UM EMPATE FELIZ

A quem tenha embarcado na onda de euforia gerada em redor deste Benfica, e esperasse que, por magia, ele se pudesse transformar no imediato numa grande equipa, talvez um empate caseiro tenha sabido a frustração. Não é, como sabem, o meu caso.
Dadas as circunstâncias do jogo – uma expulsão, duas lesões, um golo sofrido cedo -, e dado o potencial actual das equipas em presença, a divisão de pontos acaba por me satisfazer, e devo confessar que o último apito de Jorge Sousa me soou como o gong a um pugilista à beira do KO.
O F.C.Porto foi sempre mais equipa que o Benfica. E outra coisa não seria de esperar de um campeão nacional, com um modelo de jogo definido há várias épocas, com uma articulação de processos muito mais oleada e com uma maturidade individual e colectiva assinalável, que lhe permite impor os seus ritmos e transportar o jogo para os terrenos que mais lhe convêm a cada momento, isto para não falar, uma vez mais, na sua impressionante capacidade física e atlética.
Além de tudo isso, o F.C.Porto conta com uma unidade verdadeiramente acima de todas as outras, e que, mais do que resolver jogos, resolve campeonatos. Chama-se Lucho. Lucho Gonzalez. Ontem encheu o campo com a sua classe, a sua inteligência, a sua capacidade de gerir e determinar os tempos de jogo, de jogar e fazer jogar à sua volta. Para quem gosta de futebol, é um verdadeiro regalo ver actuar este fora-de-série, vê-lo serpentear pelo relvado, assistir e colocar-se de imediato de modo a abrir nova linha de passe, fechar espaços quando defende, abrí-los quando ataca, enfim, mostrando como deve jogar um médio moderno. Julgo ter sido a quinta vez que o vi em campo, e em todas elas me encheu os olhos.
O Benfica entrou bem no jogo mas o penálti infantil cometido por Katsouranis logo aos 10 minutos foi um duro golpe numa equipa ainda à procura de identidade, e que denuncia, como seria de esperar, grande dificuldades em materializar as ideias de jogo que se percebe existirem na cabeça de Quique Flores.
No resto do primeiro período, o domínio repartiu-se. Mais posse de bola para o Benfica, mas as melhores oportunidades de golo a pertenceram aos portistas, primeiro com Rodriguez a obrigar Quim a revelar toda a sua categoria, e depois com o poste a devolver um remate de Lisandro, dando sequência a um passe magistral de Lucho.
Na segunda parte, perante um Porto sabedor de que o tempo corria a seu favor e crente na incapacidade do adversário para chegar ao golo, o Benfica lá foi pugnando, pondo em campo tudo aquilo que neste momento lhe é possível pôr. O jogo perdeu qualidade, mas o resultado permanecia em aberto, ainda que a cada minuto que passava, a hipótese de vitória portista ganhasse maior consistência.
O Benfica sofrera entretanto já mais um golpe, com a lesão de Pablo Aimar - bem mais interventivo do que na primeira jornada. Entrou Nuno Gomes. Tacticamente pouco se alterou.
Acabou por ser uma falha de Helton a permitir ao Benfica chegar ao golo, dando alguma tranquilidade a quem, nas bancadas, já começava a ver repetido o filme da temporada anterior. A sorte que havia faltado até aí, parecia agora sorrir aos encarnados, que tinham ainda meia hora para procurar a vitória.
É em momentos como este que se percebe o nível de maturidade de umas equipas em relação a outras, e daí se entende porque motivo umas são campeãs e outras não. Sofrendo o golo, ao invés de se desequilibrar, o F.C.Porto quase ia marcando no lance imediato, perante o incompreensível descontrolo emocional da equipa da Luz, que parecia tolhida pela festa que se via nas bancadas.
Mais um sinal dessa imaturidade – dado paradoxalmente por um dos seus elementos mais experientes – foi a inacreditável expulsão de Katsouranis, na sequência de uma falta cometida no meio-campo do adversário (!). Era o terceiro e definitivo golpe nas possibilidades de o Benfica poder discutir a vitória - reduzido a dez, dando sinais de claro esgotamento físico, e vendo-se pouco depois privado também de Leó por lesão, o jogo benfiquista foi até ao fim um jogo de resistência.
O F.C.Porto cresceu, subiu no terreno, procurou incessantemente a vitória, ficando a dever a si próprio a perda de dois pontos. Quando o jogo terminou, Quique estaria seguramente mais feliz que Jesualdo com este empate.

Deste clássico ficam três notas positivas sobre o novo Benfica. Em primeiro lugar vê-se uma equipa com os sectores mais juntos, procurando funcionar como um bloco, ainda que as falhas sejam, por agora, muitas. Em segundo lugar, alguns jogadores menos conhecidos mostraram bons pormenores, destacando-se os casos de Yebda e Sidnei - este uma bela surpresa, postando-se desde já na antecâmara da titularidade. Por fim, realce para os lances de bola parada, que parecem estar a ser bem trabalhados, e beneficiam de uma maior capacidade de jogo aéreo face a épocas anteriores.
No outro lado da balança, ficou a nu a fragilidade do sector defensivo da equipa, nomeadamente no seu lado direito, esperando-se que até segunda-feira Rui Costa possa dar resposta a esta questão. Ruben Amorim, com a sua frescura, acabou por realizar um bom trabalho quando teve de entrar, mas falta claramente peso, força e classe àquele lado da linha defensiva, onde Maxi Pereira vai disfarçando como pode as suas insuficiências. A quebra física na ponta final do desafio não me parece preocupante, e pode até revelar um trabalho capaz de permitir uma ponta final de temporada a todo o gás.
O F.C.Porto está ainda longe da equipa da época passada, mas pareceu-me francamente melhor do que, por exemplo, no jogo da Supertaça. Fernando foi uma boa aposta, Tomas Costa não deslustra, e ficou-me na retina a facilidade com que Hulk dispara à baliza. Sobre Lucho já disse tudo, Rodriguez já conhecíamos e ainda deu um arzinho de sua graça, enquanto que Rolando terá remetido Pedro Emanuel, quem sabe em definitivo, para o banco de suplentes. É interessante, já agora, verificar a exibição de Rolando, e compará-la com as suas actuações ao serviço do Belenenses, sobretudo em jogos contra os dragões, onde quase invariavelmente, durante algumas épocas, comprometeu a sua equipa com erros crassos.

Sobre a arbitragem falarei na rubrica própria, a publicar depois de a jornada ficar concluída. Mas posso desde já adiantar que me parece ter estado globalmente bem.


Contra a corrupção, contra o ódio, contra o caciquismo saloio, contra o provincianismo barato, contra a arrogância, contra o cinismo, contra o vale tudo, contra a batota, contra a podridão, contra o crime, contra a impunidade.
Pela ética, pelos valores, pela justiça, pela verdade, pelo desporto, pelo futebol, pelo país.
Vamos todos à Luz ! E vamos vencer este jogo !
Força Benfica !

