O JOGO DO ANO


Mais do que nunca, é necessário encher a Luz de fervor benfiquista. De mostrar aos jogadores com quem podem contar. De continuar o trajecto rumo ao título.
Humilhação não é perder. Humilhação é não reagir.
Casa cheia na Luz !

AS CONTAS DO BENFICA

As hipóteses de apuramento do Benfica para a fase seguinte da UEFA são poucas mas existem.
Para o milagre se concretizar seria necessário que na próxima jornada o Olympiakos ganhasse na Ucrânia, e o Hertha não vencesse o Galatasaray - sendo melhor a derrota. Na última ronda, o Olympiakos teria de ganhar ao Hertha - podendo empatar em caso destes terem perdido com os turcos -, e o Benfica vencer na Luz o Metalist por três golos de diferença.
Resumindo, a combinação possível é:
4ª JORNADA
Metalist-Olympiakos....... 2
Hertha-Galatasaray..... (x) 2
5ª JORNADA
Olympiakos-Hertha... 1 (x)
Benfica-Metalist.......... 3-0
Dos dois empates referidos só se poderá verificar um.
OUTRAS SITUAÇÕES: Se o Olympiakos vencesse por três golos na Ucrânia, mantendo-se todas as outras condições, o Benfica necessitaria apenas de vencer por 2-0 o Metalist na Luz. Pelo contrário, no caso (não previsto acima) do Metalist ganhar ao Olympiakos, o Benfica não ficaria irremediavelmente eliminado, mas precisaria de vencer por 8-0 na última ronda. Em caso de empate na Ucrânia, ou vitória do Hertha em casa, os encarnados ficam matematicamente afastados da fase seguinte.
Enfim, vamos esperar por estes jogos. Depois se verá. Agora siga o campeonato, onde o Benfica não perde há sete meses e meio.

TRAGÉDIA GREGA

A mais remota memória que tenho de um jogo europeu do Benfica é a de uma derrota por …5-1, diante do Bayern de Munique em 1976. Talvez por esse motivo, ou por uma qualquer veia analítico-racionalista, nunca fui muito de me deixar impressionar pelo número de golos de uma derrota. Os 7-1 de Alvalade, os 7-0 de Vigo, ou uns 5-2 no Bonfim (Yekini, lembram-se?), estão longe de integrar o top-ten da minha lista pessoal de desgostos causados pelo futebol, tendo-os encarado na altura como meros acidentes, que de vez em quando acontecem, que a todos tocam, e que não impedem o prosseguimento de uma boa época – em 1976, como em 1987 e em 1994, o Benfica viria a sagrar-se depois campeão nacional.
Deste modo, o que a meu ver mais ressalta da noite de Atenas é, tão somente (e este “tão somente” terá de levar muitas aspas), o traço de uma eliminação europeia, que não sendo matemática é praticamente factual. Dolorosa ? Sim ! Dramática ? Não ! Até porque parece cada vez mais claro que a grande aposta da SAD benfiquista é mesmo o campeonato português, o que pode muito bem explicar algumas opções de Quique Flores, que terá inclusivamente feito desta Taça UEFA, em alguns momentos, um palco para as suas experiências.
Mas este relativizar de uma derrota expressiva não pode também deixar de estar associado ao que se passou durante os noventa minutos da partida. Para além da indesmentível qualidade da equipa do Olympiakos, há que dizer, com frieza e objectividade, que o resultado foi tremendamente penalizador para aquilo que o Benfica fez em campo. Se a derrota é justa e indiscutível, a goleada, pelos números registados, afigura-se-me claramente exagerada e imerecida. O desfecho mais consentâneo com o decorrer do jogo poderia muito bem ter sido algo como 5-3 ou mesmo 5-4, o que daria uma tonalidade totalmente diferente à noite grega.
Na primeira parte as estatísticas revelaram quatro remates para cada lado. Os da equipa grega entraram todos. Dos do Benfica, um saiu a rasar a barra, um entrou, e aos outros dois correspondeu Nikopolidis com excelentes defesas (havendo ainda um golo anulado com muito zelo pelo árbitro francês). Ao intervalo o destino do jogo estava traçado. Na segunda parte só houve mais um golo, e obtido em fora-de-jogo. As melhores oportunidades a partir de então pertenceram ao Benfica, sendo todas elas desperdiçadas. Apenas num parágrafo podia assim ficar descrita a história desta copiosa derrota.
Importa contudo que algumas ilações sejam extraídas desta partida. Conforme já aqui tenho chamado a atenção, há que rever o processo defensivo da equipa, que quando perante adversários mais fortes não consegue segurar a bola, perde facilmente o controlo dos jogos, e denota uma docilidade que chega a ser penosa e que urge corrigir de imediato. O meio-campo revela-se macio, os corredores laterais permeáveis, e o centro da defesa acaba por ficar exposto a situações de desvantagem a que não consegue replicar. Sem a voz de comando de Luisão, e com um David Luíz completamente fora de forma e manifestamente sem ritmo competitivo, o Benfica fica a jeito de lhe acontecer disto.
Nada há a apontar à entrega e profissionalismo dos jogadores, que foram sempre generosos na tentativa de virar o rumo dos acontecimentos. Mas uma equipa com ambições não pode sofrer um golo aos 40 segundos, muito menos sofrer três (!) em 24 minutos, e não pode vacilar tanto perante as contrariedades que o jogo oferece. Há situações que não estão ainda devidamente trabalhadas, e que talvez a carreira invencível no campeonato tenha vindo a disfarçar. Há ainda uma ou outra limitação no plantel, a cujo mercado de Janeiro poderá responder. Mas é preciso manter a calma e perceber que o campeonato nacional não se joga diante de equipas como o Olympiakos, mas sim perante Vitórias de Setúbal, Trofenses e Rio Aves. É com esses que o Benfica não pode vacilar. É perante equipas como essas que o Benfica tem de estar preparado para não falhar nunca, e conquistar, semana a semana, os três pontos. A começar já na próxima segunda-feira.
A Europa volta para o ano. É altura de centrar todas as atenções nas provas domésticas, e de dar à equipa o apoio e a tranquilidade que a entrega dos jogadores tem feito por merecer. A especulação exterior que irá ser feita à volta deste resultado não deve, nem pode, desviar os benfiquistas do seu clube e do trabalho que está a ser feito. Acredito que esta época ainda vá terminar em glória, e não são vinte minutos de erro que me vão desanimar.
Em termos individuais, para além da exibição fantasmagórica de David Luíz, toda a defesa (Quim incluído) esteve em noite desastrada. Yebda também não foi o tampão que se esperaria, e só daí para a frente o Benfica deixou alguns sinais de normalidade. Reyes esteve em plano razoável, e sinceramente gostei das entradas de Urreta e Balboa.
O árbitro não ajudou nada.

RESISTIR !

ATENAS- Estádio Karaiskaki - 19.45 h (Canal 29 da Zon)

FESTA ESTRAGADA

Perder com o Barcelona não envergonha ninguém, mas o Sporting correu esta noite o risco de ser (ainda mais) humilhado em sua casa, com uma derrota por números (ainda mais) históricos e expressivos. Conforme decorreu o jogo, ninguém estranharia muito que o resultado acabasse em 2-7, 2-8 ou 2-9, o que seria absolutamente singular na história da principal prova europeia de clubes.
Este Barcelona é de facto uma grande equipa. Mesmo já apurado e desfalcado de vários titulares – mas com a sua principal estrela em campo -, deu em Alvalade um verdadeiro recital de posse e circulação de bola, instalando-se no meio-campo contrário com uma confiança e uma segurança de processos só ao nível dos melhores. Naturalmente o Sporting não resistiu, mas talvez um pouco mais de concentração e rigor competitivo permitisse aos leões limitar os danos e sair deste jogo com a imagem um pouco menos danificada.
Depois do que se vira em Chamartin e em Camp Nou, e após mais esta demonstração, ficaram bem evidentes as dificuldades que o Sporting encontrará para prosseguir em prova para além dos oitavos-de-final, fase a que as vitórias diante de ucranianos e suíços lhe permitiram chegar.

CONTRA DOZE ?

