A HORA DE TODAS AS DECISÕES

Se o Benfica ganhar os seis jogos que lhe faltam, será Campeão Nacional.
Não é uma constatação matemática, mas antes uma confissão de fé, que se consubstancia na forma periclitante que o FC Porto tem evidenciado ao longo da temporada, e na fácil previsão de que venha, até ao fim (em Braga? nos Barreiros? com o Sporting? noutro jogo qualquer?), a perder pelo menos dois pontos, que permitam a ultrapassagem classificativa.
Se este cenário, partindo da condição inicial, não me custa muito a prever, já essa mesma condição inicial me levanta as maiores interrogações. Ou seja, olhando àquilo que tem sido o desempenho recente do conjunto de Jesus, e atendendo ao facto de a Liga dos Campeões não ser ainda um caso totalmente encerrado (pelo menos em termos de investimento físico e anímico), custo bastante a acreditar na hipótese do Benfica fazer todos os dezoito pontos em disputa até ao dia 13 de Maio, a não ser que qualquer milagre de Fátima o empurre para tal façanha.
De facto, a equipa benfiquista parece esgotada física e mentalmente, tal como pareceu, na mesma altura, nas duas épocas anteriores, o que traduz uma tendência que em análise posterior não poderá ser ignorada. Esse eclipse, cujo surgimento é perfeitamente identificável no momento do jogo de São Petersburgo, dia 15 de Fevereiro, designadamente no minuto da lesão de Rodrigo - no ano passado, o ponto de inflexão ocorrera em Braga, a 6 de Março, no minuto da expulsão de Javi; e em 2010, já não veio a tempo de comprometer o título, mas se nos lembrarmos de Liverpool, e das exibições nas duas últimas jornadas da Liga, perceberemos a comparação -, tem feito cair o Benfica para uma bitola futebolística francamente abaixo daquilo que evidenciou, por exemplo, no mês de Janeiro (outra semelhança com as temporadas anteriores).
O último mês e meio foi estranhamente penoso para o Benfica (jejum quaresmal?), e, também à luz do que se viu na época transacta, nada aponta para que a situação seja revertida, e possa ainda voltar a aparecer-nos aquela equipa empolgante que, entre Dezembro e Fevereiro, marcou 31 golos em 9 jogos, seduzindo todos os que gostam de bom futebol.
É pois aqui, e não na matemática, que reside a minha desconfiança. Lamento dizê-lo, mas não dou mais do que 15% de hipóteses ao Benfica de ser campeão, contra 45% do FC Porto, e 40% do Sp.Braga. E mais, temo bem que, nas contas finais, nem o importante segundo lugar seja assegurado.
Se, todavia, as próximas duas jornadas trouxerem, por milagre, duas vitórias benfiquistas, então creio que as coisas se podem inverter. O futebol é fértil em surpresas, e para mim, este Benfica ganhar sucessivamente ao Sp.Braga e em Alvalade, será uma surpresa. Uma boa surpresa que pode valer um, agora também ele surpreendente, título nacional.
Fica o onze para enfrentar o Sp.Braga, e os votos que ninguém pense noutra coisa que não na vitória, e na possibilidade de conquistar o título.

4 comentários:

Anónimo disse...

Boas LF,

peço desculpa por discordar da sua equipa, é que parece que está a fazer o mesmo erro que Jesus contra o chelsea, o Benfica não pode jogar apenas com 2 homens no miolo, com 2 homens no meio só dá com equipas mais fracas, contra um Braga, Porto, Sportins, Chelsea e todas as equipas que tiverem um meio campo de bons jogadores não podemos apresentar apenas 2 homens!
SEndo assim a minha equipa seria:
Artur
Maxi, Luisao, M. Vitor e Capedevila
Javi, Witsel e Gaitan a 10
B. Cesar, CArdozo e Nolito

carrega Benfica

Gandhy disse...

O Glorioso para ser Campeão até pode fazer 16 pontos que à partida chegam, no entanto a perda de 2 pontos nunca pode acontecer amanhã, mas sim no WC do lumiar.

Com mais 16 somariam 72 no final. Desse modo os corruptos nunca podiam somar mais de 14, o que penso ser viável com jogos em Braga, nos Barreiros, entre outros.

Mas amanhã os 3 pontos são fundamentais, nem que seja em termos anímicos. Se amanhã houver outro resultado que não a vitória, penso que a seguir vai ser tipo castelo de cartas, com tudo a ruir até ao final da temporada, ficando o último lugar do pódio reservado para o SLB.

ps. Caso o auxiliar do proença tivesse assinalado o fora de jogo no clássico, neste momento o fcp está em muitos maus lençois com 55 pontos, o SLB em segundo com 57 o que lhes punha bastante pressão para o jogo de Braga.

Vitória do Benfica disse...

Caro Luis
Partilho de todas as suas interrogações. Mas recordo que com Quique Flores e com Fernando Santos também foi o mesmo o Benfica começa a pique depois do Natal em Fevereiro. Aqui, nesta época é muito mais penoso porque o clube só dependia de si e entramos em Lenninegrado com cinco pontos de vantagem sobre o nosso adversáro directo. Foi lá que morremos porque aquilo foi muito penoso e só a estupidez de Jesus permitiu que não se fizesse uma recuperação adequada, ou quem sabe mesmo o jogo poderia ser adiado.

Para mim é o seguinte tal como se arranjou um Domingos Soares Oliveira para a Financeira, O João Gabriel para a comunicação e um Rui Costa para as contratações agora tem de se arranjarr alguém para a parte técnico-cientifica. O Benfica não pode continuar a ser gerido em termos da nutrição, medicina desportiva, psicologia, podologia, fisiologia como era no tempo do Eusébio. Têm de fazer um protocolo com Universidades e trabalhar os jogadores com conhecimentos actuais e não com arruaças e impulsividades como as de Jorge de Jesus.
O Braga tem uma estrutura, está ligado à Universidade do Minho o Chelsea tem o melhor nutricionista do mundo e o Basileia já teve. O Barcelona tem refeições taylor made (não se entende)este Benfica. O Presidente tem de perceber porque joga Seedorf ainda quase com 40 anos. Não se enxerga!!!!
E depois não venham para cá com penalties que o Cardozo ainda poderia falhar, foi melhor assim, sem penalty

Nós Sébio disse...

Não me parece justa ou acertada a sua análise às três épocas de Jesus. O ano passado a equipa quebrou a partir de Braga, é certo. Mas não saberemos se por razões de ordem física, psíquica ou estratégica: o jogo marcou o fim do campeonato e, a partir daí, estando as faixas entregues, Jesus quis investir nos jogadores menos utilizados. Na época do campeonato, duas jornadas não bastam para assinalar uma quebra anímica ou física - tanto mais que um dos jogos foi nas Antas e o outro foi o jogo decisivo do título. Acho que a teoria da quebra física das equipas de JJ, professada até por comentadores adversários, não resiste à análise, uma vez que (no SLB, pelo menos) isso só aconteceu este ano, época em que, com um pouco de sorte e, sobretudo, competência, ainda podemos vir a alcançar o principal objectivo.