EQUIPAS ITALIANAS - 20 anos de frustrações

PIOR ERA IMPOSSÍVEL

Com apenas 3% de hipóteses de ter pela frente o mais perigoso dos não cabeças-de-série, o Benfica foi bastante infeliz no sorteio da Uefa, e vai mesmo ter de defrontar o Nápoles.
Para além de se tratar de uma equipa italiana - e a história é implacável a este respeito, com nove (!) eliminações em nove disputas nos últimos vinte anos -, o Nápoles é um clube em ascenção, procurando reencontrar o fulgor dos tempos de Maradona. Na época passada ficou em 8º lugar na série A, garantindo assim o regresso às competições europeias, após alguns anos de ausência.
Contando no seu plantel com jogadores como Lavezzi, Hamsik, Piá, Blasi ou Zalayeta, a equipa napolitana tem feito uma pré-época sensacional e será seguramente um adversário muito duro para o Benfica.
Das restantes equipas portuguesas só o Sp.Braga poderá sorrir (Artmédia). V.Guimarães (Portsmouth), Marítimo (Valência) e V.Setúbal (Heerenveen) terão grandes dificuldades em chegar à fase de grupos.

"Para mim, não é lógico que o F.C.Porto dispute a Liga dos Campeões, depois do seu envolvimento num caso de corrupção. A sua participação é negativa para a ética desportiva"

EIS SUAZO !

Confira aquilo que Suazo fez na última temporada:

Nada mal, atendendo ao plantel de que estamos a falar (Ibrahimovic, Crespo, Cruz, Adriano, Balotelli etc)

O SORTEIO DE AMANHÃ

BEM ME QUER : Nordsjallend-Benfica ; Vaslui-Braga ; Austria-Guimarães ; Partizan-Setúbal ; Copenhaga-Marítimo
MAL ME QUER : Benfica-Nápoles ; Braga-Dortmund ; Guimarães-Milan ; Setúbal-Sevilha ; Marítimo-Valencia

O SORTEIO DE HOJE

BEM ME QUER : Lyon -Sporting -Basileia -Anorthosis
MAL ME QUER : Manchester - Sporting -Zenit - Fiorentina
PS:Barcelona, Basileia e Shakhtar.... BEM ME QUER !

CRIME, DIGO EU !

O Vitória de Guimarães viu ser-lhe sonegado de forma bárbara o sonho de participar pela primeira vez na Liga dos Campeões.
Um anónimo fiscal-de-linha holandês invalidou um golo limpo aos minhotos a três minutos do fim do jogo de Basileia, colocando os suíços indevidamente na fase de grupos. Já na primeira mão a equipa de Cajuda havia tido fortes razões de queixa da arbitragem.
A minha dúvida reside em saber até que ponto este verdadeiro assalto não terá a ver com a acção dos vimaranenses junto do TAS no mês passado. Se assim é – e não ponho as mãos no lume por ninguém – o futebol estará bem pior do que eu penso, e o polvo que o condiciona e amorfinha será bem mais amplo do que todos supúnhamos.
O que é certo é que a UEFA, depois de - contrariando os seus próprios regulamentos, e sabe-se lá com que influências e meios - ter já colocado na fase de grupos uma equipa que não deveria lá estar, acaba agora de colocar outra. Vai já sendo manipulação a mais, e esta edição da Champions League começa a cheirar-me mal.

Portugal estará assim apenas representado por uma equipa – o Sporting. A outra, para mim é como se lá não estivesse, e faço votos para que perca os seis jogos.

OS JORGES NÃO SÃO TODOS IGUAIS, MAS...

Para o Benfica-F.C.Porto foi nomeado um árbitro do…Porto.
Bem sei que pessoas honestas e desonestas existem em todo o lado, e o passado diz-nos que árbitros de Setúbal, Évora, Portalegre ou Leira foram responsáveis por alguns dos maiores escândalos dos últimos anos, quase sempre em benefício dos portistas. Mas nestas coisas do ser e do parecer alinho pela rigorosa aplicação do princípio da mulher de César e, por isso mesmo, preferia ver na Luz um árbitro dependente de outra associação que não a sinistra A.F.Porto.
De salientar que Jorge Sousa já dirigiu o clássico do ano passado – com derrota benfiquista por 0-1 – e esteve bastante infeliz em vários jogos do Benfica que apitou ao longo da carreira.
- Recordo-me de um penálti inacreditável assinalado em Guimarães a nove minutos do fim, por suposta falta de Luisão sobre Romeu em 2004-05.
- Recordo-me também de ver o Benfica afastado da Taça de Portugal em casa, curiosamente pelo mesmo V.Guimarães, com um golo solitário obtido com a mão.
- Mais recentemente, na última época, Jorge Sousa começou logo mal a liga ao não ver uma cotovelada a Nuno Assis dentro da área do Leixões no jogo da 1ª jornada disputado no Bessa.
- Ainda na época passada, na recepção ao Braga, Pedro Mantorras foi derrubado na área nos últimos instantes do jogo, com o resultado em 1-1, e o juiz nada assinalou.
- Isto não falando do jogo da Taça, diante do Sporting em Alvalade (os 3-5), onde ficou por marcar um penálti claro sobre Di Maria, e outro mais discutível por agarrão a Luisão dentro da área, ambos ainda na primeira parte, passíveis de resolver de vez a eliminatória.
Em todos estes jogos o homem do apito era…Jorge Sousa.
Para além das preocupações que a equipa do Benfica me causa, também este árbitro me deixa pouco tranquilo para o clássico de sábado. Como se vê, com razões objectivas para tal.