"Na Luz, viu-se uma arbitragem sem ponta de categoria para o escalão maior. Vasco Santos, do Porto, do qual nunca tinha ouvido falar, não assinalou pelo menos quatro faltas a favorecer o Benfica, preocupando-se desde o início em inclinar o campo no sentido da baliza de Quim. Não foi ele o culpado do empate, mas ficou a sensação de que mesmo havendo um eventual penálti, ele não o marcaria."
LF 10/03/2008, na sequência do Benfica-U.Leiria (2-2) da época passada, que ditou a demissão de José António Camacho.
Foi esta a única vez que Vasco Santos apitou o Benfica até agora. Estará na Luz na segunda-feira, para o jogo com o Vitória de Setúbal.

POUCA CHAMPIONS

Com dez equipas já apuradas e outras duas a caminho, as atenções da Champions League viram-se apenas para os grupos A e B, os únicos onde tudo permanece em aberto.
Hoje em Bordéus, o Chelsea de Scolari pode dar um passo decisivo rumo ao apuramento, ao mesmo tempo de Cluj e Roma jogam a sua sorte na Roménia. Os londrinos comandam a classificação, mas qualquer das quatro equipas se pode ainda qualificar.
No grupo do Inter de Mourinho acontece precisamente a mesma coisa, com as italianos a disporem todavia de oportunidade soberana para selar o apuramento, recebendo em San Siro os gregos do Panathinaikos. A grande surpresa pode vir do Chipre, onde o Anorthosis, caso vença o Werder Bremen, pode garantir uma inédita e inesperada qualificação para os oitavos-de-final.
Atlético de Madrid e Liverpool estão praticamente classificados, ainda que a matemática não permita afirmá-lo desde já sem reticências. Apurados mesmo estão Barcelona, Sporting, FC Porto, Arsenal, Manchester United, Villarreal, Olympique de Lyon, Bayern de Munique, Real Madrid e Juventus, nem mais nem menos que as equipas dos potes 1 e 2 dos respectivos grupos.

O MELHOR BENFICA DOS ÚLTIMOS 15 ANOS

NOTA: considerando sempre três pontos por vitória

ENCANTO DE COIMBRA

CLASSIFICAÇÃO REAL

Numa jornada com vários casos, foram os mais beneficiados a falar mais, como de resto já vem sendo hábito.
Não se percebe efectivamente se Paulo Bento (homem inteligente) não tem o sentido do ridículo, se insiste em falar a quente sem ver os lances, se se quer desculpar de más exibições, ou se pretende, de forma algo alarve, manipular opiniões e exercer pressões para os jogos seguintes. O que é certo é que, mesmo com um processo disciplinar a decorrer, e mesmo depois de ter conseguido dois pontos “ilegítimos” (aquele penálti de Polga…), não se eximiu de protestar tal e qual como se tivesse razão.

NAVAL-SPORTING:
Foi um jogo carregado de casos. Cartões vermelhos mostrados e por mostrar, penaltis assinalados e por assinalar, de nada faltou à noite da Figueira da Foz.
As duas expulsões são inatacáveis. Qualquer um dos amarelos é bem mostrado a Caneira, e o vermelho a Derlei – por agressão mesmo diante do árbitro - também não sofre contestação, sendo que se trata de um jogador amplamente reincidente, algo a que a Liga não pode deixar de prestar atenção. Pode contudo queixar-se o Sporting de ter ficado um cartão por mostrar a um jogador do Naval, após entrada por trás, julgo que ao mesmo Derlei.
Quanto a penáltis, o assinalado foi claro e não merece discussão, tendo ficado ainda um outro por assinalar, já perto do final, quando Polga colocou o braço sobre as costas de Marcelinho, impedindo-o de saltar e chegar à bola. Num resultado tangencial e de acordo com as regras, este lance é suficiente para alterar a pontuação “real”.
Resultado real: 1-1

ACADÉMICA-BENFICA:
Dois lances merecem atenção, mas em ambos a equipa de arbitragem decidiu bem.
A grande penalidade foi bem assinalada, ainda que só após a repetição televisiva seja visível o joelho do defensor da Académica a impedir Reyes de prosseguir o seu slalon. Estranho foi que os comentadores da Sport Tv – entre os quais o ex-jogador do Benfica Vítor Paneira – tenham insistido na inexistência da falta, quando todo o país a via pelos ecrãs.
Já com o resultado em 0-2, foi anulado um golo à Académica, em que o seu autor se encontrava ligeira, mas efectivamente deslocado.
Nota positiva pois para Pedro Proença e auxiliares.
Resultado real: 0-2

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 20
F.C.Porto 16 (-1)
Sporting 12
ADENDA: Já depois de publicado o post, e na sequência do comentário de um leitor, recordei-me de um lance ocorrido na segunda parte do jogo de Coimbra, em que um jogador da Académica corta com o braço uma bola já dentro da área. A comunicação social não o tem destacado minimamente, optando por dar relevo a faltas cometidas a meio-campo, quer de David Luíz (que, por ser de frente, e por mal tocar no adversário, nunca justificaria mais do que um eventual cartão amarelo), quer de Carlitos da Naval (esta já acima mencionada), ambas repetidas ontem até à exaustão no programa "O Dia Seguinte".
Gostaria de ver repetido o referido lance, sem o que não irei alterar o resultado. A classificação não está em causa.

APROVADOS SEM DISTINÇÃO

O Benfica alcançou em Coimbra a sua quarta vitória consecutiva na Liga Portuguesa, mantendo a invencibilidade na prova – caso único em Portugal e na Europa. Os encarnados, jogando melhor ou pior, com maior ou menor dose de sorte, não perdem há mais de sete meses em competições nacionais, e começam a mostrar uma bastante interessante regularidade, sendo que esta é, como se sabe, a principal virtude de quem ganha campeonatos.
Quique Flores surpreendeu deixando no banco Suazo, Aimar, Katsouranis e Jorge Ribeiro, e voltando ao 4-4-2 tradicional com que iniciou a temporada. Olhando ao que se passou, esta gestão do plantel acabou por se revelar uma aposta bem conseguida, ainda que David Luíz tenha revelado uma natural falta de ritmo, e Binya não seja, manifestamente, Katsouranis. Como já aqui disse, com este figurino táctico Reyes emerge como a grande figura da equipa, ficando para já a curiosidade de perceber como o técnico espanhol o vai conseguir compatibilizar com Pablo Aimar em próximas ocasiões. Em Coimbra o extremo andaluz esteve em grande plano, e só à margem das leis foi travado pelos adversários – nove faltas (!) contei eu…
Globalmente não se assistiu a um grande jogo. A Académica realizou uma razoável primeira parte, chegando a causar algum perigo junto da baliza de Quim, designadamente através de um remate que embateu com estrondo na barra. O golo encarnado – na sequência de mais uma primorosa assistência de Nuno Gomes - virou no entanto a agulha da partida, percebendo-se desde logo que meio caminho estava andado para o Benfica garantir os preciosos três pontos.
O penálti (bem assinalado) logo a abrir o segundo período foi a estocada final numa Académica algo frágil, que não mais conseguiu discutir o jogo e o resultado, resignando-se a uma derrota caseira que há um ano não cedia. Foi inclusivamente o depois entrado Suazo que esteve bem perto do 0-3, resultado que seria, diga-se, lisonjeiro para a exibição benfiquista, que sendo segura esteve longe de ser brilhante.

Um fantástico e teimoso Leixões continua a impedir o Benfica de chegar ao primeiro lugar. Veremos qual dos dois tropeça primeiro, sendo que o Benfica tem, até ao Natal, dois jogos em casa e uma dificílima deslocação aos Barreiros. Seria fantástico entrar no novo ano na liderança, com tudo o que isso acarretaria de mobilização e entusiasmo.

LEÃO RESISTENTE

Ganhar tangencialmente num terreno difícil, com nove jogadores durante parte significativa do encontro, tendo o adversário falhado uma grande penalidade, não pode deixar de constituir um momento marcante para uma qualquer equipa. O Sporting mostrou na Figueira uma coesão e um sentido de solidariedade notáveis, e deixou a ideia de que está muito longe de estar morto no que á luta pelo título diz respeito.
Paulo Bento é que escusava de ter voltado a falar de arbitragens, quando mais uma vez não tem a razão do seu lado. O grande prejudicado foi a Naval, que viu Soares Dias perdoar uma carga de Polga sobre Marcelinho dentro da área, já perto do final da partida.

