E ELE PREOCUPADO...

Se a cada despedimento correspondesse a indemnização que Luís Felipe Scolari vai receber do Chelsea, o desemprego deixaria de ser um problema para passar a ser o objectivo de qualquer mortal. Serve isto para dizer que ninguém lamenta a sorte de Felipão, por muita ou pouca admiração que se nutra por ele.
Não podemos também esquecer que este é o clube que já despediu Cláudio Ranieri, José Mourinho, e um israelita quase desconhecido que perdeu a final da Liga dos Campeões por penáltis. A gestão de Abramovitch não é pois exemplo para ninguém e, ou me engano muito, ou mais ano menos ano o Chelsea voltará a ser o clube de bairro que sempre foi.
Era previsível que Scolari, emocional, latino, sul-americano, impulsivo, encontrasse bastantes dificuldades num futebol tão racionalizado como o inglês. As principais virtudes do brasileiro, que tão bons resultados proporcionam ao nível de selecções, não são aplicáveis naquele tipo de contexto e, sobretudo, num clube com as particularidades do Chelsea. Este é pois um desfecho que pouco tem de surpreendente.
Resta agora saber o que irá fazer Felipão. Por mim arranjava-lhe emprego já esta semana, e não é preciso ser muito perspicaz para se perceber onde.

15 comentários:

Vitor Esteves disse...

Será o próximo treinador do fcp ....

RN disse...

Caro LF,

Também comungo da ideia de que Carlos Queirós foi uma má escolha para o cargo de Seleccionador Nacional. Acho-o, na verdade, bastante incompetente e nada coerente - como, aliás, ficou ainda agora bem demonstrado nesta última convocatória. Contudo, também penso que o último parágrafo deste seu post só pode ser visto à laia de brincadeira.

Cada um tem, naturalmente, direito à sua opinião, mas a incapacidade revelada por alguns, entre os quais se inclui o meu caro amigo, para "desconstruir" o mito Scolari é algo que me intriga.

Já certa vez estive para lhe colocar aqui um extenso comentário dando conta dos meus argumentos para classificar o Sr. Scolari como um mito criado sobre falsos argumentos. Só que, receando enfastidiar os demais leitores e "comentadores", optei por não faze-lo. Talvez seja momento de rever a minha posição...

Anónimo disse...

Já tinha percebido que o LF é admirador de Scolari, mas não posso deixar de ficar decepcionado com o seu imediato apelo para o regresso do sargentão pródigo. Desde já aqui afirmo que não gosto do estilo de Carlos Queiroz, que me parece o Manuel Maria Carrilho do futebol, e certamente não aprecio o trabalho que está a fazer à frente da seleccão, e como tal não o estou a defender.

Contudo faz-me muita confusão como se continuam a arranjar todas as desculpas para o senhor Scolari. O homem é fraco, mesmo muito fraco tactica e tecnicamente. Falha a todos os níveis menos um: capacidade motivacional e de dinamizacão dos adeptos (portugueses, que tanto gostam de populismo). Celebrei as vitórias da seleccão enquanto duraram, e factos são factos: no conjunto, Scolari levou a Seleccão a resultados nunca antes obtidos. Não lhe retiro algum mérito, mas é preciso lembrar em que condicões o conseguiu:

- Euro 2004, a jogar em casa, com muito tempo para preparar o torneio pois não jogou qualificacão. A base da seleccão era o Porto campeão europeu de Mourinho, ao qual se juntavam jogadores como Rui Costa, Figo, Ronaldo...ainda assim conseguiu partir em falso e perder logo a abrir com a Grécia (com quem tinha já jogado na fase de preparacao). Depois teve que dar a mao à palmatória e deixar de inventar e a coisa lá foi, ate à final com alguns sobressaltos pelo caminho. O resultado sabemos qual foi: uma das maiores frustracoes desportivas de que há memoria. Perder em pleno estádio da Luz uma final daquelas, da forma como perdemos (ainda me têm que explicar como é que estávamos a defender naquele canto...devia ser trabalho de casa), e com o adversario com que perdemos (pela terceira vez em poucos meses, sempre a jogar em casa).

- Mundial 2006, temos o grupo mais facil de que há memoria (Angola, Irao e Mexico) e no primeiro jogo a doer tivemos muita sorte contra a Holanda, sempre com o credo na boca. Depois vamos a penalties contra a Inglaterra, apesar de termos jogado quase toda a partida com mais um jogador. E como de costume com Scolari, assim que apanhamos um adversario mais frio e matreiro, neste caso a Franca que até estava em declinio, perdemos candida e docilmente, porque do banco não há nada, absolutamente NADA que ajude a virar o jogo. O senhor não sabe mais...