OLHAR EM FRENTE

Os últimos textos aqui publicados reflectem e ilustram a minha natural insatisfação por aquilo que se vai passando no Benfica, insatisfação essa potenciada pelo tristonho empate de Vila do Conde.
O meu profundo benfiquismo dificilmente suporta a resignação e o desalento a que temos sido condenados desde há vários anos. Por isso, e só por isso, sinto por vezes a necessidade de dar voz à dor que me vai inundando a alma, mesmo correndo o risco de ser mal interpretado, sobretudo por todos aqueles que desejam, tanto como eu (mais é impossível), o sucesso do Benfica.
Tive o cuidado de escrever, antes ainda da época passada finalizar, um artigo de fundo sobre aquilo que eu pensava serem os passos necessários para reconduzir o clube ao lugar que o seu historial fez por merecer. Como se verifica, pouco ou nada do que lá está escrito foi levado à prática, e como tal, dificilmente deixaria de sentir uma enorme desilusão por mais uma pré-temporada conturbada e errática, e por aquilo que prevejo vir a ser mais uma época de adiamento, de espera, de frustração e de derrota.
Sou sócio do clube há quase um quarto de século, estando pois à beira de receber a águia de prata. Tenho lugar cativo no estádio há várias temporadas. Sou (pequeno) accionista da SAD. Sofro como poucos pelo clube, e quem ler os “Jogos para a Eternidade” aqui publicados, perceberá o quanto o Benfica é, foi e sempre será importante para mim. No próximo sábado estarei precisamente no meu 200º jogo ao vivo do Benfica, número considerável, sobretudo tendo em conta que vivi a maior parte da minha vida fora de Lisboa. Quero pois que fique bem claro que nada do que escreva, diga ou faça terá alguma vez o propósito de prejudicar, directa ou indirectamente, o clube que tanto amo.
Para não contribuir mais para o clima de desânimo que se vai instalando entre muitos benfiquistas, e dado que estamos em vésperas de um jogo grande, vou esquecer por agora todos os erros, insuficiências e incompetências do passado recente, e olhar em frente, esperando que, com o que existe, se possa fazer o melhor possível, e fazendo por acreditar que o futuro possa ser diferente.
Olhemos pois para o jogo com o F.C.Porto.
Se este clássico chega numa altura péssima para um Benfica, uma vez mais, à procura de nova identidade, também não se pode dizer que venha no momento certo para o F.C.Porto. Os Dragões ainda não convenceram neste início de época, debatem-se com alguns problemas tácticos por solucionar, e uma eventual derrota na Luz pode abrir caminho à instabilidade e à contestação.
Os laterais ainda não dão mostras da segurança que tem sido comum nas equipas portistas, o meio-campo ainda não está totalmente definido (Tomás Costa ? Guarin ? Meireles a trinco ?), e a má forma de Lisandro, aliada às dificuldades físicas de Mariano e Tarik, e à mais que certa saída de Quaresma, deixam no ar também algumas interrogações sobre o ataque. O clássico pode ser uma boa ocasião para o F.C.Porto repor a sua moral, mas pode também, em caso de derrota, mergulhar a equipa de Jesualdo numa crise capaz de desestabilizar a própria posição do treinador.
Poderá um Benfica tão verde (perdoem-me a expressão) ser capaz de fazer face a este Porto, e aproveitar as fragilidades que, de momento, ainda apresenta ?
Bem…, em futebol qualquer resultado é possível, e jogando em casa, com um maravilhoso estádio cheio de frenéticos adeptos, os encarnados, se tiverem a sorte do seu lado, poderão causar aquilo que para mim será uma surpresa.
Em termos de estratégia de jogo não há muito por onde mudar. Naturalmente a disponibilidade de um Reyes rotulado de craque, e de um Di Maria em grande forma (e motivadíssimo por uns Jogos Olímpicos muito bem conseguidos) poderão fazer sentar no banco tanto Ruben Amorim como o jovem Urreta. Na defesa e no meio campo, com David Luíz ainda de fora, não há como mudar seja o que for – talvez com o brasileiro recuperado, Katsouranis possa tomar conta do meio-campo defensivo encarnado, mas para já é imprescindível ao lado de Luisão. Na frente é que talvez fosse pertinente explorar a mobilidade de Nuno Gomes diante de um adversário que de certo não permitirá um caudal de jogo atacante muito elevado, em detrimento de um Cardozo mais lento e mais posicional. A entrada de Nuno teria ainda o condão de permitir um recuo de Aimar para uma segunda linha de meio-campo, onde, dispondo de mais espaço, poderia naturalmente fazer render melhor a sua elevada craveira técnica.O Benfica poderia pois apresentar-se num 4-2-3-1 flexível, com Carlos Martins uns passos à frente de Yebda, e uma linha de três homens (Reyes, Aimar e Di Maria), simultaneamente capaz de transportar a bola até à área adversária e povoar o meio-campo, conquistando superioridade númerica face ao trio portista.
Os sistemas tácticos são no entanto uma falácia, salvo se entendidos à luz do seu dinamismo. Começar em 4-3-3, 4-4-2 ou 4-2-3-1 pode ser precisamente a mesma coisa, pois os jogadores não são propriamente matraquilhos. Um meio-campo com Yebda, Martins e Aimar, e um ataque com Reyes, Nuno Gomes e Di Maria, tanto pode formar um 4-3-3, como um 4-4-2, se em dado momento de jogo os alas andarem um pouco para trás e Aimar um pouco para a frente. Enfim, esta análise ficará para outra altura.
Mais do que o desenho táctico, ou mesmo o onze escolhido, importa que o Benfica não cometa os erros defensivos que cometeu toda a época passada, e dos quais nesta ainda não se conseguiu livrar – como bem se viu em Vila do Conde. Importa também que os jogadores deixem tudo em campo, sabendo-se que o F.C.Porto é atleticamente superior, e irá, como é hábito nestes confrontos, tentar fazer valer essa sua vantagem, sobretudo na luta do meio-campo.Uma vitória seria naturalmente motivo de grande alegria, e daria à equipa a tranquilidade necessária para continuar o muito trabalho que tem ainda pela frente. Um empate não seria porém dramático, sendo bem mais aceitável que o ocorrido diante do Rio Ave. Que mais não seja porque o Porto também perderia pontos.

FORÇA GUIMARÃES !

CHOCANTE

Apesar de pouco ou nada terem conquistado nos relvados, muitos foram os bons jogadores que passaram pelo Benfica nos últimos anos.

Grande parte deles acabou por sair sem que o clube beneficiasse nada com isso. Uns em litígio, outros dispensados, outros oferecidos. Alguns ainda por não ter sido exercido direito de opção no final do respectivo empréstimo, ou simplesmente por terem terminado as carreiras.
Vejamos este naipe de jogadores:
Guarda-RedesEnke e Butt.
DefesasMiguel, Ricardo Rocha, Fernando Meira, Marchena, Anderson, Marco Caneira, Alcides e João Pereira.
MédiosPetit, Tiago, Deco, Rui Costa, Maniche, Manuel Fernandes, Karagounis e Nuno Assis.
AvançadosGeovanni, Miccoli, Cristian Rodriguez, Van Hooijdonk, Derlei e Sokota.
Uns são grandes jogadores, outros poderiam muito bem ser (ou ter sido) soluções credíveis para o banco de suplentes.
Este “plantel” daria por exemplo para formar um onze base com Enke, Miguel, Fernando Meira, Marchena, Marco Caneira, Petit, Maniche, Rui Costa, Deco, Miccoli e Rodriguez, e ainda restaria um fortíssimo banco com Tiago, Caneira, Manuel Fernandes, Karagounis ou Geovanni. Um luxo!

ESTES JOGADORES VENCERAM A TAÇA DE PORTUGAL !ESTES JOGADORES FORAM CAMPEÕES NACIONAIS !
ESTES JOGADORES CHEGARAM AOS QUARTOS-DE-FINAL DA CHAMPIONS LEAGUE !
ESTES JOGADORES FICARAM A DOIS PONTOS DO TÍTULO NACIONAL !

CLASSIFICAÇÃO REAL

Iniciada que está a nova temporada, VEDETA DA BOLA irá uma vez mais seguir minuciosamente o desempenho das arbitragens nos jogos dos três grandes, levando a cabo a já tradicional “Classificação Real”.
Recordo aqui as regras da dita, caso alguém não se lembre ou ainda não as conheça: são considerados golos mal anulados e indevidamente validados, penáltis mal assinalados e que fiquem por assinalar, posto o que, tendo em conta o resultado dos jogos, se faz a respectiva correcção, chegando-se assim aos pontos que cada uma das equipas poderia teoricamente ter sem esses erros. Não é perfeito (há muitas outras formas de manipular jogos sem ser através de foras-de-jogo ou penáltis), mas é o que se pode arranjar.
Vejamos pois, jogo por jogo, o que se passou nesta primeira jornada:
SPORTING-TROFENSE – Deu-se neste jogo o maior erro da jornada, com a marcação indevida de uma grande penalidade por falta cometida fora da área.
É importante elucidar os leitores de que as faltas devem ser assinaladas onde terminam e não onde começam. Para o caso pouco adianta, mas a verdade é que se tivermos em atenção este aspecto, talvez percebamos melhor a ilusão de óptica do árbitro assistente Luís Ramos, pois a falta termina a milímetros da linha da área.
A expulsão é indiscutível, pois o avançado do Trofense seguia isolado para a baliza.
Ficaram-me dúvidas no livre de que resultou o segundo golo do Sporting, lance que infelizmente não foi devidamente analisado pela cobertura televisiva. Deixo o benefício da dúvida ao juiz da partida.
De resto, com uma ou outra falha, com mais cartão amarelo menos cartão amarelo (recordo-me de ter ficado por mostrar um a Mércio), Paulo Baptista esteve em plano razoável, acabando penalizado por um erro que não foi seu. Resultado Real 3-0