ISTO SÓ MERECE UMA PALAVRA

ATÉ JÁ !

Por motivos de ordem profissional, VEDETA DA BOLA vai estar fora do vosso convívio durante uns dias. Se Deus quiser, segunda-feira (24/11) estará de volta com a análise à jornada.
Não será possível fazer a crítica ao Brasil-Portugal. Mas, como é óbvio, a caixa de comentários estará aberta à discussão.

UM JOGO COM HISTÓRIA

EQUIPAS PROVÁVEIS:
BRASIL - Júlio César, Maicon, Luisão, Thiago Silva, Kleber, Gilberto Silva, Elano, Anderson, Kaká, Robinho e Luíz Fabiano
PORTUGAL - Quim, Bosingwa, Pepe, Bruno Alves, Paulo Ferreira, Raul Meireles, Maniche, Deco, Nani, Cristiano Ronaldo e Simão Sabrosa
Jogo em Brasília, às 00.00 h portuguesas, com transmissão pela TVI

OS MAUS DA FITA

Foi ontem notícia de abertura dos telejornais. É hoje capa de vários jornais diários. A detenção de alguns elementos alegadamente ligados aos No Name Boys - utilizada ou não como arma de arremesso contra o Benfica - tomou de assalto o espaço mediático.
Importa sobre este tema esclarecer algumas coisas, bem como lançar algumas interrogações.
Em primeiro lugar tem que ficar claro que a direcção do Benfica não apoia qualquer claque, tendo o presidente Luís Filipe Vieira sido inclusivamente vítima dos excessos de alguns membros dos No Name, numa das últimas assembleias gerais do clube - justamente por via da negação desse apoio. O Benfica exige o cumprimento da lei, e a verdade é que as claques benfiquistas se recusaram a fazê-lo. A lei é absurda, não serve para nada, e é feita por quem nada percebe do assunto, mas ao Benfica, como clube de bem, não resta outra alternativa senão cumpri-la, e as claques terão de, a bem ou a mal, o aceitar.
Em segundo lugar é necessário perceber que uma claque com a dimensão e peso dos No Name Boys engloba gente das mais variadas origens, credos e modos de vida, sendo o Benfica o único factor de aglutinação entre ela. Basta um olhar mais cuidado e sem preconceitos sobre a claque, ou uma simples visita aos seus espaços, para encontrar muitos jovens benfiquistas cujo radicalismo se esgota num apoio sem reservas ao seu clube, nos bons e nos maus momentos, em casa ou fora, em Portugal ou no estrangeiro.
Haverá no meio deles alguns marginais, pequenos delinquentes, consumidores de drogas ? Claro que sim, ninguém o nega. Serão eles a maioria ? Com toda a franqueza e com algum conhecimento de causa, creio que não.
É também de notar que o futebol, o Benfica, o Estádio da Luz e os adeptos – e falo por mim – não prescindem das claques, quer como elemento de apoio à equipa (e muitas vezes no passado recente foram eles os únicos a fazê-lo), quer como factor de enriquecimento da plasticidade do espectáculo, onde as suas cores embelezam as bancadas conferindo-lhe uma estética única, e os seus cânticos criam uma banda sonora que para quem preza a musicalidade do jogo (como eu) se afigura deliciosamente pertinente, e faz parte daquilo que se espera e procura quando se vai ao futebol. Dito de outra forma, a presença de claques - das quais já aqui tinha falado - no espectáculo, não só não me afasta dos estádios, como pelo contrário me atrai, aspecto que talvez encontre raízes, por um lado na minha costela melo-pictórica, ou mesmo na minha condição de sociólogo (que também sou), por outro numa forma de estar e sentir o clube que, à minha maneira e de certa forma, não deixa também de ser “ultra”, ou talvez até mais ultra que qualquer uma das outras.
Assim sendo, se por um lado entendo o alheamento que a direcção do Benfica está forçada a manter face às claques, acho por outro que as mesmas são imprescindíveis ao clube e ao futebol. Se dentro delas há criminosos, pois devem ser afastados, e nessa medida talvez a operação policial até venha a ser útil.O que não entendo é porque motivo se investiga tão profundamente os No Name Boys, procurando droga e explosivos, quando mais a norte há uma claque que até confessa em livro alguns dos seus crimes e aparentemente, por medo ou inacção, nada lhe acontece.
Já aqui chamei a atenção para algo que me preocupa, mais do que como adepto do desporto, como cidadão do país. Cada vez mais parece haver uma lei e uma ordem para a generalidade do país, e outra para a cidade do Porto. Para mim é mais uma vez isso que está em causa: rigor em Lisboa e no resto do país, permissividade total no Porto sempre que o F.C.Porto ou alguém a ele ligado está em causa.
Há mais de dez anos que os No Name Boys não participam em qualquer desacato nos estádios de futebol ou nos pavilhões desportivos. Enquanto isso, os Super Dragões vão destruindo áreas de serviço; ameaçam e intimidam treinadores e jogadores da própria equipa; destroem automóveis; lançam petardos para cima da cabeça de jogadores de hóquei adversários no seu pavilhão, e de adeptos do Benfica, entre os quais crianças, no Estádio da Luz; os seus lideres, mesmo sem qualquer profissão conhecida, passeiam-se de Porsche e gravam vídeos intimidatórios; gabam-se de tudo isso em livro, aparecem inclusivamente associados a uma onda de crimes e assassinatos, e as forças policiais fingem não ver.
Se esta operação é destinada a capturar dois ou três traficantes de droga que, por acaso, pertencem aos No Name Boys, então é de louvar. Se pelo contrário se trata de uma investigação direccionada para as claques enquanto tal, então tenho que dizer que deveriam ter começado por outro lado.
Para mim guardo a tranquilidade de saber que, pelo que ontem se viu, os No Name - sem os elementos detidos - continuam mais vivos do que nunca e a animar os jogos do Benfica como ninguém.

CLASSIFICAÇÃO REAL

Esta foi talvez, até agora, a jornada mais pacífica em termos de arbitragem de todo o campeonato. Se exceptuarmos um lance de penálti na área do F.C.Porto, praticamente não houve casos nos jogos dos três grandes.

F.C.PORTO-V.GUIMARÃES:
Apenas vi o resumo, mas chegou para perceber que ficou um penálti por assinalar contra o F.C.Porto, num lance em que, na sequência de um canto, Bruno Alves atropelou Flávio Meireles. O resultado estava em branco, e a influência do lance no desenrolar do jogo nunca será apurada. De qualquer forma, ganhando o Porto por 2-0 não poderá haver motivo para subtracção de pontos.
Resultado Real: 2-1

SPORTING-LEIXÕES:
Apesar de toda a contestação que acompanha cada decisão do árbitro em Alvalade, na partida com o Leixões praticamente não houve casos.
A queda de Hélder Postiga dentro da área, ainda na primeira parte, foi muito bem ajuizada por Pedro Proença, pois tratou-se exclusivamente de uma disputa de bola sem qualquer acção faltosa do defesa leixonense.
Resultado Real: 0-1

BENFICA-E.AMADORA:
Não necessariamente fruto de uma particular competência do árbitro, a verdade é que não houve casos no jogo da Luz. Uma falta ou outra por assinalar, um fora de jogo mal tirado, não chegam para perder muito tempo a falar deste jogo.
Resultado Real: 1-0

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 17
F.C.Porto 16
Sporting 11
ADENDA: Não me apercebi no estádio, mas tive posteriormente possibilidade de ver na televisão um penálti claro cometido sobre Wesley no jogo de Alvalade.
Embora não implique qualquer alteração pontual, não podia deixar de mencionar o lance.

EIS O GOLO DE SIDNEI


...e vão 7 meses sem perder.

