora, ser uma opção credível (e barata…). Todavia, quanto a laterais esquerdos (Adalto, Rodrigo Alvim e Jorge Ribeiro), e a pontas de lança (Edinho, Linz e Makukula), há alguns nomes a considerar, embora se saiba à partida que alguns deles, por diferentes motivos, não poderão constituir hipótese.
No que toca a avançados, Delgado assinou pelo Lyon, Soldado está a caminho do Getafe, Chevantón deverá ficar em Sevilha, pelo que as primeiras opções de Camacho estão descartadas. Nos últimos dias, o caso Katsouranis deixou em aberto a eventualidade de se abrir mais uma vaga como médio de transição. Tiago seria certamente o sonho de muitos benfiquistas, mas o seu salário não deve permitir acalentar muitas esperanças. Numa perspectiva mais modesta, Tiago Gomes do Estrela da Amadora (mais ofensivo), e Ruben Amorim do Belenenses (mais defensivo) poderiam constituir solução, isto falando apenas do mercado nacional.
A equipa de Paulo Bento foi a que, inequivocamente, demonstrou até agora mais e maiores carências no seu plantel. Sabendo-se como o dinheiro não abunda em Alvalade, este problema não tem solução fácil.
Comecemos portanto pelas dispensas. Para além de Paredes, jogadores como Marian Had, Celsinho e Farnerud não fazem qualquer falta aos leões. Por outro lado, com a aposta em Rui Patrício, parece redundante continuar a manter um guarda-redes internacional estrangeiro no plantel – sendo pois aconselhável a cedência de Stojkovic, até como forma de conseguir mais alguns meios financeiros.
Não conheço bem Pedro Silva, mas mesmo acreditando que se trate de um bom jogador, creio que o Sporting necessita de mais um lateral, sobretudo para jogar no lado esquerdo, e permitir a Ronny crescer com maior tranquilidade e sem a pressão de uma titularidade para a qual não está manifestamente preparado. André Marques, recentemente dispensado do União de Leiria, parece um caso perdido.
As outras duas prioridades situam-se mais adiante, designadamente nas alas, onde falta claramente um flanqueador que permita alargar o leque de opções tácticas a Paulo Bento, e sobretudo um ponta-de-lança, dada a escassez de argumentos patenteada por Purovic, a demora na afirmação de Yannick, e a incerteza na recuperação de Derlei.
Matheus do Vitória de Setúbal, é um jogador que talvez encaixasse bem no Sporting. Outro poderia ser o jovem João Ribeiro da Naval. Haverá dinheiro para isso ?
Caso não haja, restará ao Sporting promover o regresso de Saleiro (do Fátima), e rezar para que Derlei reapareça ao seu melhor nível.