F.C.PORTO-BELENENSES – Lamentavelmente ainda não tive a oportunidade de rever os lances que originaram a expulsão de Cassiano, e de que o técnico do Belenenses falou no final do jogo.
Do que vi, apercebi-me de um fora-de-jogo mal assinalado ao ataque do F.C.Porto, de um lançamento lateral assinalado ao contrário, também em prejuízo dos portistas e de um amarelo por mostrar a Pedro Emanuel. Nada do outro mundo, portanto. Resultado Real 2-0

RIO AVE-BENFICA – Ficaram-me sérias dúvidas num lance dentro da área do Rio Ave, em que Aimar parece ser impedido de chegar à bola por um adversário sem qualquer intenção de a jogar. À primeira vista parece uma carga de ombro regular, mas depois de ver as repetições ficam sérias dúvidas. Para não correr o risco de ser desde já acusado de parcialidade, e uma vez que, sinceramente, não tenho certezas absolutas sobre o lance, vou dar o benefício da dúvida a Carlos Xistra, e fazer, digamos, "vista grossa" a este lance.
No outro momento de contestação – suposta mão de um defesa vilacondense – não há motivo para falta. Ocorreu ainda um lance em que Luisão dominou a bola com a mão antes de rematar à baliza, que não tendo sido assinalado poderia ter consequências complicadas em caso de golo. Recordo ainda um pontapé de canto mal assinalado contra o Benfica. Resultado Real 1-1

CLASSIFICAÇÃO REAL
F.C.PORTO 3
SPORTING 3
Benfica 1
ADENDA: Depois de ver o lance da expulsão do jogador do Belenenses, terei de dizer que a mesma foi exagerada. Houve aliás, no decorrer do jogo, lances bem mais graves que nem cartão amarelo mereceram. De qualquer modo, as expulsões, justas ou injustas, não são objectiváveis em golos nem em pontos, pelo que a classificação fica como está.
Já agora queria dizer que, acerca do suposto penálti sobre o Aimar, após ver várias repetições, mantenho as minhas dúvidas. É claro que gostaria que tivesse sido assinalado, mas ignorando as camisolas terei de reconhecer que se trata de um lance de muito difícil análise.
Para que fique desde já claro (e já que estamos na primeira jornada), o meu critério será, na dúvida, deixar jogar. Ao fim e ao cabo, se tanto critico os árbitros portugueses por apitarem a tudo e a nada, não faria sentido que, por se tratar de um lance dentro da área e a favor do meu clube, mudasse de opinião.
Adeptos a pedirem penáltis para os seus clubes há muitos. Treinadores a queixarem-se, procurando pressionar, também (e Paulo Bento, que tecnicamente tanto admiro, deu mais um mau exemplo a este respeito). Tento, e continuarei a tentar, tanto quanto possível, fugir um pouco a esse registo.

ORA AÍ ESTÁ A DURA REALIDADE !

Terminado o foguetório da pré-temporada e das contratações bombásticas anunciadas por uma comunicação social parasita e ávida de engrossar as vendas, finalizada a fase de desafios particulares frente a adversários dóceis e em ritmo de treino, concluídos os Jogos Olímpicos (os melhores de que me lembro) suas glórias, suas medalhas e seus dramas, eis os benfiquistas confrontados com a dura e penosa realidade de um campeonato nacional que, ano após ano, se vai revelando uma competição cada vez mais madrasta para as suas (nossas) cores.
Alguns dos leitores que torceram o nariz ao que aqui expressei na passada semana acerca deste “novo” e tão propagandeado Benfica, terão percebido ontem, durante o jogo de Vila do Conde - contra uma equipa que apresentou um onze inicial com nove jogadores saídos da Liga de Honra e dois da II B -, a razão de ser do meu cepticismo. O Benfica, para além de não ser - nem poder de modo algum sê-lo - no imediato, uma verdadeira equipa, tem carências graves no seu plantel, que não só não foram resolvidas neste defeso como até terão sido, em certos casos, agravadas. Isso ficou ontem bem patente.
Abordagem ao jogo displicente; primeira parte pouco ou nada pressionante; equipa demasiado estendida no campo; grande distância entre linhas; transições lentas e desorganizadas; jogadores atleticamente frágeis, muito dados às marcações e sem serem capazes de oferecer linhas de passe aos colegas; laterais baixos e incapazes de fechar ao meio; centrais lentos, macios e trapalhões; meio-campo pouco criativo, sem agressividade nem mobilidade; alas pouco dados a tarefas defensivas; um avançado estático plantado na área adversária à espera de uma bola que nunca chega. Este podia muito bem ser o retrato do Benfica da temporada passada, na qual terminou a Liga em 4º lugar. Este podia muito bem ser o retrato do Benfica de ontem em Vila do Conde, no início de um campeonato que, volto a frisar, só por autêntico milagre poderá pensar em vencer.
A dado momento do jogo olhei para o quarteto do meio campo encarnado e vi Ruben Amorim, Yebda, Felipe Bastos e Urretavizcaya (dois juniores de 18 anos em estreia absoluta no futebol europeu, e mais dois outros jovens à procura de afirmação, sem qualquer experiência em equipas de topo). Se na temporada passada nos dissessem que este seria o meio-campo do Benfica, seguramente ninguém acreditaria. Mas a verdade é que com o recuo de Katsouranis para a defesa (perde-se um excelente médio e fica-se com um defesa sofrível), e com o adiantamento de Aimar para o ataque (sem resultados práticos nenhuns, que não o seu apagamento total), a lista de centro-campistas do plantel ao dispor de Quique Flores torna-se assustadoramente débil. No ano passado, ficando em quarto lugar, o Benfica tinha ainda assim ao seu dispor, por exemplo, Petit, Rui Costa, Cristian Rodriguez e Nuno Assis.
Para agravar o problema, a saída de Carlos Martins – o único que, através da sua poderosa meia distância, remava contra a maré da fatalidade – deixou a equipa ainda mais carente de soluções, e a entrada de Felipe Bastos não se revelou adequada às circunstâncias. O resultado de 0-0 ao intervalo era absolutamente óbvio.
Após o golo sofrido, já na segunda parte, o Benfica assumiu finalmente o domínio do jogo, mas conseguiu-o em grande parte à custa de um despovoamento defensivo que, diante de uma equipa mais expedita no contra-ataque, se tornaria certamente penoso. Os encarnados concluíram o jogo num 4-2-4 extremamente ousado, que podia num golpe de sorte ter valido uma vitória, mas que não é de todo utilizável em situações comuns. É uma solução que, com Aimar num dos flancos, torna ainda mais permeável a equipa nos momentos de transição defensiva, dificilmente permite ganhar o meio-campo caso o adversário não recue tanto como o Rio Ave o fez, e sem um ponta-de-lança matador pouco resulta em termos de eficácia ofensiva, pois as oportunidades criadas acabam por ser desperdiçadas. É uma espécie de futebol-kamikaze, que pode até resultar num jogo ou noutro, mas nunca vencerá um campeonato. Não nos iludamos pois com a última meia-hora benfiquista.
Quique está agora a começar a conhecer o campeonato português, os adversários, e os jogadores que tem à disposição. Acredito que possa um dia formar um conjunto melhor do que a amálgama de jogadores que se arrastou pelos relvados no ano passado. Não tenho é dúvidas de que, a consegui-lo, será só após vários meses de competição, numa altura em que a desvantagem pontual se irá provavelmente afigurar irreparável – uma derrota do próximo sábado colocará a distância já nos cinco pontos, quando “isto” ainda mal começou – com tudo o que isso trará de instabilidade, pressão mediática e descontentamento.
Conforme aqui disse, os campeonatos em Portugal decidem-se nas primeiras cinco ou seis semanas. Decidem-se até, em grande parte, desde a época anterior, e no modo como é preparada a seguinte. A manutenção de um plantel, de uma estrutura técnica, de um modelo de jogo, de automatismos em campo, de coesão dentro e fora dele, revelam-se quase sempre insuperáveis, face a quem revoluciona tudo.
É difícil, para não dizer impossível, resolver numa semana de mercado aquilo que não foi feito até aqui. É impossível fazer voltar Simão, Karagounis, Petit, Cristian Rodriguez ou mesmo Nuno Assis. Adianta pouco chorar sobre leite derramado. Resta esperar um ou outro retoque, esperar um mês ou dois para que a equipa possa apresentar-se como tal, aguardar por alguns (improváveis) desaires dos adversários, apontar baterias para a conquista de um troféu (Taça de Portugal ou Taça da Liga), e sobretudo – é a terceira vez, em três anos, que digo isto – não voltar a repetir no próximo defeso os erros que mais uma vez se voltaram a repetir neste. É imprescindível que o Benfica chegue a Abril/Maio com o seu plantel 2009/10 definido a noventa por cento. Espero não ter de dizer isto uma quarta vez.
Voltando ao jogo, e falando dos desempenhos individuais, gostaria de destacar a exibição de Léo, a entrada de Nuno Gomes, e salientar o talento de Urreta, que pode vir a ser um esplendoroso jogador dentro de dois ou três anos, mas cuja verdura ainda o castiga bastante, nomeadamente na definição final dos lances.
Sobre a arbitragem falarei na rubrica respectiva.