A POBREZA DE UNS E A POBREZA DE OUTROS

Não foi o jogo da liderança – como se aguardava – mas nem mesmo assim a vitória sobre o Estrela da Amadora deixa de ser bem saborosa para o Benfica que, pé ante pé, silenciosamente e sem que quase ninguém dê conta, não perde em competições nacionais há já sete meses, e leva 4 pontos de avanço sobre o F.C.Porto e 5 sobre o Sporting.
Crê-se que o Leixões, mais jornada menos jornada, acabe por perder pontos, pelo que o Benfica surge como uma espécie de para-comandante da classificação, o que não pode deixar de entusiasmar os seus adeptos. Vejamos se os encarnados estarão em condições de aproveitar os previsíveis deslizes dos matosinhenses, designadamente já na próxima jornada em que ambos têm deslocações difíceis – Benfica em Coimbra, Leixões em Vila do Conde.
Mas se a classificação e os resultados (próprios e alheios) são aprazíveis e promissores, a exibição dos encarnados no jogo de ontem deixou muito a desejar.
Jogando diante de uma equipa que não recebe salários há vários meses, o que, mau grado todo o profissionalismo dos seus jogadores, não permite esconder alguma perturbação anímica, o Benfica – mesmo com o losango que tão bem havia resultado na Taça de Portugal - não soube entrar na partida como se impunha, carregando de imediato no acelerador e procurando rapidamente um golo capaz de desmotivar ainda mais o adversário e desenhar desde logo uma vitória tranquila. A equipa de Quique Flores incorreu uma vez mais no erro de deixar o tempo passar esperando que a vitória, mais tarde ou mais cedo lhe caísse do céu, dando muito tempo de avanço e permitindo o crescimento dos contrários no jogo, acabando por complicar o que poderia ter sido muitíssimo mais simples.
A primeira parte foi sofrível de ambos os lados, e só nos primeiros minutos do segundo tempo se assistiu a alguns arremedos de bom futebol, que acabaram por resultar no golo solitário e na vitória que, diga-se, não pode todavia deixar de se considerar justa.

Pensou-se que o Benfica – já com Reyes em campo - poderia então partir para uma exibição mais consentânea com aquilo que já mostrou ser capaz de fazer. Nada disso. Os encarnados refugiaram-se novamente na apatia, na indolência, e na expectativa de que o Estrela desistisse de lutar pelo resultado, algo que não aconteceu e que fez com que as bancadas da Luz acompanhassem o final do jogo com um enorme suspiro de alívio.
Destaque no Benfica para mais um importante golo de Sidnei, para a generosidade de Maxi Pereira, e um ou outro toque de classe de Aimar. Tudo o resto foi muito pobre. Tão pobre como andam as contas bancárias dos infelizes jogadores estrelistas, aos quais é justo dispensar um aplauso solidário.
Não se deu pela arbitragem.

JUVENTUDE VOLTA A VENCER NO BARREIRO

Num fim-de-semana quase exclusivamente dedicado ao futebol, não podia também ter deixado de parte o Juventude de Évora, que no Barreiro disputava aquilo que era para mim uma espécie de derby familiar, e diante de uma equipa que também me merece alguma simpatia.
Pela segunda vez nesta temporada o conjunto eborense venceu no Estádio Alfredo da Silva – antes o Fabril agora o Barreirense -, uma vez mais por 0-1, e uma vez mais com uma excelente exibição colectiva.
Com quatro vitórias fora em cinco deslocações, o Juventude apenas terá de melhorar a sua performance caseira (já dois empates e uma derrota), para se assumir como um forte candidato à subida de divisão. Para já segue em 4º lugar, com tudo perfeitamente em aberto.
Fotos do jogo

FANTASMA, EU ?

A minha história no Alvalade XXI é verdadeiramente negra para o Sporting. Em seis jogos a que lá assisti contra equipas que não o Benfica, os leões apenas venceram o…F.C.Porto. Derrotas com o Penafiel, E.Amadora e agora Leixões, empates com Rio Ave e U.Leiria, quase me fariam acreditar em bruxarias, não fosse o caso de o bruxo aqui ser eu próprio, e os resultados em questão me terem sempre feito sorrir de forma interior, sensação gostosa a que já me vou habituando sempre que saio daquele estádio no meio de uma multidão destroçada.
Se juntar a vitória e a grande exibição da selecção nacional com a Bélgica e um grande jogo do Euro 2004, bem posso dizer que, não fossem duas derrotas benfiquistas que lá vivi, o Estádio Alvalade XXI começaria a merecer um carinho muito especial da minha parte.
Aviso desde já que, caso entenda necessário, voltarei lá ainda esta época. Só espero é que ninguém me reconheça e me deixem entrar tranquilamente…

SUPER LEIXÕES GELOU ALVALADE

A paixão pelo futebol, um jogo prometedor, bilhetes baratos e o encontro com um amigo levaram-me a Alvalade no sábado passado.
As minhas presenças naquele estádio parecem ter o condão de inibir os jogadores do Sporting. Assim aconteceu uma vez mais, e nem os 36 mil sportinguistas que lá estavam inspiraram os leões para a vitória frente ao surpreendente lider do campeonato.
Não sei se será justo crucificar o Sporting por uma derrota frente a uma equipa que venceu no Dragão, impôs um empate ao Benfica e é uma das maiores sensações do futebol português nos últimos anos. Começa a ser altura de compreender que este Leixões é de facto um caso sério, e de lhe dar mérito por uma justíssima liderança. A equipa de José Mota não será com certeza campeã, mas começa-se a perfilar como um bem possível candidato ás provas europeias, algo que seguramente nem o próprio técnico esperaria antes de se iniciar a época. Para já, apresenta-se extremamente confiante, fisicamente muito bem e com uma organização táctica notável, integrando ainda o brilhantismo de algumas unidades, de onde sobressaem Wesley e o seguríssimo guarda-redes Beto.
Tanto a defender como a contra-atacar, o Leixões soube interpretar muito melhor a sua missão nesta partida do que um esforçado mas desinspirado (e depois desesperado) Sporting. Nos momentos finais até terá estado mais perto de acontecer o 0-2 do que o 1-1.
Destaque negativo para algo que já não é a primeira vez que vejo naquele estádio. Qualquer queda de um jogador do Sporting – mesmo sem que ninguém lhe toque -, qualquer falta assinalada contra, por mais clara que seja, é acompanhada de um gigantesco coro de protestos, como se do maior roubo se estivesse a tratar. É um aspecto que começa a fazer parte da cultura do clube, e que para quem observa de fora se torna absolutamente ridículo.

DIGNIDADE, SERIEDADE E CORAGEM ; EIS UM GRANDE PRESIDENTE DO SPORTING

"O Sporting paga pela estupidez do actual presidente, que em vez de ter dado continuidade à luta resolveu ir agachar-se junto de Pinto da Costa (...)

É um erro deste presidente ter ido, mal assumiu a presidência, pôr-se debaixo de Pinto da Costa, que o tinha insultado e chamado de bêbado e irresponsável. E depois não foi só prestar vassalagem como pensou que com isso conseguiria que os favores que faziam ao FC Porto se estendessem ao Sporting (...)
A única tentativa do Sporting para fazer parte do sistema foi deste presidente (...)
Continua tudo na mesma. E só muda se forem ler o manifesto e quiserem discutí-lo a sério (...)
Pinto da Costa continua a ser uma das caras do sistema. E cada vez mais"
ANTÓNIO DIAS DA CUNHA, ontem em entevista ao "24 horas"

SEXTA-FEIRA 14

O NOSSO JORNAL

Está hoje nas bancas a edição semanal do jornal dos benfiquistas. Como sempre, com muitos e variados motivos de interesse, entre os quais a habitual coluna de opinião de LF.
Por apenas 75 cêntimos, vale bem a pena comprar.

UMA DÚVIDA INTRIGANTE

Quando foi definido o regulamento da Taça da Liga ?
Na Assembleia Geral de 30 de Junho, e portanto já depois do campeonato terminar ? Quem o idealizou ? Quem o aprovou ? Como ?
Quando foi desenhado, já se sabia que se estava a marcar um V.Guimarães-Benfica para esta fase, enquanto Sporting e F.C.Porto jogavam em casa com equipas pior classificadas, quando as meias-finais se jogam a uma mão em casa dos melhores primeiros dos grupos ?
Julgo ser urgente esclarecer tudo isto, pois acreditando na boa-fé das pessoas, pode-se estar também na presença de um assomo de esperteza saloia, infelizmente tão própria do futebol português.