- Euro 2008, nem vou falar da fase de apuramento em que conseguimos não ganhar um unico jogo a Servia, Polonia e Finlandia! Ainda assim lá vamos para a Austria e Suica, com a energia dos emigrantes que apoiaram a seleccao de forma exemplar (outras nacôes não tiveram esse capital de motivacão). COntra a Turquia, um dos poucos jogos que me lembro em fases finais de termos feito uma exebicão segura e sinceramente ainda me fez ter esperanca. Depois um jogo tremidinho contra a Rep.Checa e eis que comeca o festival Scolari! Em plena concentracão permite a jogadores negociar contratos (Deco é um exemplo), abre excepcoes e ele proprio anuncia a sua ida para o Chelsea. É de uma falta de responsabilidade atroz, e vem deitar abaixo a unica virtude que Scolari tinha: manter unido o plantel. Depois foi o que se viu...uma derrota miserável contra a Suica e mais uma eliminacão dócil, dócil contra a Alemanha, a quem bastou ver uma hora de DVD com lances da seleccão para nos ganarsem espinhas. Os erros foram os mesmos desde o inicio, e Scolari pareceu não preparar o jogos. Depois, como sempre, estando a perder contra uma seleccão decente já não conseguimos dar a volta.

As minhas desculpas por este mail tão longo, mas não posso com este mito, este endeusamento de Scolari! O homem não aprendeu NADA enquanto esteve em Portugal, não mostrou inteligência no banco, raramente ganhou um jogo com substituicões e fez asneiras de sobra que foram sendo disfarcadas pelos jogadores, ou pelos resultados negativos dos nossos adversários directos. E já nem vou falar da agressão ao jogador sérvio ou do tom arrogante de Scolari para com jornalistas ou quem quer que discordasse dele. A seleccão, mesmo ganhando (cada vez mais à rasquinha) nunca praticou um futebol deslumbrante, muito longe disso. E se os resultados são importantes, e eu também os festejei, eu quero mais para a minha seleccão. Trocava sem pestanejar todos os jogos do Euro 2004, Mundial 2006 e Euro 2008, pelos jogos de Euro 2000, onde aí sim Portugal deslumbrou a Europa. Alguém fala do treinador da época? Pois...é português e não apela à bandeirinha e à Senhora do Caravaggio...se calhar é esse o problema.

Anónimo disse...

È verdade que o abrahomovic é multimilionário e burro, mas esta contratação do scolari estava-se mesmo a ver no que ia dar. O scolari não tem estofo para um futebol de alto nível, se a nível de selecções ficava já bem vincado que o seu único ponto forte era a psicologia e não os aspectos tácticos num clube então ainda se torna mais evidente.Discordo completamente de 1 possível regresso à Selecção Portuguesa, o Queiroz na minha opinião só se falhar a qualificação para o mundial é que deve ser despedido, até lá o povo português só tem é que o apoiar e criticar construtivamente quando assim tiver que o ser.O scolari na europa se tiver sucesso será apenas em Portugal e a nível de clubes e mesmo assim duvido(no Benfica não o quero nem pintado) , agora em Ligas como a espanhola,inglesa, e italiana já é necessário um background táctico e até mesmo intelectual que o sargentão não tem.

Anónimo disse...

Não me admirava nada. Até porque o PC na sua "fina" ironia gosta muito de contratar treinadores (e não só) que tenham tido, ou têm, alguma ligação ao SLB. Vejam-se os casos do próprio Jesualdo, do Fernando Santos,etc.
Scolari não treinou o Benfica mas esteve apontado a tal. Portanto, e como o prazo de validade do Jesualdo está a chegar ao fim pode ser uma possibilidade...

RN disse...

Caro LF,

Pedindo, desde já, desculpa pela extensão do texto, junto inclúo o comentário que entendi endereçar-lhe a propósito do seu já longínquo post de agradecimento a Scolari.


"Caro LF,

Antes do mais, quero endereçar-lhe as minhas felicitações pela qualidade do seu Blog. Nada sei sobre si, isto é, não tenho qualquer conhecimento sobre as suas relações com o “mundo” do futebol – se é que existem –, mas não deixo de considerar notável o sucesso que conseguiu junto de um considerável número de fiéis e ocasionais leitores. Eu, recentemente, juntei-me à primeira categoria.
Adicionalmente, devo dizer-lhe que acho a qualidade da sua escrita muito razoável. Muito sérios são, também, aparentemente, os seus esforços para escrever com alguma isenção, apesar de não esconder o seu benfiquismo (tal como eu…).