SPORTING E F.C.PORTO NÃO VACILAM

Sporting e F.C.Porto ultrapassaram com alguma facilidade os seus compromissos do fim-de-semana.
Nem leões nem dragões deslumbraram - o Sporting fê-lo mas apenas durante meia-hora -, mas as suas vitórias não sofrem contestação, até pelas facilidades concedidas pelos adversários.
Tanto um como outro tremeram um pouco a dada fase das respectivas partidas, mas a sua organização colectiva acabou por garantir os pontos.
No Sporting impressiona sobretudo a mobilidade do meio-campo e do ataque, em constantes e criteriosas trocas de posição. No F.C.Porto por seu turno, a inclusão de Tomás Costa pode ter começado a resolver o problema da saída de Paulo Assunção. Assistiu-se também a mais uma belíssima exibição de Lucho, claramente o melhor jogador da liga portuguesa.
Destaque para os sublimes golos de Yannick (em Alvalade) e Hulk (no Dragão).
Atenção ao Sp.Braga. Grande plantel e excelente treinador.

OS CAMPEONATOS DECIDEM-SE ATÉ OUTUBRO

Um campeonato de trinta jornadas é uma prova de regularidade e resistência. Ganha-se com talento, mas sobretudo com mentalidade, encarando todos os jogos como verdadeiras finais e não como simples etapas passíveis de recuperação. Mas se olharmos à história recente do futebol português, verificamos que há de facto jornadas mais importantes que outras, e essas são, justamente as primeiras.
É impressionante a sequência estatística dos últimos anos, de onde releva a forma reiterada como o F.C.Porto, mais estável e organizado, embala para os títulos nas primeiras rondas (até Outubro), e pelo contrário o Benfica, vítima de defesos turbulentos e indefinidos, acaba por cedo permitir distâncias que mais tarde se lhe tornam impossíveis de recuperar. Curiosamente ou talvez não, na única das últimas seis épocas em que tal não aconteceu, quem festejou no Maio seguinte foi precisamente a equipa da Luz.
Atente-se ao seguinte quadro:

Como se pode ver, à excepção de 2004-05, o F.C.Porto entrou na liga sempre a toda a velocidade, conquistando desde logo vantagens de vários pontos em poucas jornadas, acrescentando confiança aos jogadores, motivando adeptos, deprimindo rivais, e assim abrindo caminho para os títulos. Em 2004-05 foi o Benfica que iniciou a prova com três vitórias consecutivas, enquanto que o F.C.Porto, num ano de transição e instabilidade (Del Neri, Fernandez, Couceiro) pós título europeu, não foi além de três empates. No final do campeonato essa diferença revelou-se-lhe fatal, permitindo ao Benfica conquistar o seu único título nos últimos 15 anos.
Se conferirmos o calendário da edição 2008-09, e verificarmos que nas cinco primeiras jornadas se jogam os três clássicos, e na sétima o Benfica viaja até Guimarães, muitos motivos teremos para pensar que ao fim de poucas semanas de competição o campeão até pode estar mais ou menos encontrado, caso uma das equipas conquiste vantagem relevante.
Importa pois perceber que jogos como este de Vila do Conde não são uma mera cerimónia inaugural da liga, mas sim verdadeiros momentos de decisão. Só um Benfica que - milagrosamente, diga-se - se consiga apresentar em grande plano nestas primeiras sete jornadas, poderá efectivamente ter ambições ao título.
No domingo começa pois a decidir-se o campeonato. E não será após o intervalo - como muitas vezes no relvado se pensou ao longo da temporada passada, com os resultados que se conhecem - mas logo desde o apito inicial.

É importante não esquecer também as arbitragens, que assumem nesta fase um papel decisivo. Nos anos dourados do sistema, era precisamente nestes momentos que mais se faziam sentir os benefícios ao F.C.Porto, quer por naquelas bandas se saber bem a importância de arrancar na frente, quer por serem momentos em que benefícios e prejuízos passam mais despercebidos da opinião pública, ao contrário dos finais de campeonato, onde, com maior pressão classificativa, cada lance é objecto de maior e mais acesa discussão.
Muita atenção pois ao trabalho dos árbitros nestas primeiras rondas, sobretudo nos jogos com equipas mais pequenas. Muita atenção também aos árbitros assistentes, essas figuras sinistras que tanto fazem e de quem tão pouco se fala.