O SORTEIO DA TAÇA DA LIGA

OS CONVOCADOS PARA O BRASIL

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VIVA A AVALIAÇÃO !

Bruno Paixão avaliado com um "Bom" no jogo de Alvalade. Eis as excelsas e admiráveis virtudes da avaliação.

QUEM É QUE O MANDA CALAR ?

Passados três dias sobre o jogo de Alvalade, ainda hoje me custa a acreditar que ouvi mesmo aquilo que Paulo Bento disse na respectiva conferência de imprensa.
Já não é a primeira vez que o técnico sportinguista reclama veementemente com as arbitragens mesmo sem ter qualquer razão de queixa, mas nunca tinha ido tão longe nas palavras como foi agora. Para além de insinuar falta de seriedade e de incitar ao ódio e á violência, Bento acabou por confessar que acha vantajoso para si e para o seu clube falar das nomeações e das arbitragens. Enfim, tudo não teria passado de um momento infeliz – a que, desde Bruxelas em 2000, o então ainda jogador da selecção nacional já nos habituou – não fosse o caso de, passado algum tempo, não se vislumbrar um acto de contrição, um pedido de desculpas, um simples lamento.
Paulo Bento tem de ser castigado. Firme e exemplarmente castigado (tudo quanto seja menos de três meses é pouco). Não é sustentável para o futebol português permitir-se a tolerar comportamentos deste género, que para além do anti-desportivo, roçam o anti-social. O técnico leonino é ainda um jovem, nunca orientou outra equipa na sua carreira, e deve interiorizar que o mundo não é dele, nem pode, impunemente, dizer aquilo que quer e lhe apetece, antes e depois dos jogos.
Acho mesmo que os treinadores, todos eles, deveriam ser proibidos de falar sobre arbitragens. Uma coisa é nós, adeptos, criticarmos os árbitros. Outra é os próprios intervenientes do espectáculo lançarem autênticos tiros na credibilidade e desportivismo do mesmo, como fez Paulo Bento nestas tristemente inesquecíveis declarações.
Aliás é estranho que toda a estrutura dirigente do Sporting de algum modo secunde as afirmações do técnico, quando ao mesmo tempo mantém uma total passividade face ao desenrolar do processo Apito Dourado, e recebe, no camarote de honra, o principal culpado – de resto já condenado na justiça desportiva – por manipulações e adulterações de jogos e resultados no nosso futebol.
O técnico do Sporting criticou as arbitragens ainda antes do campeonato começar. Foi o único a fazê-lo. Daí para cá, jornada sim, jornada sim, é vê-lo nas flash-interviews a vociferar por erros de arbitragem contra o seu clube, criando um manto de nevoeiro sobre a realidade de ser o Sporting justamente o clube mais favorecido no que vai de campeonato. O Benfica viu os árbitros negarem-lhe quatro grandes penalidades nos últimos quatro jogos. Alguém ouviu a Quique Flores uma palavra sobre as arbitragens?

AS OPÇÕES DE QUIQUE

Ao testar um sistema de jogo alternativo diante do Desportivo das Aves, o Benfica pretendeu dar mais um passo na construção da sua equipa. Ao 4-4-2 em linha que havia utilizado desde a pré-temporada, Quique propôs neste jogo um meio-campo em losango (ainda que algo assimétrico), talvez como forma de rentabilizar a classe de Pablo Aimar, dando-lhe espaço e protegendo-lhe as costas. O resultado foi uma excelente exibição do argentino.
Com três pontas-de-lança de grande qualidade no plantel, este poderia ser efectivamente o esquema preferencial do Benfica. Há contudo um senão: José António Reyes, que nesta partida estava suspenso.
O espanhol é, pelo menos, tão importante para esta equipa como Aimar. Não é um interior, mas sim um verdadeiro extremo. Jogando em losango o seu futebol perderia profundidade, e o conjunto perderia segurança. Mal comparado é um pouco aquilo que acontecia no ano passado com Quaresma no F.C.Porto, e que obrigava Jesualdo a jogar em 4-3-3. Desperdiçar o talento de Reyes colocando um outro jogador como interior (Yebda, Amorim), não creio também que fosse a melhor solução.
Por tudo isto, e para já (em Janeiro pode haver um reajuste), penso ser de optar pelo meio-campo tradicional, com Aimar numa segunda linha em apoio ao ponta-de-lança. Suazo parece-me capaz de jogar sozinho na frente, ficando assim sacrificados Cardozo e Nuno Gomes (excelentes opções de banco para segundas partes problemáticas).
Desvantagens deste sistema: Aimar perde espaço, e a frente de ataque perde peso. Problemas exclusivamente ofensivos, enquanto que no losango, além da perda de profundidade, a equipa ressentia-se também em termos de segurança defensiva. Não havendo em Portugal plantéis perfeitos, também não há equipas perfeitas. A opção tem de ser minorar e/ou disfarçar as insuficiências, e aquela parece-me a melhor forma de o fazer.
De qualquer modo é útil ao Benfica desenvolver mais de uma via táctica para o seu futebol, mantendo todavia os princípios de jogo inalterados. Não é igual defrontar o Desportivo das Aves na Luz ou jogar com o Olympiakos em Atenas. Há que ter ferramentas para todos os diferentes momentos que a época irá oferecer. Quique Flores sabe-o bem.

OS APURADOS

LIGA PRINCIPAL: Benfica, F.C.Porto, V.Guimarães, Nacional, Leixões, Naval, E.Amadora, P.Ferreira e Trofense
LIGA DE HONRA: Portimonense e Vizela
II DIVISÃO: A.Valdevez e O.Moscavide
III DIVISÃO: Cinfães
JOGO ADIADO: Torre de Moncorvo-V.Setúbal
A restante vaga fica pendente dum imbróglio jurídico bem à portuguesa. Os clubes envolvidos são: Santa Clara, Freamunde, U.Madeira, Lusitano de Évora e Fiães. Um deles será o décimo sexto apurado para os oitavos-de-final.
O sorteio é na sexta-feira.

MEIA HORA À BENFICA

O Benfica deu ontem mostras de ter aprendido a lição da eliminatória anterior, entrando em campo decidido a resolver depressa a questão da vitória e do apuramento.
Em apenas meia-hora, o onze escolhido por Quique - o melhor disponível - marcou três golos, ficando ainda a dever a si próprio mais um ou dois. O jogo ficou logo aí decidido, e depois foi então altura de, tranquilamente, deixar correr o tempo até final.
É assim que se descansa neste tipo de partidas. Não antes de garantir a vitória, mas sim depois, para o que é imperioso entrar com total concentração e rigor competitivo. Uma vez alcançada uma vantagem clara, então sim, poder-se-á pensar nos jogos seguintes e baixar a intensidade. Foi o que o Benfica fez, diante de um adversário de escalão superior ao do Penafiel.
Na noite da Luz há que destacar também a classe evidenciada por Aimar no lance do terceiro golo – embora ainda espere que o argentino possa mostrar outra velocidade e dinamismo -, o regresso de David Luíz aos relvados e a aparente crise de confiança demonstrada por Óscar Cardozo, que parece estar a conviver mal com a maior concorrência que esta época enfrenta.
Nota ainda para utilização de um sistema táctico diferente daquele em que Quique tem insistido, com uma espécie de losango a meio-campo, e Pablo Aimar como vértice superior do mesmo nas costas da dupla atacante. Os resultados ficam naturalmente por conferir diante de adversários de outra dimensão, mas fica desde já a dúvida de como integrar Reyes num esquema desta natureza. Se o 4-4-2 tradicional choca um pouco com as características de Aimar, este losango choca com as do extremo andaluz. Enfim, um dilema para o técnico encarnado resolver.
O Benfica segue para os oitavos de final de uma prova onde alguns dos teoricamente mais difíceis adversários têm sido afastados (Sporting, Sp.Braga, Belenenses, Marítimo), e onde, também por isso, se justifica plenamente, e cada vez mais, uma aposta firme do clube da Luz.
É imprescindível para o Benfica conquistar um troféu nesta temporada, qualquer que ele seja. Não é tolerável mais uma temporada em branco. Mesmo em caso de insucesso no campeonato, uma vitória no Jamor pode ser redentora e permitir a estabilidade e a confiança necessárias à continuação do projecto em curso. Por tudo isto, esta Taça de Portugal – bem como a Taça da Liga – são talvez mais importantes que nunca para os encarnados.