Independentemente de todas estas considerações prévias, não posso deixar de fazer alguns reparos a um certo tipo de corrente de opinião à qual aderiu, que considero, entre outras coisas, intelectualmente desonesta e que, aliás, não creio estar ao nível daquilo que o LF já nos habituou. Não procuro, obviamente, por em causa o seu direito à opinião, por muito que discorde da mesma, assim como, estou certo, o LF não põe em causa o meu. Vem tudo isto a propósito do seu post de agradecimento a Scolari e, em especial, a algumas considerações nele contidas. Na verdade, independentemente de se poder aceitar que um agradecimento ao trabalho de Scolari é merecido, não se pode cair no exagero de lhe atribuir uma extensa lista de méritos que não existem ou que a outros são devidos. Há ainda questões de personalidade que numa sociedade civicamente evoluída jamais podem ser consideradas como boas ou recomendáveis (curiosamente o mesmo se passa em relação a José Mourinho…).

Para ser mais concreto, passo a detalhar as minhas observações/reparos:

A personalidade.Esta é, porventura, a faceta mais polémica de Scolari. A ideia do “sargentão”, da figura paternal disciplinadora, que não admite qualquer tipo de critica, é historicamente bastante querida para uma boa parte dos portugueses. Pela minha parte, o fenómeno provoca-me náuseas. Não aprecio nem um pouco esta abjecta característica da “cultura” portuguesa que nos leva, ainda hoje, a suspirar pelo indigente D. Sebastião, pela ditadura de Salazar e que, em certa medida, nos levou a eleger para 1ª Ministro e para Presidente da República uma pessoa como Aníbal Cavaco Silva. Claro que, neste caso, Scolari não é o primeiro responsável. A responsabilidade pertence a todos os que defendem este modelo como uma virtude e que vão ao cúmulo de quase tentar criar a cultura do pensamento único. Aliás, tanto nas questões de personalidade como nas dos resultados desportivos propriamente ditos, criou-se uma visão maniqueísta de Scolari, como se tudo antes (e depois…) fosse mau e só com Scolari se tivesse vislumbrado o bem. É o fenómeno da “Scolaridade Obrigatória”, como Miguel Sousa Tavares muito oportunamente o baptizou numa das suas crónicas n”A Bola” durante o Mundial de 2006.
A parte da personalidade de Scolari que é pública (a única que conheço) não é particularmente recomendável. Trata-se de uma pessoa mal-educada, sem fair-play, que já se viu envolvida em vários episódios de agressões ou tentativas de agressões (não, o caso de Dragutinovic não foi o primeiro…) e que não costuma reconhecer os seus erros. Pior, no caso do jogador sérvio, Scolari tentou justificar o injustificável, desmentido imagens que tinham sido vistas por todos e, assim, tentou igualmente, consciente ou inconscientemente, tomar-nos a todos por parvos. Ainda me lembro bem de estar a assistir no estádio de Alvalade, incrédulo, ao que se estava a passar. Nessa altura, decidi sair imediatamente do estádio, pois não tinha ido ali para presenciar aquele triste espectáculo. Mais estupefacto fiquei quando, a caminho de casa, escutei no carro a surreal e nada digna conferência de imprensa de Scolari. Creio, naturalmente, que tal episódio não se constituiria, necessariamente, como causa de despedimento, tivesse sido Scolari capaz de tão-somente reconhecer o erro e pedir desculpas públicas. O que jamais fez!
Por outro lado, são inúmeros os casos de respostas/reacções desabridas às perguntas dos jornalistas. Os exemplos são tantos que nem me vou dar ao trabalho de os enunciar.
A aversão a qualquer tipo de opinião e simples comentário divergente é algo que não sei se é emanado directamente de Scolari ou se é uma cultura já enraizada em toda a Federação. De qualquer forma, casos como o da imposição do afastamento de jornalistas, com mais espírito crítico, dos relatos dos jogos da Selecção Nacional, é um dado incontornável que não pode deixar de ficar associado à passagem de Scolari.
O Sr. Scolari tem uma personalidade forte e um imenso carisma. Não o nego. E até creio que isso foi responsável por algumas das coisas boas que se viverem na Selecção Nacional nos últimos anos e a que me referirei mais à frente. Porém, outras razões não houvessem, só os aspectos de personalidade aqui descritos seriam o suficiente para a sua partida não me deixar saudades.