PONTAPÉ DE SAÍDA

No dia em que se inicia mais um campeonato nacional – é assim que o vou voltar a chamar, farto que estou de alterações e patrocínios, até porque a mim ninguém me paga -, importa fazer uma breve análise às forças em presença, designadamente aos crónicos candidatos ao título.
Há que começar por lembrar que qualquer observação que se faça sobre Benfica, Sporting ou F.C.Porto e sua capacidade relativa, não pode deixar de levar em consideração a classificação do campeonato anterior, no qual os portistas passearam uma superioridade quase chocante. É dessa premissa que se tem de partir, e sem a ter em mente, qualquer reflexão carecerá de objectividade e rigor. Importa portanto e sobretudo perceber se Benfica e Sporting criaram as condições necessárias para contrariar a clara vantagem que os dragões evidenciaram na época transacta. A meu ver o Sporting fê-lo, e apresenta-se como forte candidato ao título, enquanto o Benfica, salvo qualquer surpresa – nas quais o futebol é, como sabemos, fértil -, apenas terá, na melhor das hipóteses, reduzido distâncias para o rival nortenho.
Como benfiquista lamento, mais do que ninguém, não vislumbrar condições para embarcar na onda de euforia criada, sobretudo, por certa imprensa ávida de fazer dinheiro à custa da dimensão do clube encarnado.
As razões para este pouco optimismo são várias, e uma reflexão fria conduz-nos rapidamente a elas. Em primeiro lugar a SAD benfiquista não escapou uma vez mais aos pecados que lhe têm sido comuns desde há três épocas a esta parte, e que são já uma triste imagem de marca do clube encarnado a cada defeso que passa. Indefinição tardia do plantel – que de resto ainda não está fechado, justamente no dia em que se inicia a competição –, saída e entrada de jogadores em número considerável, alterações radicais em toda a estrutura profissional, foram aspectos que se voltaram a repetir no Benfica, sem que ninguém pareça perceber que é justamente neles que se iniciam as derrotas. Depois, julgo que as perdas de Petit, Rui Costa e Cristian Rodriguez são golpes demasiado duros para um plantel já de si algo vulgar ( no verão anterior haviam saído Simão, Miccoli, Karagounis e Anderson), e tenho fortes dúvidas que algumas das individualidades contratadas mantenham, ao longo de uma temporada longa e desgastante, o nível e a regularidade de rendimento físico e mental que aqueles três elementos normalmente asseguravam. Creio pois que ente saídas e entradas, o Benfica em pouco terá ficado a ganhar, e como tal, só por milagre – e é isso que espero de Quique Flores – encontrará forma de aniquilar, no curto prazo, uma distância competitiva enorme que tem deixado cavar pelo F.C.Porto, e ultimamente também pelo Sporting. É sobretudo no novo técnico que podem recair as esperanças de uma melhoria do Benfica, e só ele poderá fazer deste plantel encarnado uma equipa ganhadora. Por outras palavras, se o Benfica por acidente se sagrar campeão nacional em Maio próximo, Quique será um verdadeiro herói, como o foi Trapattoni há umas épocas atrás, perante – recorde-se – a incompreensão generalizada da original nação benfiquista.
Se o Benfica dificilmente se apresentará em condições de discutir o título, há que dizer também que, por outro lado, os portistas não parecem tão fortes como na época finda. As saídas de Bosingwa e Paulo Assunção foram até agora muito mal resolvidas, e o caso Quaresma pode deixar marcas profundas, quer em termos de alinhamento táctico (e o Benfica sofreu isso com o “sai-não sai” de Simão há dois anos), quer sobretudo no campo emocional.
Não creio que Sapunaru, Benitez, Tomás Costa, Guarin ou Hulk valham os cerca de 15 milhões de euros que o F.C.Porto gastou com eles - sobretudo tendo em conta que mantém uma rede de jovens jogadores emprestados com bem maior qualidade -, nem que algum deles consiga fazer esquecer as perdas de Bosingwa e Paulo Assunção. A única contratação de grande qualidade feita pelos dragões foi Cristian Rodriguez, mas a mais que provável saída de Quaresma acaba por equilibrar a balança em relação à posição de extremo, com a particularidade de o uruguaio induzir mais uma vez Jesualdo a optar por um 4-3-3, que aparentemente só era mantido fruto da rigidez táctica imposta pelo criativo futebol do cigano numa das alas.
Olhando para o plantel do F.C.Porto impressiona a aparente fragilidade do seu sector defensivo, onde o irregular Helton figura atrás de um quarteto formado pelo insatisfeito Bruno Alves, pelo cada vez mais veterano Pedro Emanuel, e por um conjunto de laterais de mais do que duvidosa qualidade, onde apenas Fucile, de algum modo, parece ser excepção. À sua frente, para um meio-campo defensivo órfão de Paulo Assunção, não se vêm grandes alternativas. Enfim, talvez estaremos perante um ano de transição no dragão.

Quem fica a ganhar com as indefinições de F.C.Porto e Benfica é claramente um Sporting que, gastando menos dinheiro que os rivais, e mantendo um orçamento inferior, consegue apresentar uma equipa compacta e extremamente competitiva à partida para a nova época.
Os motivos para esta realidade são fáceis de explicar: os leões mantém o mesmo treinador há quatro épocas, mantém uma espinha dorsal constante e identificada com a cultura do clube (Tonel, Polga, Veloso, Moutinho, Liedson entre outros), seguraram os seus principais jogadores, contrataram pouco e bem (três internacionais), e partem com uma dinâmica de vitória considerável alicerçada nos triunfos da Taça de Portugal, a terminar a época anterior, e na Supertaça, a iniciar a corrente ( contando com duas vitórias claras sobre cada um dos rivais em poucos meses). A acrescentar a estes aspectos, há que dizer que o Sporting vê agora também crescer alguns dos seus talentos, que com mais um/dois anos, começam a entrar na fase de maior maturidade, durante a qual normalmente se conquistam títulos – a este nível é absolutamente notável a progressão de Yannick Djaló, jogador que julgo estar já hoje na antecâmara da selecção A.
Muito embora seja o Benfica a dominar as primeiras páginas dos jornais, há pois que dizer que o verdadeiro campeão da pré-temporada é o Sporting. Os leões dividem com o campeão F.C.Porto a favoritismo quanto à conquista do título, e no caso de ter mesmo de apostar num deles, não hesitaria em colocar as fichas na equipa de Paulo Bento.
Vejamos em resumo, para concluir, os pontos mais fortes e mais fracos de cada um dos grandes:


F.C.PORTO

(+) cultura de campeão ; organização em campo e fora dele; impressionante capacidade atlética dos seus jogadores; contratação de Rodriguez ; manutenção de Lucho e Lisandro, os seus dois melhores jogadores
(-) saídas de Bosingwa e Paulo Assunção sem que se vislumbrem substitutos à altura ; indefinição quanto ao futuro de Quaresma ; difícil gestão de expectativas depois de uma época de grande superioridade ; sector defensivo fragilizado


SPORTING

(+) manutenção de toda a estrutura técnica e do plantel ; boas e cirúrgicas contratações ; dinâmica de vitória considerável, depois das vitórias nas taças ; crescimento e maturação de alguns dos seus jovens talentos ; lote de opções considerável, sobretudo do meio-campo para a frente
(-) Rui Patrício continua a parecer demasiado verde para as ambições do clube ; remota eventualidade de problemas de gestão de balneário, agora que os lugares no onze começam a ser mais disputados