IMPORTA-SE DE REPETIR ?



"O Sporting tem sido demasiado simpático, mas tem que começar a criar mau ambiente aos árbitros (...)
Vou passar a comentar as nomeações, pois isso traz vantagens"

PAULO BENTO após a eliminação da Taça

PAIXÃO PELO ABISMO

Apesar de se ter assistido a um bom jogo de futebol, o grande protagonista do Sporting-F.C.Porto acabou por ser o árbitro Bruno Paixão.
Nem Paulo Bento nem Jesualdo Ferreira têm contudo motivos para se sentir particularmente prejudicados, pois o juiz setubalense fez questão de dividir os numerosos erros pelas duas equipas. Foi de facto uma arbitragem desastrada, mas erro daqui, erro dali, as coisas equilibraram-se – duas grandes penalidades por marcar para cada lado foram os casos mais clamorosos.
No que diz respeito ao futebol propriamente dito, qualquer das equipas podia ter ganho. O Sporting esteve muitíssimo bem na primeira parte, mas os portistas reagiram na segunda. Globalmente o domínio e as oportunidades repartiram-se, acabando a decisão por ser tomada apenas das grandes penalidades, onde o F.C.Porto foi mais feliz.
O vencedor das duas últimas edições da Taça de Portugal sai assim de prova.

O PROBLEMA DO BENFICA


Conforme se pode ver nesta figura, o Galatasaray conseguiu na maior parte do tempo manter uma situação de gritante superioridade numérica na zona central do terreno de jogo. Yebda e Katsouranis, ambos desinspirados, não conseguiram responder aos quatro jogadores turcos que quase sempre povoavam a zona. E mesmo quando o Galatasaray atacou com dois (Baros e Karam), o médio grego do Benfica era obrigado a acompanhar um deles, ficando então Yebda sozinho para três adversários.

AS CONTAS DO BENFICA

A análise da situação do Benfica na Uefa permite concluir que, em princípio, cinco pontos e um bom goal-average deverão ser suficientes. Para o conseguir, os encarnados terão de, pelo menos, empatar em Atenas e depois golear em casa o Metalist (no mínimo por uns três golos de diferença). Uma derrota diante do Olympiakos deixa a equipa da Luz praticamente fora de prova, ainda que existam hipóteses matemáticas de conseguir o apuramento com apenas dois pontos.
Resumindo, o Benfica tem fundamentalmente duas vias:
- VENCER OS DOIS JOGOS
- EMPATAR EM ATENAS E GOLEAR O METALIST
Só com uma conjugação pouco provável de resultados - que implicaria o Metalist vencer na Turquia e o Olympiakos, e o Hertha não perder em Atenas - o Benfica poderia ficar de fora nesta segunda situação.

DORES DE CRESCIMENTO

Não sou de superstições, mas quando seguia para a Luz tive um mau presságio. Uma nuvem negra no céu, uma ligeira indisposição, talvez mesmo uma súbita e subliminar vontade de regressar a casa, fizeram-me temer uma noite de bruxas. Infelizmente não me enganei.
As razões da derrota do Benfica devem contudo ser procuradas com racionalidade, e olhando ao que aconteceu nos noventa minutos não será difícil encontrar explicações para um resultado que deixa o Benfica em muito maus lençóis no que às provas europeias diz respeito.
Diz a máxima do futebol que uma equipa joga o que a outra deixa jogar. Ontem uma vez mais assim foi, pois o Benfica apenas jogou o pouco ou nada que o Galatasaray lhe permitiu. A equipa turca fez uma extraordinária exibição na Luz – foi o melhor conjunto que lá vi esta temporada, incluindo Nápoles, Sporting e F.C.Porto -, demonstrou uma maturidade e uma organização que não está ainda ao alcance deste embrionário Benfica, revelou força física, velocidade e talento. Deu aos encarnados um verdadeiro banho turco.
A superioridade do Galatasaray começou a revelar-se logo após o apito inicial, quando em dois minutos levou perigo por igual número de vezes até junto da baliza de Quim. Tal como prometera o seu treinador, a equipa turca não jogou a pensar no empate, entrando antes decidida a resolver a qualificação já neste jogo. Nunca se fechou junto da sua baliza, optando por cobrir todos os espaços no meio-campo, sector onde conseguiu manietar por completo o seu adversário, fruto da superioridade numérica que conseguiu quase sempre impor.
Já em Nápoles e Berlim ficara demonstrado que Yebda e Katsouranis não são suficientes para segurar um sector com dois alas abertos e algo libertinos como são, por natureza própria, Di Maria e Reyes. Em muitos momentos do jogo a equipa fica entregue a uma luta desigual de dois para quatro ou mesmo cinco adversários, num espaço onde se discute a posse de bola e o domínio dos jogos. Um 4-2-4 – é disso que se trata - pode ser uma forma interessante de abordar certas partidas da Liga Portuguesa, mas para jogar na Europa afigura-se demasiado destapado. Se somarmos a este aspecto uma exibição desastrada, quer do grego, quer sobretudo do francês – que noutras ocasiões tem segurado o estandarte -, temos os condimentos de uma derrota que só surpreenderá quem não assistiu ao jogo.
Se na primeira parte o Benfica ainda deu um ar de sua graça, conseguindo criar alguns lances de perigo, sobretudo por intermédio de Suazo, na segunda, após o golo, a equipa eclipsou-se por completo. Em desvantagem, o Benfica foi absolutamente incapaz de lutar contra o destino e de superar as suas limitações, navegando em equívocos e indefinições próprias de quem ainda não se sente confortável na sua própria pele. Pode agora criticar-se a ausência de Pablo Aimar do onze inicial, mas a verdade é que foi sem ele que se viu o melhor período (em rigor, o menos mau) dos encarnados no jogo, durante o qual, diga-se, como tantas vezes acontece em futebol, um golo poderia ter alterado decididamente o rumo dos acontecimentos. O destino assim não quis, fazendo com que tudo saísse mal aos encarnados nesta noite verdadeiramente para esquecer. Durante minutos seguidos não houve um ressalto ganho, um passe bem conseguido, um drible consequente. A bola parecia queimar os pés de jogadores para quem, tal como eu e mais quarenta e tal mil, o melhor teria sido mesmo ficar em casa.
Esta derrota surge, como todas as outras, em má altura. A equipa estava a crescer, os adeptos a entrar em euforia, tudo parecia correr sobre rosas. Ontem ficou demonstrado todo o caminho que ainda há a percorrer até que o Benfica apresente o nível qualitativo que já deu sinais de poder vir a atingir num futuro próximo.
Nada está ainda perdido, e é preciso dizer que a Taça Uefa não é um troféu que esteja, nesta temporada, ao alcance das ambições encarnadas. Seria bonito passar à fase seguinte, se possível ultrapassar uma ou mesmo duas eliminatórias mais, conquistar lugares no ranking, mas o objectivo central do Benfica passa por uma aposta muito clara nas competições domésticas, particularmente no campeonato nacional, onde, olhando à concorrência, parece ter sustentáveis possibilidades de surpreender – podendo inclusivamente isolar-se na liderança já na próxima jornada. Nessa medida, a última coisa que os benfiquistas devem fazer é desistir, até porque tem vindo a ser admitido por Quique Flores que a equipa do Benfica ainda está longe daquilo que ele pretende, e do que a qualidade individual dos jogadores permite esperar.
O Benfica segue pois segunda-feira, num jogo ainda mais decisivo do que este.

A arbitragem foi tão boa que até já me esquecia dela.

ACENDER A LUZ !