Os Mérito Desportivos. Os resultados desportivos da era Scolari são francamente positivos se tivermos em consideração a escala do nosso país. Ninguém o pode negar. No entanto, de inédito “só” tiveram a final do Euro 2004. Como inédita foi a derrota da equipa da casa perante um adversário com uma cotação muitíssimo inferior.
Tive a oportunidade de ver ao vivo vários jogos da Selecção Nacional no Euro 2004, incluindo a derrota no jogo de abertura contra a Grécia. Como quase todos os portugueses, senti-me profundamente envolvido e entusiasmado pelo Euro 2004 e, também por isso, a decepção foi enorme após a final. O pior é que ainda hoje não consigo entender como foi possível uma prestação tão medíocre no jogo da final, sobretudo depois de uma meia-final tão bem conseguida contra a Holanda. Ainda há dias, pude rever o malfadado jogo na ESPN e, mais tarde, na SPORT TV1. Por incrível que pareça, 4 anos depois, ainda foi possível experimentar um profundo sentimento de irritação – muito mais do que de decepção até. A apatia da equipa, somada aos erros de Scolari – sobretudo a sua proverbial incapacidade de mexer na equipa quando é necessário reagir e/ou alguns jogadores se apresentam demasiado cansados, como foi o caso – são algo que pura e simplesmente não consigo deixar de ver como marcas irremediavelmente condicionadoras da opinião que fui construindo sobre Scolari. Afinal onde estava o grande psicólogo e motivador das “tropas”?
Estava em causa um jogo de uma final, disputado em casa e com a Grécia!!
Relativamente ao balanço desportivo do período Scolari no que se refere às qualificações, tenho também assistido a muitos exercícios de distorção e/ou manipulação dos factos. É aqui, na verdade, que considero que LF mais peca e em nada dignifica a excelente memória de que já deu provas. Scolari conseguiu uma qualificação para um Mundial e outra para o europeu. Também António Oliveira conseguiu o mesmo e com mais brilhantismo até, uma vez que para o Euro 1996 ficou em primeiro lugar no grupo de qualificação. Na tentativa de endeusar Scolari e apagar a história chegou-se ao cúmulo de afirmar que a qualificação para o Mundial de 2006 havia sido a primeira sem qualquer derrota. Jornalistas, como o excelente Carlos Daniel, cuja memória rivaliza com a de LF, disseram-no por diversas vezes. Ora isto era falso, também António Oliveira conseguiu levar a Selecção Portuguesa ao Mundial de 2002 sem qualquer derrota e com o ataque mais concretizador de toda a zona europeia e, digo eu, com um grupo bem mais difícil do que o de 2006. Acrescento que me sinto perfeitamente à vontade para me referir de forma distante a António Oliveira, tendo em atenção que nunca defendi a sua nomeação para Seleccionador Nacional.
Paralelamente, faz-se repetidas vezes o exercício desonesto de atribuir a Scolari o mérito das consecutivas qualificações, sobretudo para campeonatos da Europa. Pois bem, vamos a factos: desde que a fase final do Campeonato da Europa se disputa com 16 equipas (o primeiro foi o Euro 1996), Portugal nunca falhou uma fase final. Antes de Scolari, Portugal já se tinha qualificado consecutivamente para o Euro 1996, Euro 2000 e Euro 2004 – neste caso como país organizador. Comparar períodos anteriores, quando só 8 equipas disputavam a fase final, é comparar o incomparável. Se ainda hoje se mantivesse essa fórmula, isto é, uma fase final disputada a 8 equipas vindas de grupos de qualificação onde só o primeiro lugar dava acesso a essa fase final, Portugal não se teria qualificado para o Euro 2000 e Euro 2008 (com Scolari!). Evidentemente que, neste contexto, igualar o desempenho da Selecção de 1984 ao da Selecção de 2008 só pode ser um momento infeliz do autor de semelhante raciocínio.
Na minha opinião, onde a Selecção Nacional e Scolari superaram as expectativas e não falharam foi no Mundial de 2006. Ainda assim, é relevante contextualizar os feitos. Portugal foi colocado, na primeira ronda, num grupo muito acessível, fruto de um sorteio extremamente favorável – aqui funcionou a também proverbial sorte de Scolari nos sorteios. Lembremo-nos que Portugal defrontou a estreante Angola e o Irão! Seguiu-se o México – adversário mais cotado – quando Portugal já tinha a qualificação no bolso. Depois disso, até às meias-finais, Portugal só marcou um golo em 3 jogos e não realizou uma única grande exibição, embora na famosa “”Batalha de Nuremberga”, contra a Holanda, tenha dado provas de grande estofo, mérito cuja responsabilidade atribuo, em grande parte, realmente a Scolari. É verdade que no Mundial de 2002, Portugal também tinha sido bafejado por um sorteio teoricamente favorável e, no entanto, tinha falhado.
Scolari e a sua equipa técnica contribuíram muito para o bom resultado de 2006, creio que isso é indiscutível. Contudo, uma vez mais, os méritos foram amplamente exacerbados. Estou firmemente convicto que a principal razão pela qual os nossos jogadores se têm mostrado mais competitivos assenta no facto de a maior parte deles jogarem em grandes clubes, que disputam regularmente grandes campeonatos e provas internacionais onde a pressão é enorme. De facto, se analisarmos em detalhe esta questão, facilmente constatamos que, com especial incidência nesta primeira década deste novo milénio, a maior parte dos jogadores portuguesas que têm representado a Selecção Nacional jogam no estrangeiro em grandes clubes e grandes campeonatos. E mesmo a grande maioria dos que não estão nessa situação, vêm de clubes como o F.C.Porto, onde se sagraram, inclusivamente, Campeões Europeus. É aqui que, para mim, assenta a principal razão da maior competitividade da Selecção Portuguesa nos últimos anos e não nas propaladas qualidades de “psicólogo” de Scolari. O jogador português de topo está habituado, nos dias que correm, aos jogos de grande cartaz e à grande pressão competitiva e mediática consequente. Veja-se quanto jogadores portugueses foram campeões europeus de clubes nos últimos 10 anos e quantos o foram antes disso em igual período. Não é por acaso que os melhores resultados anteriores da Selecção Nacional – Mundial 1966 e Euro 1984 – também coincidiram com uma fase em que SLB e FCP disputaram várias finais europeias de clubes.