BENFICA

(+) contratação de um técnico bastante promissor e de um preparador físico de topo europeu ; possível explosão de talentos como David Luíz, Urreta ou Di Maria ; melhoria ao nível do jogo aéreo, com as manutenções de Cardozo, Katsouranis, Luisão e a contratação de Yebda ; tem o melhor guarda-redes da liga
(-) baixas graves no plantel como os experientes internacionais Petit, Rui Costa e Rodriguez, para além de outros bons jogadores como Adu ou Nuno Assis ; nova revolução, com substituição de toda a estrutura ; mais uma vez entradas e saídas de jogadores em catadupa, e sem aparente critério ; mais uma vez definição tardia do plantel, com os folhetins relativos a contratações a arrastarem-se ; plantel demasiado estrangeirado, sem grandes referências clubistas, e com demasiados jogadores pouco dados ao sofrimento de uma liga muito combativa ; debilidade atlética de grande parte dos jogadores do plantel ; laterais baixos e rigidos nas basculações ; alas e centro-campistas pouco dados a tarefas defensivas

UM, DOIS, TRÊS ; O BENFICA EM GRANDE NAS OLIMPÍADAS

NÉLSON ÉVORA (Portugal) Triplo-Salto - MEDALHA DE OURO
VANESSA FERNANDES (Portugal) Triatlo - MEDALHA DE PRATA
ANGEL DI MARIA (Argentina) Futebol - MEDALHA DE PRATA OU OURO
Três atletas do Benfica a brilhar nos Jogos Olímpicos.
Parabéns a todos eles, em especial aos dois portugueses, e muito em particular a Nélson Évora, quarto campeão olímpico da história do desporto nacional, acabado há minutos de voar para a imortalidade em Pequim.

DE VOLTA

Depois de um saboroso período de férias, VEDETA DA BOLA regressa hoje ao seu convívio - tal como prometido, antes do pontapé de saída da Liga 2008-2009.
Muita coisa se passou entretanto, e seria fastidioso e inoportuno comentar agora de forma minuciosa cada uma das transferências ou cada um dos jogos de preparação efectuados, até porque, para ser franco, tenho dado muito mais atenção aos Jogos Olímpicos do que propriamente à actualidade futebolística, seguindo avidamente - ao longo de noites sem dormir - as fabulosas performances de Michael Phelps, Usain Bolt ou da nossa Vanessa Fernandes, acompanhando modalidades que normalmente me escapam (tiro, canoagem, esgrima ou ginástica, por exemplo), seguindo as lutas pelas medalhas, os records, os dramas próprios da competição e todo o colorido em seu redor, pois para além de benfiquista gosto sobretudo de futebol, e para além do futebol amo a o desporto em geral.
Deste período de ausência, ressaltam todavia alguns assuntos que não gostava de deixar passar em claro, e aos quais me irei agora referir para que nos próximos dias possa então entrar definitivamente na actualidade. São os seguintes:

TRANSFERÊNCIA DE PETIT – A saída do internacional do Benfica caiu-me como uma bomba, e estranhei profundamente a forma superficial e ligeira como foi tratada por uma comunicação social sempre lesta a vislumbrar grandes vedetas em jogadores vulgares que chegam, quase diariamente, do outro lado do atlântico.
Petit foi titular da selecção nacional no último Europeu, era um dos capitães de equipa, e um dos mais antigos jogadores do clube. Sempre demonstrou total empenho e profissionalismo, sendo dos poucos que conferia alguma experiência e segurança competitiva a um plantel recheado de jovens à procura de afirmação.
Durante a época transacta, tive conhecimento da existência de alguns problemas de relacionamento entre Rui Costa e Petit, que inclusivamente terminaram um jogo em acesa discussão ainda no relvado. Não creio contudo que tal possa justificar uma dispensa – é disso que se trata -, pois uma equipa de futebol, como qualquer estrutura profissional, não pode ser formada com base em critérios de amizade. A ser assim, também Óscar Cardozo, entre outros, teria guia de marcha garantida, pois também ele, ao que sei, não faz parte do núcleo de simpatias do novo director-desportivo – foi aliás o único jogador em campo a não felicitar Rui Costa quando o “maestro” foi substituído no seu jogo de despedida.
Não terá sido também por aparecer de quando em vez num qualquer local de diversão nocturna que Petit se tornou dispensável, pois as contratações entretanto efectuadas – e já lá irei – abrangeram mais do que um jogador com fama de boémio, epíteto que o médio, diga-se, estava longe de justificar. É importante lembrar que o seu rendimento na última temporada foi altamente condicionado por sucessivas lesões, que nunca o deixaram atingir um estado de forma ideal.
Havendo uma proposta vantajosa para o clube entender-se-ia, dada a sua idade, uma venda do respectivo passe (ainda que o valor tivesse de ser dividido com o Boavista). Uma dispensa a custo zero custa a aceitar, até porque se Rui Costa jogou, e bem, até aos 36, se Léo, aos 32, viu renovado o seu contrato, não seriam os 32 anos de Petit a obstar a mais uma ou duas boas épocas, fazendo valer a sua experiência, a sua cultura táctica, a sua alma de lutador.
O futuro dirá quanta falta Petit fará no meio-campo benfiquista. Mas uma coisa já é certa: com as saídas de Petit, depois de Simão, Miguel, Tiago, Manuel Fernandes, Ricardo Rocha, e agora também Nuno Assis (veremos ainda se Mantorras e Nuno Gomes), morre definitivamente um certo Benfica. Um Benfica que chegou aos títulos rompendo um prolongado jejum, e deu esperança aos adeptos de finalmente poder devolver o clube ao lugar que o seu historial nunca deixou de justificar.
Mais uma vez tudo terá de começar de novo…

CONTRATAÇÃO DE REYES – Espero estar francamente enganado, mas este é um exemplo paradigmático do perfil de jogador que eu nunca contrataria para o Benfica.
Não pela sua qualidade técnica, que é inegável, mas por tudo aquilo que indicia uma carreira errante e em quase constante e galopante decadência, pelo dinheiro que já ganhou (e continua a ganhar), pela ambição que provavelmente não conseguirá encontrar numa liga como a portuguesa.
Reyes despontou no Sevilha, chegou à selecção espanhola e foi contratado pelo Arsenal. A partir daí foi a queda total. Do banco londrino para o banco do Bernabéu, e deste para a lista de dispensas do Atlético de Madrid, sempre com salários elevadíssimos, e com fama (e possivelmente proveito) de levar uma vida recheada de descontracção, noite e prazeres vários.
Espero que Quique Flores consiga fazer com ele o que, por exemplo, Mourinho tem feito com alguns sobre os quais eu não apostaria um pau de fósforo queimado. O técnico espanhol deve conhecê-lo bem, e supõe-se que saiba como motivá-lo. Mas se no fim do ano nos lembrarmos, por exemplo, de um Laurent Robert – curiosamente de quem o “Special One” também dizia maravilhas -, não ficarei muito admirado.
Deixo aqui a aposta em como, com o decorrer da época, Di Maria o irá sentar no banco.