NOTA: Se não pode mesmo ir à Luz, e não dispõe da plataforma "meo", assista ao jogo aqui

O JOGO CHAVE

O jogo de amanhã na Luz com o Galatasaray é para o Benfica, na minha perspectiva, o jogo chave do grupo de apuramento.
Caso os encarnados vençam a equipa turca, a qualificação fica muito próximo de ser atingida. Com quatro pontos e dois jogos por disputar, o Benfica poderia inclusivamente dar-se ao luxo de perder em Atenas, que teria mesmo assim a oportunidade de carimbar o passaporte para a fase seguinte na Luz diante do Metalist.
Em caso de empate ou derrota na partida de amanhã, a equipa encarnada fica, pelo contrário, obrigada a conseguir pontos no reduto do adversário mais cotado do grupo – o Olympiakos, que só por acidente não está na Champions League. As coisas poderiam assim complicar-se bastante, até porque o ambiente na Grécia é tradicionalmente muito difícil de suportar. Mas não será tarefa simples vencer este Galatasaray. A equipa turca é forte, rápida e organizada, está recheada de internacionais, está apenas a três pontos da liderança do seu campeonato, e conta por vitórias os jogos internacionais que até agora disputou. Para além do nosso conhecido Fernando Meira, estarão na Luz jogadores como Arda Turan (uma das revelações do Euro 2008), Milan Baros (ex Liverpool), o brasileiro Lincoln, e ainda internacionais turcos como Asik, Cetin, Balta, Sarioglu entre outros. Sabe-se que Linderoth (trinco da selecção sueca) e Hasan Sas (estrela do Mundial 2002) estão lesionados, mas há já algum tempo que a equipa se habituou a jogar sem eles.
Para vencer esta equipa – que aliás já conquistou uma Taça Uefa, não há muitos anos -, o Benfica terá de mostrar a sua melhor cara. Um Benfica igual ao que venceu Nápoles, Sporting e V.Guimarães, acabará muito provavelmente por conseguir alcançar os três pontos. A equipa da segunda parte de Matosinhos terá, pelo contrário, muitos problemas.
Reside pois no próprio Benfica a principal dúvida quando se olha para o que poderá ser este importante confronto. Por isso mesmo, é imperioso que os benfiquistas se mobilizem, acendam a Luz e façam desta uma grande noite europeia à moda antiga. O trabalho que está a ser realizado merece confiança, e amanhã pode ser dado mais um importante passo, começando-se a alinhavar, desde já, uma prestação europeia à altura do prestígio internacional do clube. Um Estádio da Luz cheio e entusiasta decerto ajudará em muito os jogadores do Benfica a encetar esse caminho.

Com arbitragem do inglês Atkinson, as equipas deverão alinhar como se segue:

PORTUGUESES NA PRINCIPAL PROVA EUROPEIA

Como se vê pelo quadro acima, é a quinta vez - em dezasseis presenças - que o Sporting alcança os oitavos-de-final.
A melhor prestação dos leões data de 1982, quando só caíram nos quartos-de-final, em San Sebastian diante da Real Sociedad (0-2, depois de vitória 1-0 em Alvalade).
No total das equipas portuguesas, é a 47ª vez que alguém chega aos oitavos, sendo naturalmente o Benfica o que mais vezes o conseguiu: 23 vezes.

SERVIÇOS MÍNIMOS, COLECTA MÁXIMA

Com uma assinalável dose de felicidade e pragmatismo, o Sporting conseguiu o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, quando ainda faltam disputar duas jornadas da fase de grupos.
Depois de triunfar na Ucrânia num jogo em que foi, a espaços, totalmente dominado, o Sporting voltou a revelar uma tremenda eficácia na partida de Alvalade, marcando um golo solitário após uma exibição algo apagada, diante de um adversário tão mais forte (em termos técnicos) quanto mais ingénuo na sua abordagem competitiva.
O Shakhtar mostrou momentos de bom futebol – em ambos os jogos -, mas não conseguiu esconder algum romantismo, jogando bem mais aberto do que é comum observar em provas europeias. A equipa de Paulo Bento pôde assim, nesta dupla jornada, fazer aquilo de que mais gosta: controlar os jogos sem necessidade de procurar muito o golo, dado que tanto na Ucrânia, como agora em Alvalade jogou para um empate que, em ambas as situações, lhe servia perfeitamente. Em ambas as situações a fortuna acabou por bafejá-la.
Os leões ultrapassam assim pela primeira vez a fase de grupos. Não é a primeira, mas sim a quinta ocasião em que chegam aos oitavos-de-final, embora todas as anteriores tenham sido ainda com o antigo formato.
Na próxima jornada discute-se em Alvalade, entre Sporting e Barcelona, o primeiro lugar do grupo. E que bom seria para o Sporting alcança-lo, evitando assim os mais ferozes adversários na eliminatória de Fevereiro.
PS: Estiveram em Alvalade 24.282 espectadores. Para um jogo decisivo da Liga dos Campeões é de estranhar uma assistência quase igual à do Benfica-Penafiel para a Taça de Portugal.
Ao tomar conhecimento deste incrível número, interroguei-me: para que querem os adeptos do Sporting que o clube vá à Champions ?

O CORDEIRO E OS LOBOS

Nos dias que correm, com a extrema mediatização a que o futebol está sujeito, todos os veículos comunicacionais são importantes para a expressão dos interesses dos clubes – em particular os que lutam entre si pelos principais títulos. Deste modo, a utilização do espaço mediático envolve uma responsabilidade acrescida para todos os que têm por missão representá-los.
O modelo de programa televisivo com um representante de cada um dos clubes grandes debatendo a actualidade do futebol português, tem tido grande receptividade no país desportivo, apresentando significativas audiências, quer na SICN, com “O Dia Seguinte”, quer na RTPN, com o “Trio de Ataque”, ou mesmo no Porto Canal com o mais recente “A Bola é Redonda”. Em todos estes espaços, os adeptos representativos dos clubes discutem a jornada e os casos, defendendo os seus clubes com maior ou menor talento argumentativo, mas generalizadamente com firmeza e determinação. A excepção é Fernando Seara.
O presidente da câmara de Sintra protagoniza com o sportinguista Dias Ferreira e o portista Guilherme Aguiar o painel de “O Dia Seguinte” mas, ao contrário dos seus companheiros de programa, presta-se a um triste papel de mero comentador isento sem um pingo de preocupação com os interesses do clube que seria suposto ali representar.
Fernando Seara, talvez fruto da sua carreira política – e da consequente necessidade de agradar a quase todos -, denota uma impressionante falta de empenho sempre que o Benfica e os seus interesses são postos em causa pelo resto do painel, não conseguindo evitar que o clube saia sistematicamente molestado daquele programa, com as consequências que isso acarreta em termos de opinião pública. A ataques fortes e permanentes, Seara responde com tibieza e sorrisos amarelos de quem não se quer chatear muito. Para além de não perceber de futebol, e não ter o dom da palavra - torna-se enfadonho ouvi-lo dissecar sobre aspectos laterais -, o autarca revela pouca oportunidade nas interrupções que faz, e total apagamento nos momentos mais quentes.
Não se discutem os méritos de Fernando Seara – pai de sportinguistas e esposo de portista - enquanto autarca, jurista ou professor universitário. Acredito que seja muito bom nessas ou noutras actividades. Creio também que se trata de uma pessoa séria.
Nada disso está em causa. Apenas o papel que ali deveria desenvolver e no qual falha redondamente. Não se pode, nem se deve, no futebol ou na vida, confundir boa educação com falta de firmeza. Aliás, temos um excelente exemplo no programa concorrente da RTPN, onde todos os membros do painel defendem de forma consistente os interesses clubistas, sem com isso hipotecar a boa educação e até, por vezes, alguma boa disposição.
Não sei se o clube tem alguma influência nos seus representantes junto dos meios de comunicação social. Mas quer tenha, quer não tenha, penso que seria tempo de tomar uma atitude ou marcar uma posição face à presença deste comentador em sua representação.
Seara pode muito bem ser um cidadão de primeira, mas não passa, manifestamente, de um benfiquista de segunda.

UM, DOIS, TRÊS, QUATRO ; QUANTOS MAIS SERÃO PRECISOS ?