Por último, temos a quase patética prestação desportiva durante a fase de qualificação para o Euro 2008. Ao contrário de muitos jornalistas, concordo com Scolari quando apelidou o nosso grupo de difícil. Porém, não ser capaz de ganhar um único jogo a Filândia, Sérvia e Polónia parece-me francamente mau. Há que realçar, a bem da verdade, que só a também já afamada sorte com que Scolari parece viver acompanhado nos terá salvo de uma inglória presença de sofá.

Quanto à prestação na fase final, sem ser uma vergonha, dada a dimensão do nosso futebol - não nos esqueçamos disto - pautou-se por uma vontade séria e honesta de jogar futebol, mas igualmente pela falta de preparação técnico-táctica; pela defeciente preparação fisica da equipa, pela incapacidade de criar organização e liderança dentro da equipa, etc., etc. Portugal teve, através de uma conjugação de sorteios/resultados favoráveis, as portas da final escancaradas e não soube aproveitar esse facto. Em certa medida tlavez tenha sido melhor assim. Não gostaria de ter que assimilar uma humilhação perante os nossos vizinhos espanhóis...

Depois há ainda uma série de episódeos menores como a gestão feita do anúncio da sua saída; a promiscuidade entre a Selecção (leia-se alguns jogadores, dirigentes e treinadores) e empresários em plena concentração na Suiça; a péssima gestão do ego de alguns jogadores; as explicações (ou falta delas) perante certas opções e a consequente "azia" perante qualquer pergunta menos "encomendada",etc., etc.

Em resumo, Scolari não me deixa saudades. O que lamento no fim deste seu período é, essencialmente, o fim de carreira de alguns grandes jogadores que não serão facilmente substituíveis. E vários destes foram precisamente "empurrados" para um fim prematuro por Scolari, sem que nada o justificasse (veja-se o caso Rui Costa)..."

Depois do empate de Portugal com a Albânia (também patético, diga-se), já durante a fase de qualificação para o Mundial de 2010, muitos pareceram esquecer-se do famoso empate contra o Liechentstein (!) durante a fse de apuramento para o Mundial de 2006, com Solari no leme.

Ricardo Campos disse...

segundo sei vai substituir o kiki, parece que ele tem a cabeça a premio...

LF disse...

Para mim foi o melhor seleccionador nacional de sempre.
Não é o despedimento do Chelsea (Mourinho também foi) que vai alterar a minha opinião sobre ele.