A PRÉ-ÉPOCA DO BENFICA – Embora os últimos dois jogos tenham deixado melhor impressão que as horripilantes exibições anteriores, não me parece haver motivo para as grandes euforias que já se vão vivendo, como de resto tem sido habitual, ano após ano, suceder na Luz.
É verdade que em apenas duas semanas Quique Flores conseguiu ultrapassar uma fase de total indefinição de plantel, e chegar a um onze-base mais ou menos estabilizado. E é também verdade que a qualidade do futebol apresentado a espaços diante de Feyenoord e Inter não se viu muitas vezes durante toda a época que passou.
Mas, deixando de lado os princípios de jogo que permanecem por adquirir, as rotinas que demorarão a estabelecer, e olhando exclusivamente às saídas e entradas do plantel benfiquista, se verificarmos que saíram “apenas” Petit, Rui Costa, Cristian Rodriguez, Nuno Assis, Freddy Adu e o mais que se verá (Nelson ?, Nuno Gomes ?, Di Maria ?, Makukula ?), e que os mesmos foram substituídos por apostas de risco elevado em jogadores à procura de afirmação (Sidnei e Urreta) ou reabilitação (Carlos Martins, Aimar ou Reyes), se nos lembrarmos que o Benfica ficou a mais de vinte (!!!) pontos do F.C.Porto no último campeonato, que o Sporting se reforçou bastante, e que tal panorama impunha ao Benfica um incremento real de qualidade, alma e identidade (não necessariamente de estrelas mediáticas), de modo a poder reaproximar distâncias, chegaremos à conclusão que o mundo benfiquista não está tão cor-de-rosa como certa imprensa já o pinta, e que talvez tivesse sido mais prudente - e seguramente menos oneroso - evitar esta profunda revolução, que leva implacavelmente os encarnados mais uma vez para a terceira posição na grelha de partida de favoritos para o campeonato que se aproxima.
É preciso ter a frieza suficiente para perceber que o plantel do Benfica não é superior ao da época passada, e está, grosso modo, à mesma distância qualitativa que estava do ainda bastante superior F.C.Porto (quer em individualidades, quer sobretudo em termos físico-atléticos e de organização táctica), tendo entretanto visto também o Sporting (carregado de talento e opções em quantidade e qualidade) afastar-se na hierarquia do futebol português corrente. Acredito que deste plantel, Quique possa fazer uma equipa melhor que a da última época – mal de nós que assim não seja. Mas não creio ser possível a este Benfica sonhar com o título nacional, pois a concorrência não pára, enquanto o clube da Luz, olhando ano sobre ano para o seu próprio umbigo, persiste em cometer constantemente os mesmos erros, deixando sair os seus melhores jogadores, contratando a eito, quase sempre sem critério e a ver o que dá, enterrando as aspirações em defesos erráticos, e depois, esperando que por milagre divino os títulos lhe voltem a sorrir, apontando por fim as baterias da desilusão e da resignação para a temporada seguinte.
Quer isto dizer que me sinta desmotivado enquanto sócio e adepto, ou que vá deixar de apoiar a equipa ? Nem pouco mais ou menos !
O Benfica precisa de apoio, os jogadores que lá estão, bem como os que chegaram, precisam de sentir a força da massa adepta do clube. Apesar do que disse acima, acredito na seriedade do trabalho de Rui Costa e Quique Flores. Penso contudo que seria prudente e sensato falar verdade aos sócios e expor os verdadeiros objectivos do Benfica para esta temporada. Julgo que, com esta equipa, apontar para mais do que um segundo lugar no campeonato, e a eventual conquista de um troféu (Taça de Portugal ou Taça da Liga), será sonhar demasiado alto, e correr o risco de proporcionar mais uma profunda decepção no povo encarnado, sobretudo entre aqueles que, ao contrário de mim, se deixam embarcar no ilusionismo mediático reiteradamente criado em redor do clube da águia.

SUPERTAÇA – A abrir a época oficial assistiu-se a um banho de futebol do Sporting ao F.C.Porto, consubstanciado numa vitória tão clara como justa, e numa superioridade tal que nem um penálti falhado foi capaz de disfarçar.
Confirmou-se a tendência de Paulo Bento para vencer o F.C.Porto, e confirmou-se também a fortíssima candidatura ao título de um leão cada vez mais compacto, mais afirmativo e mais empolgante. Nos últimos oito meses os leões derrotaram o F.C.Porto por três vezes (todas por 2-0), e o Benfica por duas (5-3 e 2-0). Mantiveram toda a estrutura da época anterior, reforçando-a vigorosamente. Que mais será necessário para lhe conceder algum favoritismo na luta pelo título ?
O F.C.Porto, por seu turno, denunciou fragilidades que podem comprometer a sua época – aqueles laterais…- e abrir espaço para a intromissão de um dos rivais no seu ciclo de hegemonia (Sporting ?). Os portistas não terão ainda resolvido devidamente as saídas de Bosingwa e Paulo Assunção, evidenciando problemas em impor o seu modelo de jogo, bastante ancorado naqueles dois jogadores . Isto para além do caso-Quaresma que pode também ter de algum modo viciado um edifício habitualmente inexpugnável.
Não estive no Estádio do Algarve, mas chegaram-me ecos dos problemas organizativos que se por lá se verificaram. Infelizmente, já é hábito que as provas organizadas pela FPF resultem no caos. É espantoso como – à semelhança dos jogos da selecção e da Taça de Portugal – os dirigentes federativos continuam a reservar um terço da lotação dos estádios para “convites”, muitas vezes um eufemismo utilizado para designar o pagamento de favores privados concedidos a dirigentes federativos e associativos nacionais e locais, e aos quais o futebol pouco ou nada deve de bom, e muito tem a haver de mau.
Já agora, também a presença de Pinto da Costa na tribuna oficial merece reflexão. Toda esta história do Apito Final tem sido aliás um verdadeiro compêndio acerca da impunidade que faz do nosso país aquilo que infelizmente ele é. Foi dado como provado que houve corrupção (ou tentativa, para mim é igual), e quais foram afinal as consequências objectivas para clube e dirigente envolvidos ?

JOGOS OLÍMPICOS – Sendo este um espaço dedicado ao futebol, e frequentado basicamente por adeptos de futebol, não o irei utilizar para falar de modalidades que por estes dias têm feito as delícias televisivas dos amantes do desporto em todo o mundo.
É precisamente do futebol olímpico que quero escrever, e para dizer que me parece fazer pouco sentido a sua existência.
Em cada uma das modalidades programadas figuram invariavelmente os melhores do mundo. Se no futebol também assim fosse, tudo estaria bem. Não o sendo, o que ganham as olimpíadas, e o que ganha o futebol, com esta situação nebulosa de jogadores sub-23, disputando um torneio cujo mediatismo é claramente abafado pelas proezas do atlestismo, da natação ou da ginástica, e para o qual os clubes tentam a todo o custo evitar enviar os seus principais jogadores ?
Seria boa ideia a FIFA e o COI reflectirem sobre isso. Porque não substituir o futebol pelo futsal e/ou pelo futebol de praia, onde, então sim, estivessem presentes os melhores do mundo de cada selecção, deixando o futebol dos relvados exclusivamente para as competições da FIFA ?
Fica a sugestão.
Entretanto Di Maria está na final com a sua Argentina, na qual tem sido titular ao lado de Messi, Riquelme e Aguero. É assim o segundo benfiquista medalhado nestes jogos, depois da prata de Vanessa Fernandes.
Venha o terceiro: Nelson Évora, já agora com o ouro…
SELECÇÃO NACIONAL - Não houve grandes novidades na primeira convocatória de Carlos Queirós. Se exceptuarmos Danny (cada técnico preza sempre um determinado jogador fetiche) e Quaresma (que não fez ainda qualquer jogo completo nesta temporada), só a questão dos guarda-redes deu que falar. Naturalmente Ricardo ficou de fora, depois de um Europeu confrangedor. Naturalmente Eduardo e Daniel Fernandes avançaram para a convocatória. Naturalmente Quim será o titular.