4ª JORNADA:
Hélder Postiga puxa pelo braço Yebda dentro da área do Sporting, na sequência de um canto. Duarte Gomes não assinala. O resultado era 0-0.
5ª JORNADA:
Um defesa do Leixões corta a bola com o braço em plena área, no lance que antecede o golo de Cardozo. Olegário Benquerença não assinala. O resultado era 0-0.
6ª JORNADA:
Ruben Amorim é rasteirado na área da Naval ainda na primeira parte. Rui Costa não assinala. O resultado era 0-0.
7ª JORNADA:
Aimar é rasteirado na área do V.Guimarães logo aos três minutos de jogo. Carlos Xistra não assinala. O resultado era 0-0

GOLO 5000

Quis o destino que este fosse um golo bem à altura da efeméride.
Que mais elogiar ? A arte de Aimar ou a força e velocidade de Suazo ?

CLASSIFICAÇÃO "REAL"

Carlos Xistra protagonizou em Guimarães aquela que talvez tenha sido a pior arbitragem da Liga até ao momento, pelo menos no que aos jogos dos três grandes diz respeito. Mas também na Figueira da Foz e em Vila do Conde as coisas correram mal aos homens do apito.

V.GUIMARÃES-BENFICA:
É inacreditável como este homem, com um nome começado por X, continua a arbitrar. Em Guimarães teve mais uma actuação verdadeiramente negra.
Começou logo aos três minutos, sonegando um penálti evidente sobre Pablo Aimar, que independentemente de poder chegar ou não à bola, foi ceifado no seu pé de apoio de forma duríssima, que deveria valer, no mínimo, o cartão amarelo a Danilo – jogador que, por sinal, pouco depois veria mesmo a cartolina.
Já com 0-2 no marcador, foi mal tirado um fora-de-jogo a David Suazo, num lance que o deixaria isolado frente a Nilson, muito embora aqui as responsabilidades tenham de recair sobre o assistente.
No primeiro cartão amarelo a Reyes nada há a dizer. Mas o segundo pareceu-me forçado, atendendo a que o espanhol tenta apenas jogar a bola, falhando o pontapé e acertando involuntariamente na anca do vimaranense.
Mas até se poderia aceitar o critério do árbitro não fosse o facto de terem ficado impunes coisas bem piores. Por exemplo, Aimar, já depois da carga violenta para penálti que ficou por sancionar, ainda levou uma cotovelada de Flávio Meireles, foi travado mais umas tantas vezes, e acabou por ser ele a ver um cartão amarelo verdadeiramente ridículo. E que dizer da entrada assassina de Andrezinho com a sola do pé na cara de Suazo ? Nem, nem amarelo, nem nada. Acredito apenas que haja sumaríssimo, até porque o próximo adversário dos vimaranenses é o F.C.Porto.
Para além destes erros mais notórios, a desigualdade de critérios foi sempre a nota dominante da actuação do juiz de Castelo Branco, que entrou em campo deliberadamente para puxar o Benfica pelos pés. Se não foi assim, pelo menos pareceu.
Enfim, este é daqueles árbitros que está manifestamente a mais no futebol. Até quando continuará enlamear os relvados com a sua incompetência e com a sua sede de protagonismo ?
E vão quatro jornadas consecutivas com penáltis por assinalar a favor do Benfica.
Resultado real: 1-3

NAVAL-F.C.PORTO:
Sabe-se que Pedro Henriques tem um critério técnico e disciplinar bastante largo. Na minha perspectiva faz muito bem, privilegiando o espectáculo e deixando o protagonismo aos jogadores.
Mas daí até deixar passar claras e brutais agressões vai uma grande distância. Foi isso que o árbitro lisboeta fez perante a cotovelada de Bruno Alves sobre um jogador da Naval, algo em que o defesa é, como sabemos, multi-reincidente.
Os portistas têm visto os seus adversários sistematicamente desfalcados dos seus melhores jogadores (Leixões sem Wesley, Naval sem Marcelinho). Veremos se é desta que o F.C.Porto vê um atleta seu ser castigado com um sumaríssimo. Já era tempo…
Resultado real: 1-0

RIO AVE-SPORTING:
Jorge Sousa teve uma actuação marcada pela infelicidade, sobretudo porque os principais erros foram cometidos pelos seus assistentes.
No lance do golo anulado, Liedson parece estar em linha, e houve outros momentos em que o assistente que acompanhava o ataque do Sporting se equivocou.
Quanto à expulsão de Derlei, embora me custe ver um jogador expulso por um motivo tão inócuo, admito que não restasse alternativa ao árbitro portuense, perante a desconcentração do brasileiro.
Resultado real: 0-2

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 14
F.C.Porto 13
Sporting 11

NUNCA TÃO POUCOS VENCERAM TANTOS

Ao terminar o extraordinário jogo de Guimarães, veio-me à memória o épico Portugal-Holanda do Mundial 2006, no qual a selecção portuguesa, com uma exibição cheia de coragem, conseguiu superar todas as várias dificuldades que lhe forma postas, arrancando uma preciosa e dramática vitória. O Benfica fez ontem algo de muito semelhante.
Começando com grande fulgor, soltando os talentos de Reyes, Aimar e Suazo, a equipa da Luz parecia aos vinte minutos de jogo caminhar para uma vitória bem mais tranquila do que aquilo que seria de supor face à qualidade do adversário, e do que aquilo que se veio a verificar devido a influências externas. Efectivamente, quando Sidnei cabeceou de forma imparável para o fundo da baliza de Nilson, nada faria prever que fosse necessário vir a sofrer tanto para alcançar estes três importantíssimos pontos, e que o último apito do árbitro fosse acompanhado de um longo e sentido suspiro de alívio de todos os benfiquistas que, no estádio ou pela televisão, assistiam à partida.
Ao contrário de outras ocasiões – por exemplo em Matosinhos – em que os encarnados, através de erros próprios, convidaram o adversário a crescer, desta vez foi devido a erros alheios que o Benfica foi obrigado a vestir o fato de macaco, quando fizera por poder trajar com uma solenidade condizente com o talento das suas principais unidades. Foi Carlos Xistra que obrigou o Benfica a sofrer, fazendo tudo o que um árbitro pode fazer para condicionar um jogo e uma equipa.Os casos serão analisados na rubrica de arbitragem, mas fica desde já a nota que a vitória do Benfica sai fortemente abrilhantada pelo facto de ter sido obtida nas dificílimas condições criadas por esta deplorável arbitragem. Um penálti claro por marcar, uma expulsão exagerada, duas expulsões poupadas ao adversário, um fora-de-jogo mal tirado em lance de golo e uma constante dualidade de critérios foram os traços definidores da actuação de um juiz que vai insistindo em mostrar o seu instinto persecutório para com o Benfica, perante a passividade daqueles que, sabe-se lá porquê, o continuam a nomear para jogos dos encarnados.
O que Carlos Xistra não contava era com uma atitude competitiva tão forte e tão combativa como a que os jogadores do Benfica demonstraram, realizando uma segunda parte verdadeiramente heróica. Depois da classe mostrada na primeira meia hora de jogo, veio a raça e a vontade de ganhar que vai começando a ser imagem de marca da equipa. É em jogos destes, com esta dureza, e com este apelo à solidariedade, que se constroem equipas ganhadoras. É em jogos destes que se mostra a fibra dos vencedores. É por isso que eu digo que o Benfica fez em Guimarães a melhor exibição da época, ultrapassando com tanto brilhantismo quanta humildade os muitos obstáculos que se lhe depararam.

Que havia ideias de organização táctica já se percebia. Que existiam jogadores talentosos no plantel, também. O que faltava perceber era se este Benfica tinha alma e capacidade de sofrimento para vencer este tipo de desafios. Os jogadores de Quique responderam eloquentemente a esta dúvida. Temos Benfica e, ou me engano muito ou em breve teremos líder. Depois ficará a faltar a última das provas: a regularidade de que se pintam os campeões.
Em termos individuais – apesar de num jogo destes prevalecer o colectivo - há que salientar a exibição de Suazo, na primeira parte, e Luisão na segunda. Foram eles os símbolos das duas faces deste Benfica (ofensiva, sedutora, brilhante, acutilante no primeiro caso; feroz, combativa, humilde, raçuda, concentrada, no segundo), qual delas a mais admirável.
Assim, nem as arbitragens resistem. Bem merece esta equipa um estádio cheio na próxima quinta-feira.