É um seleccionador ao nível dos melhores do mundo. Como treinador de clube admito que não atinga o mesmo nível.

Ricardo Campos disse...

como seleccionador o scoalri foi muito bom!
em Portugal fez o que o humberto coelho e o oliveira fizeram, não ganhou nada!
o scolari percebe tão pouco de futebol q até aleija, como condutor de homens e domesticador de vedetas já percebe muito!

Anónimo disse...

Caro LF o scolari teve tudo o que grande parte dos selecionadores nacionais não teve, tempo, jogadores de top, condições logísticas e apoio incondicional da FPF e de grande parte do povo português que engoliu bem o seu populismo demagógico.Pois na minha opinião apesar de lugares honrosos Portugal desperdiçou boas oportunidades de conseguir títulos a nível sénior. E as pessoas tem que meter uma coisa na cabeça Portugal não vai gerar sempre talentos de top como scolari teve ao seu dispor.O futebol tem ciclos e basta relembrar o vazio que houve entre 66/84 para perceber que as oportunidades são para aproveitar.

Anónimo disse...

Conforme se poderá constatar por aquilo que já escrevi anteriormente, subscrevo inteiramente aquilo que aqui foi referido no excelente post de Pato Afonso. Os meus parabéns pelo tempo investido a escalpelizar de forma tão detalhada aquilo que é a fraude Scolari. O que mais me causa irritacão nem é a incapacidade de Scolari ou a serventia que Madaíl sempre demonstrou. O pior é ainda hoje ouvir portugueses basearem-se em meias-verdades e simplificacões extremas para desculpar o indesculpável e elevar aos píncaros alguém que, quanto a mim, ficou aquém do que poderia e deveria ter feito. Os dois (aparentemente unicos) argumentos da praxe: "Scolari conseguiu resultados que ninguém conseguiu" e "Os outros fizeram pior com as vitórias morais" já estão para lá de gastos e sinceramente, só não surpreendem porque temos uma triste tradicão de saudosismo e recusa em analisar os problemas em toda a sua extensão e complexidade. Fica difícil aprender qualquer coisa assim...

M disse...

o kiki tem tanto a cabeça a premio como tem o mourinho e o assunçao no estadio do ladrao, em Palermo....

que puta de doença...haverá conversa e/ou debate normal e civilizado isento destas merdas?!??!

Catenaccio disse...

Sinceramente, não é nada que me surpreenda: no início da temporada cheguei a dizer, a amigos próximos, que Scolari não acabava a época em Londres. Duas razões fundamentais:

A primeira tem a ver com o tipo de liderança russo, pouco susceptível a competências e mais pragmático, na hora de decidir, olhando para a tabela classificativa. Conceitos como estabilidade não entram no seu vocabulário, até porque a formação desportiva entra em conflito com a noção empresarial da indútria futebol.

Em segundo lugar, Scolari nunca primou por virtudes de âmbito táctico. O brasileiro pode ser um óptimo gestor de emoções, mas não é, de todo, um perfeccionista na hora de escolher a estratégia para o próximo adversário. Ficou célebre, por exemplo, a pouca atenção dada aos processos defensivos, nomeadamente nos lances de bola parada. Depois, há que ver que a concorrência também era forte: Alex Ferguson, Rafa Benítez, Arséne Wenger, só para citar os mais influentes.

De facto, o seu insucesso em Inglaterra, num clube exigente como o Chelsea, não me espanta. Mas, o fim seria o mesmo, caso estivéssemos a falar de um Barcelona, ou Juventus, ou outro qualquer grande clube de topo. Scolari pode dominar a parte psicológica dos seus atletas, ser um óptimo gestor de recursos humanos mas, como escrevi por altura do Euro'2008, está longe de ser um treinador completo, inteiramente actualizado com as últimas tendências em termos de treino ou portador de sagacidade táctica que faça a diferença.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Inglaterra apenas mostrou o verdadeiro Scolari. Este só foi campeão do mundo levado ao colo por um conjunto de arbitragens verdadeiramente inacreditáveis. Se se fala em corrupção na arbitragem em Portugal, eu pergunto o que é que foi o mundial de 2002???

Em Portugal teve a sorte de herdar a equipa de Mourinho, como se comprovou a partir do momento em que esta influência se foi esbatendo. A noss qualificação para o mundial bem como a participação foram miseráveis.

Devo dizer que este senhor até ficava mal no futebol inglês

Anónimo disse...

ho aurelio ele vai substituir a puta que te pariu tas satisfeito gaiola