CONFIRMAR QUALIDADES

Aproxima-se a hora da verdade para o Benfica de Jorge Jesus.
Pese embora os encarnados tenham, desde a pré-época, vencido, goleado e convencido na maioria dos seus jogos, e tenham mostrado argumentos técnico-tácticos bastante prometedores, os mais cépticos continuam a questionar a capacidade dos adversários derrotados, considerando-os insuficientes para certificar a qualidade deste novo Benfica. É uma opinião discutível (Belenenses e Paços de Ferreira roubaram pontos a Sporting e FC Porto; e V.Setúbal não é tão frágil como parecia), mas percebe-se quando se verifica que os confrontos com os quatro mais fortes adversários internos, e com o mais temível opositor externo, estão reservados para as próximas semanas – até dia 20 de Dezembro o Benfica vai ter de medir forças com FC Porto, Sporting, Sp.Braga, Nacional, Everton e, novamente, AEK, nas duas principais competições em que está envolvido.
Dentro do ciclo que agora se inicia, as próximas duas semanas são particularmente difíceis, e deverão deixar já sinais claros sobre a verdadeira força do conjunto de Jesus. Na próxima quinta-feira os encarnados recebem o Everton, quatro dias depois recebem o Nacional, no sábado seguinte vão a Braga, para se deslocarem a Liverpool cinco dias depois, recebendo por fim a Naval. Cinco jogos que não deixarão margem para dúvidas, caso o Benfica deles se saia bem.
E o que será sair-se bem? Ganhar todos eles?
Não necessariamente. Um empate em Braga não será um mau resultado, e quatro pontos no duplo confronto com os ingleses serão suficientes para abordar as últimas duas jornadas do grupo com total confiança face ao apuramento. Ora, isto significa que os próximos dois jogos em casa (Everton e Nacional) são extraordinariamente importantes, e que as respectivas vitórias são, elas sim, imprescindíveis para não deixar esfumar a onda de euforia e apoio que tem envolvido a equipa desde a pré-época. Mais importante do que vencer em Braga ou em Liverpool, onde um eventual percalço será decerto bem compreendido, importa não esbanjar pontos em casa, nem permitir que, com isso, se instale de novo a descrença e a intranquilidade que tem marcado os últimos anos do clube, e que será rapidamente aproveitada pelos rivais para o tentar desestabilizar.
É assumido na Luz que a prioridade máxima é o Campeonato Nacional. Compreende-se a opção, mas a mesma deve, quanto a mim, limitar-se à poupança de dois ou três jogadores em cada jogo europeu (se entendido como necessário), e nunca resvalar para o menor empenho dos onze que entrarem em campo, como parece ter sucedido em Atenas. O Benfica tem de orientar a sua bússola para o título, mas não pode comprometer o prestígio europeu que ainda tem, com participações ao nível da mediocridade do ano passado. Além de que, este plantel benfiquista - carregado de classe e com experiência quanto baste, com jogadores como Aimar ou Saviola vocacionados para grandes momentos - está particularmente talhado para uma boa campanha europeia, onde terá pela frente adversários abertos, jogará em bons relvados e não terá que vencer Paulos Costas, Olegários Benquerenças ou Pedros Proenças.
Deste modo, a partida com o Everton reveste-se de dupla importância: primeiro, face à necessidade imperiosa de o Benfica se apurar, pelo menos, para a fase seguinte da Liga Europa; segundo, pelo facto de se tratar do primeiro combate contra um adversário de idêntico nível, e assim, da oportunidade de começar a calar os mais resistentes críticos.

4 comentários:

Peter disse...

Concordo que este ciclo que se avizinha seja díficil no entanto acho que o Benfica tem obrigação de vencer todos os jogos por 2 aspectos atingir o 1ºlugar na liga nacional e apurar-se o mais rapidamente para a próxima fase da liga Europa, o único jogo que o empate serve na minha óptica é em liverpool contra o everton e mesmo assim se vencermos já na 5ª feira como eu espero que suceda tb teremos hipótese de vencer na velha albion.A nível nacional vencendo todos os jogos este excelente início de temporada deixa de ser episódico e torna o Benfica mais afirmativo e augura maior respeito pela concorrência e principalmente os media que num dia nos aclama como os melhores do mundo como noutro qualquer nos torna os piores do mundo.

Anónimo disse...

discordo contigo, acho que o Benfica deveria oficialmente admitir que a Liga Europa e' pra fazer o melhor que se puder com as reservas e sair o mais depressa possivel. nao vejo qualquer beneficio em jogar nessa liga..... veja os casos do Aston Villa e Tottenham o ano passado que fizeram o mesmo. acho que este ano era tudo ou nada pelo campeonato!

LF disse...

Fernando,

E se o campeonato falhar ?

E o ranking da Uefa ?
E o prestígio europeu ?

Se no próximo ano estivermos na Champions, será que vamos para o pote 2 ? para o 3 ?
Se sairmos já da UEFA acho que iriamos parar ao 4.


Eu compreendo que se possa privilegiar o campeonato, mas não aceito que se prescinda da Europa, nem concordo com essa lógica do tudo ou nada no campeonato.

Foi nas competições europeias que o Benfica escreveu a sua história. E no campeonato não jogamos sozinhos.

dezazucr disse...

Concordo contigo, mas prefiro que o empate seja com o Nacional e que se ganhe ao Braga. O jogo com o Nacional será dificílimo, daí que até admita o empate.
Além disso quero uma vitória contra o Braga para calar umas bocas. Se o Benfica empatar com o Braga vai haver muito falatório.